Antonio de Souza Matos*
O que leva o homem a afastar-se de Deus e a deleitar-se nos prazeres transitórios do pecado? Sem dúvida, a falta de temor. Se soubesse o alto preço que tem de pagar por sua rebelião, achegar-se-ia logo a Deus (Tg 4.4-10). Na Bíblia, há fartos exemplos de pessoas que escolheram mal e que sofreram, na própria pele, a merecida punição por seu erro. Mas, neste artigo, gostaria de falar de apenas uma delas, Sansão.
Sansão, que em hebraico significa “pequeno sol”, tinha tudo para ser bem-sucedido e feliz. Embora a apostasia dominasse a nação de Israel,ele nasceu em uma família que amava a Deus. Foi consagrado ao Senhor desde o ventre materno para ser um instrumento de libertação do seu povo, que sofria, haviaanos, debaixo do jugo dos filisteus, um povo cruel e idólatra. Ele também obteve dos pais a instrução necessária paraservir, agradar e adorar a Jeová.
Além de todos esses privilégios espirituais, Sansão recebeu do Senhor uma força física descomunal. Era capaz de vencer, sozinho, centenas de adversários. Não havia, em toda a Terra, homem mais forte que ele. Como narizeu (pessoa separada para o uso exclusivo de Deus), deveria cumprir alguns preceitos estabelecidos por Jeová, a fim de manter-se forte para lutar contra os filisteus e libertar Israel. Não deveria, por exemplo, cortar os cabelos e nem tomar vinho ou qualquer outra bebida alcóolica. Além disso, deveria abster-se de alimentos considerados impuros.
No entanto, Sansão, assim que se tornou adulto, desprezou os mandamentos do Senhor e os conselhos dos pais. Profanou a aliança, engodado pelas concupiscências da carne e dos olhos, e pela soberba da vida. A primeira loucura que fez foi apaixonar-se por uma mulher estrangeira e de má reputação – uma filisteia. Não adiantaram os apelos dos pais para que buscasse uma mulher entre as descendentes de Abraão – uma esposa temente a Deus. Ele, quando questionado, respondeu ao pai enfaticamente: “Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos” (Jz 14.3b).
Não demorou muito para que a mulher o traísse, revelando aos compatriotas segredos que punham em risco a integridade física do marido. Mais tarde, quando ele se ausentou de casa, ela, com a conivência dos pais e dos patrícios, se lançou nos braços do melhor “amigo” dele.Mas Sansão não aprendeu a lição. Tratou logo de arrumar outra mulher filisteia, Dalila – muito mais sagaz. Ela lhe fez pior do que a primeira: com artimanha e malícia de prostituta profissional, conseguiu arrancar-lhe o segredo de sua força incomum. Assim, ele foi completamente dominado pelos inimigos do seu povo, que lhe vazaram os olhos, prenderam-no e puseram-no para girar um moinho no cárcere.
Os filisteus se alegraram com a derrota do inimigo, zombaram de Deus e fizeram uma grande festa a Dagom, o deus deles. E, para alegrar a festa, introduziram o pobre Sansão no templo para fazer o papel de bobo da corte.Sansão, o “pequeno sol”, teve um fim trágico: morreu pelas próprias mãos quando, com as forças renovadas por Deus, derrubou as colunas do templo de Dagom sobre si e sobre os idólatras filisteus. É esse o fim de todo aquele que escolhe o mundo e suas concupiscências, em vez de deleitar-se em Deus e de anelar pelas glórias celestiais (I João 2:15-17).
*Professor e revisor de textos. E-mail:[email protected]
O vigor da arte
Oscar D’Ambrosio*
Não são poucos o que perguntam qual foi o saldo da SP-Arte, feira de artes visuais que se encerrou em 15 de abril. Geralmente as respostas desse tipo de evento, que tem na movimentação do mercado uma de suas razões de ser, passa pelo número de visitantes e de negócios feitos.
Nada há de mau nisso, pois arte é um negócio e como tal precisa de compradores. Muito mais interessante, porém, para o nosso enriquecimento humano, é a peça, no Teatro Faap-SP, ‘O escândalo de Philippe Dussaert’, de Jacques Mougenot, monólogo que discute a arte contemporânea com rara inteligência e humor.
A peça mostra que é possível ser denso sem ser chato. O texto recupera a essência do teatro, ou seja, criar ilusões que fazem pensar sobre a realidade. O artista plástico mencionado no título da peça não existe e muito menos o escândalo tratado pelo autor, mas as questões apontadas sobre o significado da arte contemporânea são muito atuais.
A peça de teatro recupera o vigor da fantasia para entender melhor a arte contemporânea como um universo em que ameaçadoramente tudo se pode, e, portanto, onde o nada é onipresente. O risco está no poder do discurso de ocupar o espaço da visualidade. Aí sim as artes plásticas podem estar mortas. *Mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura
Por que não nos entendemos?
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“É o desejo inerente de agradar à mulher que dá a ela o poder de fazer ou desfazer o homem”. (Napoleon Hill)
Você entende de mulher? Entende-as? Eu também não. E é por isso, talvez, que as adoro, admiro e venero. E por isso mesmo não concordo muito com Napoleon Hill, no que ele diz na frase citada aí acima. Para mim, a força que faz com que a mulher faça ou desfaça o homem vai muito além da vaidade dela. É uma força natural, inerente, especial. Não sei quem inventou essa história de que Deus criou o homem primeiro de depois a mulher. A história mais furada da paróquia. E como não sou especialista em coisa nenhuma, tenho o livre direito de dizer o que penso. E o que penso é que se Deus a fez depois, foi para corrigir os erros cometidos na criação do homem. Mas deixemos as questões inquestionáveis de lado e vamos ao assunto.
No sei, não me lembro, como as coisas aconteceram milênios atrás. Mas está me preocupando como elas estão acontecendo atualmente. As mulheres continuam lutando pelo que elas têm direito inegável, inquestionável, indubitável. E quando temos o que é nosso, pegamo-lo sem arengas. Quando a mulher descobrir o poder de dominação que ela tem, não tem por que brigar para conseguir. Quer uma sugestão, Eva? Valorize-se no que você é, e não no que você quer que digam ou achem que você é. É aí que está o segredo. