Bom dia,

Pobres de nós brasileiros. Estamos numa discussão interminável se um ex-presidente, já condenado em primeira e segunda instâncias da Justiça, vai ou não, ser obrigado a cumprir a pena de prisão que lhe foi imposta. Para saber sobre isso, somos os brasileiros e as brasileiras, obrigados a assistir cenas degradantes entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ora trocam ofensas e acusações entre si – denúncias que não são apuradas –, ora deixam toda uma Nação à espera de uma decisão, que adiam por quase quinze dias, por conta de viagens marcadas para tratar de outras agendas; e inclusive, porque dão a si próprios uma semana de recesso por conta da Semana Santa, que oficialmente só é feriado na sexta-feira.

E enquanto isso se passa na Suprema Corte da Justiça brasileira – que em mais de quatro anos de operação Lava Jato, não foi capaz de condenar um único político com mandato, protegido pelo foro privilegiado –, o Brasil desce de ladeira abaixo empurrado pela falência do sistema de Segurança Pública, que flagrantemente perde a guerra para o crime organizado; pela crise econômica, que está longe, muito longe, de ser vencida quer no curto prazo, quer no longo prazo.

Quem quiser ter uma pálida ideia do quanto anda ruim a economia brasileira, com o que disse recentemente o renomado economista sul-coreano, Ha-Joon Chang: “As pessoas têm que entender como é séria a redução da indústria de transformação no Brasil. Os anos 80 e 90, no ponto mais alto da industrialização, esse setor representou 35% da produção nacional. Hoje não é nem 12%, e está caindo. O Brasil está experimentando uma das maiores desindustrializações da história, em um período tão curto. O país tem que se preocupar”.

Estamos voltando, sob o ponto de vista econômico, a ser um país exportador de matérias-primas, como éramos antes da revolução industrial brasileira, iniciada pelo governo de Getúlio Vargas no início dos anos 30 do século passado. E a consequência disso? Perda de empregos de qualidade, e aumento daqueles empregos com baixo salário, e sem produtividade. Por isso, o país não cresce significativamente, faz pelo menos três décadas. E continuamos nas mãos de bandidos, e se Lula da Silva, vai ou não, para a cadeia.

PRAZOEsta, e a próxima semana, vai ser de revoada de políticos saindo de um partido para outro, ou mesmo realizando a primeira filiação em busca de uma sigla para se abrigar, e disputar algum cargo eletivo nas próximas eleições. É que termina no próximo dia 6 de abril, o prazo para que qualquer eleitor conte com seis meses nalguma agremiação partidária para disputar cargo eletivo. É também a data fatal para que detentores de mandatos possam trocar de sigla, sem correr o risco de perda dos atuais mandatos. Tem muita gente fazendo as contas, olhando o tal de coeficiente eleitoral para definir seu rumo.

INUNDAÇÃOBoa Vista enfrentou na semana passada, uma grande inundação. E não foi provocada por água, pois afinal, ainda não chegou a estação chuvosa. O que fez a Capital do estado ficar em situação de inundação foi a distribuição de milhares de um panfleto intitulado “Boa Vista Segue em Frente”, de autoria do notório senador Romero Jucá (MDB), onde ele aparece em textos e fotos ricamente impressos como o grande benfeitor, verdadeiro ideólogo e provedor dos recursos que financiaram todas as obras executadas pela Prefeitura de Boa Vista. Ontem, um ouvinte da Rádio Folha, que mora no bairro São Bento ligou para resmungar: “Aqui não tem essas obras. E a prefeita Teresa Surita é figura decorativa na PMBV?”.

PARTEAliás, ontem ao conceder entrevista ao programa “Agenda da Semana”, da Rádio Folha, o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima (PMRR), coronel Edison Prola, disse que a Guarda Civil Municipal, da Prefeitura Municipal de Boa Vista, tem de fazer sua parte na questão da Segurança Pública da Capital. “Eles têm quase 400 integrantes, tem armas e todas as condições de realizar policiamento ostensivo. Para que servem viaturas novas?”, disse Prola. Ele respondia a uma pergunta de uma ouvinte que reclamava da falta de segurança no terminal de ônibus no Centro, e na região do chamado Beiral, que apesar da demolição da maioria dos prédios, continua sendo palco de tráfico e consumo de drogas.

HINO NACIONALMédico, dos mais tradicionais de Roraima, mandou mensagem para a Parabólica, via WhatsApp, elogiando o governo do estado pela inauguração do Hospital das Clínicas Wilson Franco, que fica situado no Bairro Pintolândia. “Acredito que a Folha de Boa Vista em consonância com seu ideário de educar o cidadão, poderia registrar a ausência pelo cerimonial de se cantar o Hino Nacional na belíssima inauguração do novo Hospital de Clínicas”, disse o médico. Está feito o registro.

RECONHECIMENTOGente que faz política por idealismo, e não se torna um profissional dela e um carreirista quase nunca faz questão do estrelato. Estamos lembrando disso para falar que o Hospital das Clínicas, inaugurado no último sábado pela governadora Suely Campos (PP), nasceu por vontade; e financiado em boa parte, por emenda ao orçamento da União de autoria do médico Augusto Botelho, na época em que ele era senador da República. É claro, outros parlamentares também trouxeram dinheiro para sua conclusão, e compra dos equipamentos, mas, é preciso lembrar o pioneirismo de Augusto Botelho.