Bom dia,

Noutro dia, uma senhora de classe média, disse aqui na redação da Parabólica, que nos últimos três anos ela inscreve seu filho de 14 anos no sorteio da Escola de Aplicação da Universidade Federal de Roraima (UFRR). “Ele está terminando o ensino fundamental, e quero que continue estudando numa boa escola -atualmente estuda numa boa escola privada- mas se não for para uma escola pública terá que enfrentar uma enorme concorrência por conta das vagas de cotas reservadas para negros, índios, mestiços e estudantes de estabelecimentos educacionais públicos. Ele é branco e estuda numa escola particular, quer fazer medicina e terá de concorrer apenas nos 40% das vagas remanescentes, que é o que sobra, ao serem destinadas as demais, em razão de algum tipo de cotas. Se eu não conseguir matriculá-lo numa escola pública, estarei contribuindo para puni-lo, porque quis dar a ele uma educação de qualidade”, disse.

Também aqui na redação da Parabólica, um professor doutor de uma importante universidade federal brasileira, de 58 anos, falou que se sentia desprotegido nesse Brasil de hoje. “Apesar de ser filho de um pedreiro, nascido na pobreza e tendo que trabalhar muito cedo ajudando o pai; sou branco (descendente de europeu), não estou na velhice, e sou heterossexual. Não tenho, portanto, qualquer política pública para assegurar meus direitos, ou algum tratamento preferencial. Estou por isso mesmo contando os dias para completar 60 anos, e então sentir o conforto de estar amparado pelo Estatuto do Idoso”, disse.

Pois bem, essas duas histórias servem um pouco para vermos o tipo do Brasil de coitadinhos que a esquerda, na falta de uma proposta mais abrangente que traga benefícios para o conjunto da sociedade tupiniquim, está aos poucos institucionalizando no país. Em vez de uma sociedade baseada na meritocracia, com a maior igualdade possível de oportunidade, que começa por uma oferta de educação pública de qualidade e acessível a todos, o que essa esquerda quer é punir os bem-sucedidos; que trabalham honestamente para assegurar uma boa educação para seus filhos. O resultado é que, virou crime trabalhar e prosperar neste infeliz país.

JUNTOSNa manhã dessa segunda-feira, 19, durante o evento que contou com a presença do ministro dos Transportes, Maurício Quintella, na BR-401, um fato inusitado chamou a atenção dos presentes. Pelo menos três pré-candidatos declarados ao Governo de Roraima estavam presentes ao ato. A atual governadora Suely Campos (PP), o ex-governador Anchieta Júnior (PSDB), ambos no palanque de autoridades, e o empresário Antonio Denarium, que mesmo sem destaque participou da festa. O ministro é filiado ao PR, que tende a se juntar ao MDB nas próximas eleições de outubro, e cuja pré-candidata Teresa Surita não deu o ar da presença por lá.

DEMOCRACIAAliás, o encontro dos pré-candidatos ao governo não escapou aos olhos do presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado estadual Jalser Renier (SD), que cumprimentou a todos em sua fala. Disse que o fato de estarem todos ali era um sinal de democracia e de que a bandeira de Roraima finalmente estava sendo o foco principal. Jalser, dizem seus mais próximos, vai apoiar o ex-governador José Anchieta Júnior (PSDB) na sua tentativa de voltar ao governo estadual.

ATRASOOutro comentário geral sobre o evento com o ministro Maurício Quintella ficou por conta do atraso de quase duas horas para iniciar e pouca participação popular no evento, apesar de envolver três prefeituras municipais – Bonfim, Cantá e Normandia, e o Governo do Estado. Pouco mais de 180 pessoas, a maioria cargos comissionados, principalmente secretários de Estado e adjuntos, prestigiaram o evento. E o povo? Onde ficou?

VAGA 1Por falar no presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier, depois de quase três meses da morte do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Essen Pinheiro Filho, até hoje nenhuma medida foi publicada com vistas ao preenchimento da vaga para completar o plenário daquela instituição, que já estava desfalcada com o afastamento determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do conselheiro Henrique Machado. Restam apenas cinco conselheiros, que deixam o plenário com apenas quatro, porque o presidente só vota para desempatar.

VAGA 2Fontes da Parabólica garantem que a decisão -a prerrogativa é só dele- do presidente da ALE, Jalser Renier, sobre as medidas para a publicação do edital de chamada pública para o preenchimento da vaga no Tribunal de Contas do Estado, surgida com a morte de Essen Pinheiro Filho, pode demorar muito mais tempo. As mesmas fontes dizem que a vaga poderá ser objeto de barganha política, que inclusive pode afetar o cenário de disputa pelo Governo do Estado, tanto no primeiro, quanto num eventual segundo turno da eleição. Em outras palavras, é possível que nada seja feito nesse sentido antes de outubro do corrente ano. Noutro dia contaremos mais detalhes.

VAI SAIROntem, por telefone, o deputado estadual Jânio Xingu, que presidia o partido em Roraima, confirmou à Parabólica que vai mesmo sair do PSL, que vai abrigar no plano estadual, a candidatura ao governo do empresário Antonio Denarium. Xingu, e seu grupo que envolve dois prefeitos, e mais de vinte vereadores, deve se filiar e presidir o antigo PT do B, que hoje virou Avante. O presidente nacional da sigla deve vir a Roraima, no próximo dia 30 de março, para prestigiar Xingu e seu grupo.