Bom dia,

Ah! Como seria bom se o Governo Federal tivesse a mesma rapidez na tomada de providências para o enfrentamento dos problemas trazidos pela imigração venezuelana como o foi na reação à decisão da governadora de Roraima, Suely Campos (PP), de dar entrada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Ação Civil Pública pedindo a suspensão provisória da entrada de migrantes venezuelanos no estado. Suely Campos diz, entre outras coisas, que o governo estadual já não dispõe de recursos financeiros e humanos para suportar o sobre-esforço a que estão submetidos os órgãos estaduais dos setores de segurança, saúde e educação públicos, por conta da demanda dos venezuelanos.

A governadora de Roraima, diz ainda, que até agora as providências adotadas pelo Governo Federal para o enfrentamento da grave crise que se instalou no estado por conta da migração em massa de venezuelanos são insuficientes e só tangenciam a necessária solução dos problemas. Citou, por exemplo, a tal interiorização dos migrantes para outros estados da federação brasileira, que parecia a panaceia para a resolução do problema, e que até agora atingiu apenas 266 pessoas, todas portadoras de diplomas de curso superior. Apesar da prometida montagem de um centro de triagem, até agora o que tem sido feita é uma simples contagem das pessoas que entram no estado.

Pela manhã, a governadora protocolou no STF a Ação Civil Pública, e no começo da noite, o Presidente da República, Michel Temer (MDB), que participava da esvaziada reunião da Cúpula Das Américas, em Lima (Peru), disparou: “Isso é incogitável”. No mesmo tom, o ministro das Relações Exteriores, Aluísio Nunes Ferreira, que nunca veio a Roraima para ver extensão dos problemas trazidos pela migração em massa, disse que o Governo Federal não cogita adotar a proibição da entrada de venezuelanos no Brasil, e que todas as providências para o enfrentamento do problema já vinham sendo adotadas.

Tanto o presidente, quanto o seu ministro, parece viver noutro mundo. Não é possível que não venham sendo informados de que os problemas enfrentados, também pelos pobres venezuelanos afugentados pela profunda crise que se abate sobre seu país, está se agravando a cada dia que passa. Rigorosamente, o que tem sido feito até agora pelo Governo federal, não pode sequer ser classificado como paliativo. Longe disso, os problemas sequer foram, até agora, tangenciados, e que todos concordam com a governadora do Estado de que algo tem de ser feito. E com urgência.

LEGALEm entrevista concedida ontem, domingo, (15), ao programa Agenda da Semana, da Rádio folha, a governadora Suely Campos disse que antes de entrar com a Ação Civil Pública, pedindo a suspensão temporária da entrada de migrantes no estado, os assessores jurídicos do estado ouviram especialistas em direito internacional. Dessas audiências restou o convencimento do governo de que essa suspensão temporária da entrada de migrantes no Brasil é perfeitamente legal, e não fere dispositivos da Lei de Imigração, recentemente aprovada no Brasil, e nem os acordos internacionais firmados pelo país, sob a ótica do regime internacional de direitos humanos.

RESPEITODurante a entrevista dada à Rádio Folha, a governadora Suely Campos fez questão de dizer que conhece a história de estreito relacionamento entre brasileiros e venezuelanos. Por isso mesmo, gostaria de colocar os serviços públicos estaduais à disposição dos migrantes venezuelanos, mas lembrou que existe uma limitação grave de recursos orçamentários, e nesse sentido faz muito tempo que vem apresentando projetos ao Governo Federal, especialmente na área de segurança pública, e que até agora não mereceram qualquer resposta. “Eu desejo dar assistência aos venezuelanos migrantes, mas não posso fazer isso deixando de atender os milhares de roraimenses que também precisam”, disse a governadora.

LAVA VOTOSTambém em entrevista ao programa Agenda da Semana, ontem, domingo, (15), o vereador Linoberg Barbosa (REDE) disse que não costuma nominar os corruptos que dominam a política brasileira, pela simples razão de que a imprensa tem feito seu papel, revelando diariamente o envolvimento deles em malfeitos com o dinheiro público. “Citar seus nomes. Só lhes dá publicidade. De qualquer forma, o que eu digo é que o juiz Sérgio Moro, tem cumprido seu papel, apesar das críticas que lhe possam ser feitas. Agora, é a vez dos eleitores brasileiros fazerem sua parte ‘Lavando Voto’. Eu, por exemplo, sequer imagino votar em gente acusada, com provas contundentes de corrupção”, diz o vereador, que é também professor da Universidade Federal de Roraima.

QUASECom lançamento da pré-candidatura do empresário Antônio Denárium (PSL), o quadro de candidatos ao governo estadual para a eleição de outubro está quase completo. Tudo leva a crer que não teremos qualquer surpresa até junho, mês das convenções partidárias. Até agora o cenário está assim: Suely Campos (PP), candidata à reeleição; Telmário Mota (PTB), Anchieta Júnior (PSDB); e Antônio Denárium (PSL). A expectativa fica agora em torno da montagem dos palanques e seus respectivos candidatos e candidatas ao Senado Federal. E tem correligionários de um candidato dizendo que ele terá dois palanques.