Jessé Souza

O velho e bom papel 5911

O velho e bom papel

Com o seu negócio bilionário em risco, a quem o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, recorreu para tentar salvar sua pele por conta das notícias falsas e, mais recentemente, do roubo dos dados de 50 milhões de usuários, os quais foram usados ilegalmente para influenciar a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e o referendo do Brexit, na Inglaterra?

Zuckerberg correu para pagar anúncios de página inteira nos maiores jornais impressos dos EUA e da Inglaterra, assumindo a responsabilidade e pedindo desculpas pelo escândalo que derrubou o valor de mercado de seu negócio. Isso significa o que já foi dito aqui, em outros tempos: que a imprensa tradicional é o último reduto da credibilidade no mundo dos “fakes” alimentado pelas redes sociais, em especial o Facebook.

Muitos já anunciaram o apocalipse do papel, com o fim dos velhos jornalões com cheiro de tinta. Com o escândalo do “fake news”, Zuckerberg deu mais um sopro de vida à imprensa tradicional, comprovando que o maior papel dos jornais impressos é ser o guardião da verdade, onde o leitor repousa sua confiança em tempos de mentira.

Até o dono do Face sabe que sua rede mundial poderosa não seria suficiente em si mesma para passar credibilidade à opinião pública mundial. Afinal, é dela que parte a manipulação de mentes e corações, em que o internauta não só está sujeito a cair nas armadilhas das notícias falsas, o “fake news”, como também pode ter seus dados sigilosos roubados para fins de manipulações perigosas, por meio de seus algoritmos, como uma eleição presidencial da maior potência mundial, os Estados Unidos.

Esse é o momento para o velho e bom jornal impresso reerguer-se, assumindo sua posição como o último reduto da credibilidade em favor da sociedade e como centro de monitoramento do poder, que é uma de suas principais missões. Sem uma imprensa livre, combativa e comprometida com a verdade, a democracia corre sérios riscos e a opinião pública torna-se presa fácil para todos os tipos de ditadores, tanto de esquerda quanto de direita.

Com o escândalo do “fake news”, é imprescindível que o internauta faça uma reflexão sobre esse mundo de fantasia e mentiras ao qual ele foi conduzido, como gado marcado por meio de “curtidas”, “compartilhamentos” e “adicionamentos”. E que a imprensa tradicional reafirme sua posição diante das mentiras nas redes sociais, renovando seu compromisso com um mundo menos injusto. Vida longa ao papel!

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