As boas recordações que vivem em nós para sempre – Francisco de Assis Campos Saraiva*
O dia 21 de março foi um dia sufocante para os nossos corações. Deixou-nos para sempre, atendendo ao chamado do nosso Deus Pai Criador, o grande amigo RAMIRO FRANCISCO DA SILVA, com 88 anos e uma lição de vida cristalina que ficou para todos nós. Ramiro foi uma das primeiras amizades que fiz quando aqui cheguei em 12 de abril de 1971. Bom companheiro, fiel amigo e um chefe de família de grande valor. Em seu velório, repassavam em minha mente os bons momentos vividos entre nós. Em 1973 fizemos juntos a primeira viagem, que nos levou à Guiana e Venezuela, as capitais. Em 1975, fizemos uma longa viagem, tendo Abel Raposo e Carlinho Freire como outros companheiros de jornada. Conhecemos quase toda a Itália e em Roma, no Vaticano, na Basílica de São Pedro, fomos recebidos pelo Papa Paulo VI, que nos abençoou, graças ao valioso empenho de D. Servilio Conti, que era Bispo da Prelazia de Roraima. Visitamos Roma em toda a sua parte histórica, inclusive o Coliseu e a Roma Moderna. Como estávamos no Ano Santo, passamos pela porta principal da Basílica de São Pedro, que se abre a cada 25 anos decorridos. Em Veneza andamos de Gôndola numa tarde de pôr de sol radiante ao encanto de todos. Visitamos a Torre inclinada de Pisa, que desafia a lei da gravidade. Visitamos o Cemitério de Pistoia, onde está a memória póstuma dos pracinhas, inclusive dos brasileiros que sacrificaram suas vidas na última grande guerra. Na Itália, além de Roma e as cidades mencionadas, passamos por Turim, Milão, Verona, Bolonha, Florença e outras. Da Itália, fomos para a Grécia, onde ficamos em Atenas por quatro dias e hospedados em frente ao Partenon, monumento histórico da Grécia. Pelo Mar Egeu, fomos até as Ilhas Gregas, inclusive a de Patmos, onde o Apóstolo João escreveu o Apocalipse, em 95 d.C. Em Atenas visitamos vários monumentos históricos de grande valor para a humanidade. A viagem foi belíssima. No Egito, onde permanecemos por três dias no Cairo, entramos nas Pirâmides do Egito tão badaladas por todos. Visitamos Londres, onde passamos três dias e ficamos hospedados no Hotel Cumberlande, no centro de maior movimentação da cidade, numa época em que o frio estava sufocante. Parte da França, Espanha, Áustria e fomos para Lisboa, a bela capital de Portugal, onde ficamos por três dias, ouvindo fados e conhecendo os pontos históricos e atraentes da linda Metrópole. Foi um passeio magnífico a toda prova. Os quatro companheiros dessa memorável viagem: Abel Raposo, Carlinho Freire e agora o Ramiro estão no Paraíso Celeste. E estou eu, aqui, aos 80 anos, fazendo essa narrativa doida e saudosa, como lenitivo da dor que sentimos com a ida para sempre do dileto amigo Ramiro, que nos fará contristados sempre. A convite desse valoroso amigo entrei para o Rotary Clube de Boa Vista e Associação Comercialde Roraima, quando era Presidente das duas Entidades. Também, na mesma época, me fez convite para ingressar na Maçonaria, da qual era Presidente e, apesar da boa vontade existente em mim, na época, tão assoberbado que estava não dispunha mais de um tempo livre por semana, que era a reunião de praxe da Entidade. E assim o fato não se concretizou.
