Opinião

Opiniao 22 03 2018 5863

O recrudescimento da violência no Brasil – Flamarion Portela*

O assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, na semana passada, no Rio de Janeiro, reacendeu as discussões sobre o recrudescimento da violência no País.

Mortos com características de execução, Marielle e Anderson se tornaram símbolos de um problema que está em pauta em todas as rodas de conversa, desde os mais simples entes da população às grandes autoridades do País: a insegurança.

E esse caso acontece exatamente no momento em que o Estado do Rio de Janeiro passa por uma intervenção federal na área de Segurança Pública, demonstrando que é preciso um trabalho eficiente e eficaz por parte das autoridades, para que se possa dar um freio nessa onda de crimes que assola não apenas o Rio de Janeiro, mas a maioria dos estados brasileiros.

Os números da violência no Brasil atingem dimensões preocupantes. Aqui se mata mais do que em muitos países em guerra. Entre 2001 e 2015 houve 786.870 homicídios. A esmagadora maioria foi causada por arma de fogo (70%) e contra jovens negros. Se compararmos com algumas guerras internacionais deste século, veremos que o Brasil, com 210 milhões de habitantes, é o país que mais mata no século XXI. Desde que começou o conflito sírio, em março de 2011, morreram 330.000 pessoas. Já a guerra no Iraque soma 268.000 mortes desde 2003.

De acordo com o Mapa da Violência no Brasil divulgado em 2016, o Brasil matou nos últimos 15 anos o equivalente à população de Frankfurt, Sevilha ou João Pessoa.

E o problema da violência no Brasil tem repercutido internacionalmente, o que fez a Human Rights Watch, uma organização de defesa dos direitos humanos, chamar a atenção do mundo para a insegurança pública no país, inclusive para a violência praticada e sofrida por policiais.

Em 2016, 437 policiais foram mortos em todo o país, a maioria fora de serviço. E 4.224 pessoas foram mortas por policiais, 26% mais que em 2015.

São dados estarrecedores, que nos remetem de volta ao caso da vereadora Marielle e do motorista Anderson, pois no meio desse caso que consternou o Brasil e o mundo, um episódio lamentável envolvendo duas pessoas públicas que disseminaram notícias inverídicas (fake news) nas redes sociais a respeito da vida da vereadora Marielle: a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marília Castro Neves e o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF).

Não bastasse o problema da violência que já depõe negativamente para toda a sociedade, ainda temos de conviver com pessoas que disseminam mentiras na internet, querendo desacreditar a idoneidade e a reputação das próprias vítimas.

Que não só a morte da Marielle e do Anderson, mas de cada brasileiro que é vítima da violência, nos sirva de exemplo para que possamos buscar um mundo com mais harmonia, onde possamos viver com mais segurança e paz. *Ex-governador de Roraima

Legislação em excesso gera desemprego no telemarketing – Cassio Azevedo*

Tramita no Congresso um projeto de lei que cria um cadastro, a nível nacional, de bloqueio de ligações de telemarketing para clientes que não estiverem interessados. Projetos que buscam restringir os horários de contato com o consumidor também estão em discussão em alguns estados. Porém, o setor de contact center já é referência de mercado em auto-regulamentação.

Leis em excesso para um setor que já é fortemente regulamentado geram redução de vagas e afetam a economia, principalmente em um cenário de desemprego amplo no país. Estimativa da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) indica que 90 mil pessoas perderão seus empregos com a medida que limita o horário das ligações, prevista em lei do Estado do Rio de Janeiro e que pode ser proposta em outras normas Estaduais ou Federal. O número de desemprego de toda a economia será maior, já que a estimativa é somente das empresas associadas da ABT.

Lançado em 2005, o Programa Brasileiro de Autorregulamentação do setor de Relacionamento (Probare) determina como devem ser feitos os contatos com o consumidor e conta com um código de ética aplicado pela maior parte das empresas de atendimento ao cliente. O código de ética já determina que os contatos ativos somente podem ser feitos de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábados das 10h às 16h. São dez normas estabelecidas prevendo o respeito à privacidade, o bom relacionamento com o consumidor do serviço e o treinamento adequado dos operadores.

O Probare é uma iniciativa de três entidades: a ABT, a Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd) e a Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente (Abrarec). A cada ano são realizados 14 bilhões de contatos com serviços prestados e alguns casos isolados de descumprimento não podem ser tomados como representativos da atuação e eficiência do contact center. Ao mesmo tempo, o setor é líder na geração de empregos com carteira assinada. São aproximadamente 1,5 milhão de empregados formais (diretos e indiretos) e, se considerarmos apenas os empregos diretos, há uma geração de massa salarial de R$ 5,2 bilhões.

Além disso, o setor é conhecido por criar oportunidades em regiões do país com menos atividades econômicas, justamente as que mais são afetadas pela crise. A importância da atividade para a economia brasileira não pode ser subestimada, uma vez que gera renda, tem um efeito multiplicador na economia em termos de arrecadação e geração de emprego em outros setores, movimenta o comércio e facilita a ascensão social.

Apesar de não ter sido ouvido nas discussões das novas legislações propostas em nível estadual e federal que afetarão diretamente sua atuação, o setor pode e quer colaborar ativamente em debates e projetos, até porque defende a adequada regulamentação da atividade, como mostra sua iniciativa de autorregulamentação do Probare, já que o objetivo central é facilitar e promover o relacionamento e a satisfação do consumidor com as empresas fornecedoras de produtos e serviços.

*Presidente da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT)

Resista, não revide – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Nada tem qualquer poder sobre mim além daquil
o que permito por meio dos meus pensamentos conscientes”. (Anthony Robbins)

Nunca permita que alguém, quem quer que seja, decida por você. E alguém pode estar fazendo isso, e certamente está, se você decidir induzido pelos comportamentos ou atitudes dele. Quando alguém fizer alguma coisa que prejudique você e você revidar com o mesmo procedimento dele, você estará se nivelando a ele. Simples pra dedéu. Seja e se mostre superior pelo que você é e não pelo que os outros dizem ou querem que você seja.

Procure sempre modelar os que merecem ser modelados e não imitar os que não merecem ser imitados. Nunca valorize os pontos fracos dos fracos. Observe sempre os pontos fortes dos fortes. É nestes que devemos nos espelhar. A convivência com os menores nos torna menores. No passar do rodo vamos nos nivelando pela familiaridade fora da família. Deu pra sacar?

Sempre que nos recusamos a revidar num agravo, somos vistos como covardes. Mas não se apoquente se alguém ver você por esse prisma. Na maioria das vezes nossos gestos de grandeza não são vistos como tal, pelos que só vêem pelas frestas da realidade. E a realidade não deve ser vista por rachaduras e sim na amplidão da verdade, seja ela qual for. Tenha muito cuidado antes de tomar uma atitude, em represália, que se equipare à atitude que está levando você à mesma atitude. Os bons exemplos edificam, sempre. Mesmo que só venham a ser percebidos com o passar do tempo. Mas mesmo assim eles constroem, não destroem.

Seja você mesmo no seu caminho de lapidação. Lapide-se com suas atitudes. Seja seu próprio lapidador. Construa em você a joia cujo valor é mensurável. E não a medimos porque não estamos à altura da medição. É quando só o tempo vai mostrar o que somos ou o que fomos. E ninguém além de você mesmo é capaz de fazer de você o que você realmente quer ser. A escolha é e sempre será sua. Construa sua família, sua vida e seu mundo com o que você tem de melhor. E o que você tem de melhor esta dentro de você. É só saber usar. E tai outra coisa que ninguém além de você pode fazer por você. Está repetitivo? A Cultura Racional nos ensina que o ser humano não aprende as coisas, acostuma-se a elas. E isso, só conseguimos com repetições, mesmo que sejam as mais simples. Não se torne um repetitivo porque você vai se tornar um chato. Mas use as repetições como lição, desde que elas sejam edificantes e positivas. E não conseguimos nada positivo com pensamentos nem atitudes negativas. Pense nisso.

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