A AMANTE – Dolane Patrícia*
Sempre considerei muito injusto quando um homem abandona sua família, após anos de convivência para ficar com a amante.
O filme: “Um limite entre nós”, de Viola Daves e Denzel Washington, retrata muito bem essa realidade e o reflexo dessa atitude no desenvolvimento psicológico e afetivo dos filhos.
Mais injusto ainda é dividir a pensão por morte com a amante. O site migalhas.com.br divulgou uma questão jurídica exatamente um ano atrás, em março de 2017:
“O Judiciário não pode negar a existência de uma relação de afeto que também se revestiu do caráter de entidade familiar. Este foi o entendimento da 6ª Câmara Cível do TJ/MT ao acolher os argumentos de apelação interposta por uma mulher que manteve relacionamento por 20 anos com um homem já casado. Com a decisão, a esposa e a companheira dividirão a pensão por morte deixada pelo falecido. A decisão foi unânime.”
Nesse sentido, não foi diferente a decisão da Terceira Turma do STJ – Superior Tribunal de Justiça, que decidiu a favor do pagamento de pensão alimentícia para uma mulher que foi abandonada pelo amante após relacionamento de 40 anos, para que a mesma receba pensão alimentícia do “ex-companheiro”, em 2015.
As partes mantiveram um relacionamento paralelo ao casamento do réu por cerca de quatro décadas. Com o fim da relação extraconjugal, a mulher pediu o reconhecimento e a dissolução de união concubinária para requerer partilha de bens e alimentos, além de indenização pelos “serviços prestados” ao amante. O juiz de primeira instância julgou parcialmente procedente o pedido da autora, condenando o réu a pagar alimentos mensais no valor de dois salários mínimos e meio.
“Ambas as partes apelaram e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) negou o recurso do réu.
É… como diz Shakespeare: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia…”.
Ouve até pedido de indenização, que não foi concedida porque os desembargadores entenderam que “troca de afeto, amor, dedicação e companheirismo” não poderia ser mensurada monetariamente.
Os ministros destacaram que a decisão foi tomada com base nas individualidades do caso, visando a preservar os princípios da dignidade e solidariedade humanas, só não dá para saber para aonde vai a dignidade e solidariedade humana da esposa.
O que não pode deixar de levar em consideração é o fato de que, quando se fala em pensão alimentícia para ex-esposa, estamos falando de alguém que ajudou a construir um patrimônio, não a dissipá-lo!
Além disso, a renda do marido que será usada para pagar a pensão é também fruto do trabalho e dedicação da esposa traída que ficou em casa garantindo que o mesmo pudesse trabalhar, enquanto ela cuidava do lar.
Quem sabe, a esposa trabalhava fora para ajudar na despesa da casa, ou ainda, ajudou a criar uma empresa, cuja renda agora será usada em parte para pagar a pensão da “coitada” da amante.
A Constituição Federal deixa clara a importância da instituição familiar, e a amante não faz parte desse contexto! Milhões de mulheres em nosso país sofrem hoje em razão de ter esta instituição desfeita em razão da traição.
As feridas que uma amante causa em uma família não tem como ser medida, no coração da esposa então, não há como descrever.
Uma mulher que se relaciona com um homem casado receber pensão alimentícia, ainda causa espanto para muitos, dividir pensão por morte, mais espanto ainda! Até porque, esta deveria pagar danos morais à esposa, juntamente com o marido que jurou fidelidade no Altar! Parece Utopia, no entanto, basta perguntar a opinião de uma esposa traída para saber qual é a dimensão das cicatrizes das feridas causadas!
Não obstante, as maiores vítimas são os filhos, principalmente porque na maioria das vezes após trair, abandonar a família, ainda esquece-se dos filhos, sem falar na briga pela pensão alimentícia, porque a amante precisa ter uma vida “confortável”.
Nesse contexto, os prejuízos psicológicos para os filhos são irreparáveis! É necessário resgatar os valores familiares perdidos com o tempo, porque a família é onde a vida começa!!!
Muitos maridos buscam a felicidade nos braços de uma amante sem se preocupar com as consequências. No entanto, é uma família unida que virá a ser um verdadeiro alicerce na construção da felicidade!
Para quem trai só importa a satisfação de seus desejos e seus anseios individuais, mas a palavra “individual” não está diretamente ligada à palavra família, onde todos lutam pela felicidade uns dos outros.
Após uma traição, resta uma família desfeita, com sonhos destruídos, “só sobra o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo.” (Martha Medeiros)
*Advogada, Juíza Arbitral, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira, Mestranda em Desenvolvimento Regional da Amazônia pela UFRR. Acesse: dolanepatricia.com.br
Vaidade ou engano? – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A vaidade nos conduz ao engano. É como um espelho de fundo falso. Não reflete nada”.
Eu acho, não sei se você acha, que a empáfia é uma das maiores demonstrações de inferioridade. Fico com pena quando alguém, sobretudo uma mulher, passa por mim com a cara amarrada. Adoro quando vejo uma mulher com postura elegante. Poucas coisas me decepcionam mais do que ver uma mulher fumando, por exemplo. E se você pensa que uma coisa não tem nada a ver com a outra, corta essa. A elegância é uma forma de expressão. Talvez a mais eficiente. Uma pessoa elegante expressa sua importância. Mas é preciso saber distinguir a elegância da imponência. Uma mulher pode ser elegante vestindo um short, calça
ndo uma sandália ou coisa assim. O comportamento é que mostra o que somos. Quando sabemos nos comportar demonstramos nossos princípios.
Uma pessoa elegante nunca perde a linha. E perdemos a linha quando perdemos a paciência. E isso tanto vale para a mulher como para o homem. Tem nada a ver. Quando somos capazes de controlar nossas emoções somos superiores. E quando somos superiores não precisamos dizer que somos. Está parecendo papo enrolado? Mas a simplicidade é a raiz da importância. E não é fácil falar de uma coisa importante com simplicidade. Então permita que eu enrole um pouco mais. Não é fácil ser elegante; mas é muito simples. Se você quer ser uma pessoa elegante sem exibicionismo, seja simples. Sorria com simplicidade tanto quanto com sinceridade. A honestidade é um dos elementos indispensáveis à elegância.
Baixe um pouco mais seu tom de voz. Ninguém consegue ser elegante exibindo uma voz estridente. Mas não caia na esparrela dos regulamentos. Crie o hábito saudável de ser saudável. Nunca fale de seus problemas para as outras pessoas a não ser pra solicitar ajuda. E só peça ajuda na última instância. Pensamentos negativos não combinam com elegância. Tenha sempre em mente, lembre-se sempre, que você é o que você é, mas nem sempre o que você pensa que é. Não tente demonstrar o que você quer que as outras pessoas pensem de você. Seja o que você é e todos terão você como o que você é. E isso não é redundância. Orgulhe-se de você, sempre. Não importa o erro que você possa ter cometido. O que importa é o quanto você aprendeu com ele. E quando aprendemos passamos para as outras pessoas o que aprendemos. O importante é que façamos isso com elegância. Mas, nunca com arrogância. Separar o joio do trigo é o vulgar mais elegante que há. Seja você no que você é e não no que você pensa que é. Pense nisso.