Chuvas e as máscaras O inverno roraimense chegou definitivamente e começa a revelar a verdadeira Boa Vista que não costuma aparecer nas propagandas institucionais, aquela onde a mobilidade urbana não existe, onde não há praça – muito menos aquelas floridas e bem iluminadas –, e onde asfalto e esgoto de drenagem são um sonho distante.
A Capital de Roraima foi uma das poucos que nasceu planejada, na década de 1940, cujo urbanismo se concentrou na área central. Desde lá, a cidade foi largada pelos seguidos governantes, que não se preocuparam em planejar nada, muitos menos consertaram o que ia sendo esculhambado pelo crescimento populacional desordenado.
A prefeita Teresa Surita (MDB) parou de ser cobrada por adversários políticos só pelo fato de ter desistido de concorrer ao Governo do Estado. Mas isso não deveria ocorrer. A cobrança precisa continuar, pois ela está no seu quinto mandato e suas ações estão longe de honrar os quase 20 anos que ela está no comando da cidade.
É fato que ela tem realizado ações que agradam os munícipes, principalmente quando se trata de estética, mas a forma de governar de Teresa resume-se a ações em pontos centrais e estratégicos da cidade, largando os bairros mais distantes à falta de infraestrutura, a qual a população merece e paga caro por meio de impostos.
Com a chegada das chuvas, percebe-se que as obras de drenagem e asfaltamento beneficiam bairros centrais e as principais avenidas que dão acesso aos bairros mais populosos. Entrando para a periferia de verdade, as ruas e avenidas de terra batida se transformam em atoleiros e lagoas nesse período de inverno.
A educação infantil é outro setor deficiente. Basta olhar para o bairro onde a prefeita mora, o Cidade Satélite, onde há três obras de escolas pró-infância abandonadas, enquanto a população cresce. Até o aterro sanitário virou um lixão a céu aberto, e isso porque a prefeitura paga um valor milionário para uma empresa cuidar daquele local. Esse amontado de lixo que polui o solo e o ar fica visível a todos que trafegam pelo trecho sul da BR-174, na saída para Manaus (AM).
Esses são alguns exemplos do que é Boa Vista quando se tiram as máscaras das propagandas na TV e nas redes sociais. Embora não seja mais candidata, Teresa será um cabo eleitoral de luxo de quem busca principalmente imunidade parlamentar, por isso mesmo precisa ser monitorada e questionada. O munícipe quer uma cidade não só bonita nas áreas centrais, mas com estrutura nos mais longínquos bairros. É para isso que ela vem sendo eleita e assim deve ser cobrada incessantemente.
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