Ramiro Francisco da Silva tem uma dignificante história transcorrida em terras roraimenses. Chegou à Boa Vista ainda jovem, vindo do Ceará, natural da cidade de Quixará, atual Farias Brito. Afeiçoou-se a terra e a ela se entregou de corpo e alma, fazendo da mesma a sua morada permanente. Sendo um jovem dinâmico, trabalhador e versátil, não tardou a obter prosperidade no comércio de peças e acessórios de bicicleta e motocicleta, com sede na Avenida Jaime Brasil, local de maior densidade de pessoas, com o nome inicial de Quixaraense. Anos depois mudou a denominação para Rimpex. Tornou-se um empresário forte, dinâmico, próspero, arrojado, querido e admirado por todos. Foi Presidente da Loja Maçônica Liberdade e Progresso por três vezes, chegando ao grau de Grão-Mestre. Foi Presidente da Associação Comercial e Industrial de Roraima por três vezes e Presidente do Rotary Clube de Boa Vista por três vezes, deixando a marca inconteste de seu talentoso trabalho e a boa amizade que cultivou em toda a sua trajetória de vida no transcorrer dos anos que se foram. Foi um chefe de família exemplar e muito querido pelas pessoas com quem mantinha relacionamento de amizade, tanto pessoal como profissional. Tinha no íntimo a boa vontade de bem servir, principalmente aos mais necessitados. Pai de Leila, Ramiro Filho, Paulo Barrudada, Eliana, Verônica e Ana Miriam. A ida do dileto amigo Ramiro nos causou profunda consternação e a saudade que vai permanecer em nós para sempre. Deixamos, aqui, o nosso abraço sentimental fraterno de condolências para toda família enlutada e, em especial, aos filhos, os dezenove netos e os cinco bisnetos componentes da distinta família. Que o amado Deus abençoe a todos, nos horizontes da vida que prossegue, mantendo em cada um de nós a chama viva da imensa saudade que deixou e a lembrança que ficará eternamente em nossos corações. As coisas acontecem na hora certa. Exatamente quando devem acontecer. Deus, generoso como sempre é, deixou que o amigo Ramiro completasse 88 anos no dia 17 de março, que reuniu a família e os filhos que estavam distantes. Quatro dias depois, mais precisamente no dia 21, veio a falecer, numa Graça Divinal para todos que estavam em seu derredor. Momentos felizes louvem a Deus. Momentos difíceis busquem a Deus. Momentos silenciosos adorem a Deus. Momentos dolorosos confiem em Deus. Cada momento agradeça a Deus. Porque Ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre. “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. (João 4.24).
*Oficial R1 do Exército, Escritor e Empresário, Membro da ALB e da ALLCHE.E-mail: [email protected]
E daí? – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Pela falta dos outros, o homem sensato corrige as suas”. (Osvaldo Cruz)
O tempo vai passando, as coisas mudando, a vida correndo e o homem aprendendo apenas o necessário para sua evolução racional limitada pelo irracional. Os períodos eleitorais sempre foram tremendamente chatos. Sobre tudo para os que acompanham o desenvolvimento. É aí que a jiripoca pia, a onça bebe água e a vaca vai pro brejo. E só depois de quatro anos de a coisa acontecida é que poucos aprendem com as faltas dos outros. Mas, infelizmente, só aprendem os conscientes das consequências. Estamos em mais um período eleitoral. A chatice é a mesma. E vai ser, enquanto não aprendermos a aprender com os erros, tanto os dos outros quanto os nossos.
As eleições, nesse curral eleitoral nacional continuam nos mesmos moldes. Aqui e acolá deparamo-nos com um candidato que pode ser a solução, ou seria se fosse notado. Mas o diabo &eac
ute; que só se nota quando há mancha. E esta serve exatamente para que notemos. E nada mais. E é aí que começamos a medir o tamanho das manchas. E, o pior, vão prevalecer a mais aparente. As discussões nas ruas, porque não há mais esquinas, estão cada vez mais fúteis e inúteis.
Que tal se parássemos de discutir e passássemos a agir? Que tal se começarmos a analisar o problema não com nossa visão, mas com uma visão mais abrangente? Em vez de pensar nos nossos interesses pessoais, pensar nos interesses coletivos; nos benefícios que a população teria com a eleição de determinado candidato, do que com meus próprios benefícios com aquele outro; que, mesmo sabendo que o outro deveria estar debaixo do tapete, você vai elegê-lo porque ele vai beneficiar você. Em que categoria de cidadão você pretende estar, se é que há cidadania diferente?
Vamos aprender a aprender com os erros e defeitos dos outros, evitando-os, para que não nos igualemos no que não devemos ser iguais. Está na hora de você mudar, para mudar o que deve ser mudado. Continuar no mesmo patamar é agir como se fossemos elefantes de circo; treinados desde a tenra idade para viver preso à ilusão de não poder ir além do chinelo. Lembra-se do que o então Ministro do STE falou sobre Roraima há pouco mais de uma década? As palavras do Ministro foram um prato cheio para o que pensávamos que fosse a última farra. Não foi. Mas não vamos deixar que ela continue. Em vez de ficar reclamando, lembre-se das palavras do Menotti Del Picchia: “A própria imperfeição é imprescindível à obra perfeita”. É só a gente aprender com ela. A responsabilidade é nossa. Pense nisso!