Tareco e Mariola
Walber Aguiar*
”A morte é apenas uma ilusão absurda que não consegue matar a bondade e a lembrança que levamos pra sempre…”
Era um dia como outro qualquer. Poderia até nem ser, pois ele nos deixaria à mercê de nossas próprias tristezas e apequenamentos. Mas ele se foi e carregou consigo a marca da alegria, do bom humor, da grandeza nordestinizada, aquela que marca os dias cheios de palma, cultura, tarecos e mariolas da vida.
Mas Clerton Farias foi embora quase na sexta-feira treze. Irônico, pois não havia azar em sua vida. Os gatos pretos não habitavam seu subconsciente, completamente preenchido pela brincadeira, alegria, vontade de agradar, de amar e ser amado. Nem podia carregar dentro de si o medo de superstição, a tendência de acreditar naquilo que lhe roubaria a autoestima e o brilho dos spots existenciais que lhe banhavam o rosto e o ser em movimento.
Clerton era um ser glamourizado, brilhante, sempre alinhado. Entendia que a roupa completava o essencial, o caráter. Por isso se vestia bem, organizava o cerimonial do governo com maestria, segurança e vontade de fazer bonito, com toda a pompa e circunstância que os eventos exigiam de sua organização e performance.
Era um cabra da peste arretado, filho de Itapajé, no Ceará. Daí a nordestinização, a bravura e a marca que faz do nordestino um ser forte e resistente. Por isso Clerton Farias se lançava de cabeça nos planos e projetos, nos tarecos e mariolas da vida. Mais uma vez a alma nordestina da figura linda e controversa mergulharia na sensibilidade alheia, ao viver para a arte e a cultura, ao tentar fazer da vida algo mais suportável, com sua fina ironia e sua risada escandalosa.
Por ser lindo era amado, por ser alto astral sempre estava nas rodadas de conversas pelos bares e pelos eventos que tão bem organizava. Sempre cercado de amigos e fãs, ele deixa uma enorme lacuna na cultura de Roraima, no coração de quem o estimava, no inconsciente coletivo de homens e mulheres movidos por sua grandeza e alegria.
Vá em paz amigo. Um dia nos encontraremos debaixo dos grandes cajueiros dos infinitos, com o peito cheio de transcendência e as mãos cheias de tarecos e mariolas.
*Advogado, Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras
Abaixo a perturbação da ordem pública
Marlene de Andrade*
“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” (Rm 12:21).
Marthin Luther King nasceu nos Estados Unidos em 1929 e lá viveu até ser assassinado, barbaramente, em 1968. Ele lutou profundamente pela causa dos negros desse país, pois eles além de serem segregados, eram também discriminados de forma muito humilhante.
King passou pelo planeta terra fazendo diferença e jamais usou armas. Um dia ele disse: “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito” e foi exatamente isso que ele fez, ou seja, agiu do jeito que pôde pela causa negra sem jamais perder o entusiasmo por esse conflito com os brancos, mas muito pelo contrário, seguiu até o fim de sua vida lutando pelos direitos civis dos negros, demonstrando na prática o que na verdade são os Direitos Humanos e não os “direitos desumanos”.
Esse homem não era líder de uma milícia e sim um ativista político do bem, o qual jamais fomentou a luta armada. E o interessante é que o termo militante lembra milícia e atitudes nada cristãs e coerentes com a moral e os bons costumes. Marthin, um homem extraordinário, não tinha militantes e sim seguidores.
Trazendo essa história para os nossos dias, percebemos militantes de partidos de esquerda cometendo inúmeras atrocidades e como, exemplo, cito a Venezuela e Cuba. E aqui no Brasil, entre tantas barbáries, cito a queima de pneus, crime ambiental de grandes consequências ao meio ambiente, pessoas e animais; o impedimento do direito de ir e vir dos indivíduos; pichações, haja vista a pichação na fachada do prédio onde reside a Ministra Cármen Lúcia, algo bastante afrontoso e o vandalismo, o qual virou rotina contra os jornalistas. E o pior é que essas pessoas das bandeiras vermelhas, lamentavelmente não vão presas, devido suas atrocidades.
É incompreensível perceber que ainda tenha gente que vota em comunistas, uma ideologia satânica que desde 1917, nunca deu certo em nenhum país. Por tudo isso, não consigo ver o “poderoso chefão” como ativista, pois ele e sua trupe gostam mesmo é de arruaças e quebra-quebra.
Para mim compõe a lista de ativistas Marthin L. King, Mahatma Gandhi, Chico Mendes, Malala Yousafzai e entre outros tantos, Madre Tereza de Calcutá, os quais não pichavam muros, fachadas, não agrediam as pessoas, não atiravam pedras e nem tampouco matavam ou destruíam e sim somente construíam. *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT, ex-militante da Convergência Socialista/PT.
Decida você
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Permitir que sua mente discorra sobre o inferior é tornar-se inferior e cercar-se com coisas inferiores”. (Wallace Wattles)
Há momentos na vida em que somos forçados a ceder. E quem cede sempre perde. O importante é não valorizar tanto a perda. O importante é saber que nem sempre quando cedemos estamos nos inferiorizando. Ao contrário, muitas vezes nos valorizamos não perdendo tempo com quem ou o que não merece nossa atenção. Mas, tenha muito cuidado. Quando nos afastamos de alguém por considerar que ele não vale nossa atenção, estamos nos nivelando com ele. Por que não lhe dar atenção, mesmo sabendo que ele não a merece? O importante é que no dar atenção não nos familiarizemos. A familiaridade, essa sim, pode nos levar à desvalorização. Nunca deixe de cumprimentar alguém por considerá-lo inferior a você. Mostre-se superior sendo superior. E quando somos superiores não precisamos dizer que somos. Sua presença diz exatamente quem e o que você é. Então tenha cuidado com sua apresentação. Nunca naufrague na pequenez da futilidade. Decida sempre o que você realmente quer ser. E não se esqueça de que quando somos realmente superiores, nunca somos suficientemente bons. Temos que melhorar a cada hora, cada dia, cada instante.
Procure entender o mundo em que você está vivendo. Não se deixe levar pela
onda avassaladora do pessimismo. Não se deixe levar pela corrente espalhafatosa da violência atual. Ela, hoje, não é maior nem mais drástica do que a de tempos atrás. O mundo sempre foi violento e sempre será. O importante é que você não se dixe abater nem amedrontar. A violência vem do natural, mesmo quando não é natural. Não perca seu tempo com noticiários negativos e amedrontadores. Faça sua parte no que você puder fazer para amenizar sofrimentos, mas não colaborando com seu sofrimento. Não perca seu tempo pensando em derrotismo, em negativismo, senão você mergulhará no poço da derrota. Não ignore o sofrimento alheio, mas não se envolva com ele. Isso pode lhe soar desumano, mas não é. É racionalidade. Acredite no que você pode e deve fazer para melhorar o mundo, melhorando a vida dos que estão à sua volta. E todos nós estamos.
Você é um ser de origem racional. Tem tudo de bom dentro de você. Mas não se esqueça de que você é dono e senhor do seu livre arbítrio. E com ele você pode seguir o caminho ou vereda que bem entender. A escolha para o bem ou para o mal é sua e só sua. Seu comportamento social vai depender da educação que você recebeu no seu berço.Mas o mau e o bom estão em você. A escolha é sua. Pense nisso!