Bom dia,
São Carlos é uma cidade do interior de São Paulo com quase 250.000 habitantes, e uma renda per capta de cerca de R$ 41.000 reais. É uma cidade universitária com várias instituições de ensino superior, públicas e privadas, que abrigam uma população estudantil de cerca de 30.000 pessoas, locais e também vindas do todo o país em busca de ensino de qualidade. A relação entre habitantes comparados com pesquisadores doutores é a maior do país, o que tornou a cidade um centro que reúne milhares de empresas de alta tecnologia, que por sua vez geram milhares de empregos com salários elevados. São Carlos, é de fato, uma espécie de Vale do Silício tupiniquim, e deveria servir de exemplo para muitos outros lugares do país.
E por que estamos falando hoje, cá na Parabólica, sobre aquela cidade interiorana paulista? É que no começo do século XXI, Boa Vista era desenhada como uma cidade universitária, com pelo menos três universidades públicas e outras três privadas. Nossa população universitária que chegou a casa dos 30.000, número igual ao dos universitários matriculados nas instituições de ensino superior de São Carlos. Infelizmente, aquele início alvissareiro foi se perdendo na incompetência local de transformar Boa Vista num centro moderno de tecnologia e numa economia à altura das rápidas transformações pelas quais passa a geração de emprego mundo a fora.
E, mais uma vez, porque estamos perdemos a oportunidade de transformar Boa Vista, num centro universitário de excelência, com reflexo nos setores produtivos moderno, como requer os novos tempos, em que a economia vive, sem lugar a dúvida, a quarta revolução industrial. Em primeiro lugar, porque nossos governos, o estadual e o do município, nunca tiveram preocupação e competência para perceber a janela de oportunidades que se oferecia com a abertura de tantos cursos de nível superior nas instituições públicas e privadas locais. Com a honrosa exceção do ex-prefeito Iradilson Sampaio, que criou a Área de Livre Comércio e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), nada foi feito em prol da geração de emprego.
Outro grande problema que está jogando pelo ralo a oportunidade de desenvolver Roraima, via a existência de milhares de vagas ofertadas em nível universitário, é a natureza dos cursos oferecidos e as discussões no interior das universidades, aí incluído o Instituto Federal de Tecnologia. Lá em São Carlos, a oferta de cursos é centrada na área de tecnologia, biotecnologia, matemática e física, que permitem a geração de expertises voltadas à criação de empresas modernas e pequenas, as chamadas startups, que produzem muitos empregos e têm mercado assegurado.
Aqui, em Roraima, as instituições públicas e privadas de ensino ofertam cursos nas áreas de humanidades, um pouco na área de saúde, e quase nada em matéria de tecnologia e biotecnologia. As discussões nos campi universitários estão centradas nas questões do ambientalismo, indigenismo, socialismo e políticas inclusivas, que importantes, mas que não podem sufocar a prioridade que deveria ser dada ao ensino para preparar as pessoas, especialmente, os jovens para esse mundo em rápida e profunda mudança, que aparentemente é irreversível. O mundo está modificando rapidamente a natureza do emprego. É bom pensar nisso, enquanto é tempo.
NÃO RECEBEU
Ontem, domingo (01/04), em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, a senadora Ângela Portela (PDT) revelou que nunca recebeu qualquer telefonema ou mesmo uma simples nota de agradecimento, por parte dos empresários de Roraima, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) validou a emenda apresentada por ela que elevou de 20% para 50% a área que poderá ser explorada em lotes localizados em floresta. A medida acresce em cerca de dois milhões de hectares a superfície sujeita ao aproveitamento econômico no Estado. De fato, isso viabiliza o sonhado agronegócio em Roraima. Essa gente prefere coisas menores.
QUASE TODOS
Ontem, de manhã, quase todos os auxiliares diretos da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), postaram nas redes sociais mensagem de apoio à candidatura dela ao Governo do Estado, nas próximas eleições de outubro. Analistas políticos dizem que esse é um sinal concreto de que o ânimo da prefeita em deixar o Palácio 9 de Julho até o dia 7 de abril, para concorrer ao governo estadual não arrefeceu. Nos últimos dias, foi intenso o boato de que ele teria repensado, e aconselhada por alguns assessores teria desistido de disputar o governo. Esses auxiliares não teriam soltado essas notas de apoio sem o consentimento da chefe.
RUMORES
Na esteira dos boatos de que a prefeita Teresa Surita teria desistido de disputar o Governo do Estado, outros surgiram dando conta de uma longa conversa entre o notório senador Romero Jucá (MDB) e o ex-governador Anchieta Júnior (PSDB). Fruto dessa conversa teria sido desenhada uma composição que teria Anchieta para o governo, Jucá para o Senado, e provavelmente Luciano Castro (PR) como vice. Embora pouco crível, tem gente garantindo ter ouvido de Anchieta esta possibilidade de acerto.
CONVÊNIO
A Prefeitura de Boa Vista não tem cadastro de todos os veículos que circulam na Capital, e por isso, tem de se valer do cadastro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Se a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) revogar, via Decreto Legislativo, o convênio entre o Detran e o Smtran, restará impossível o lançamento das multas flagradas pelos radares goianos.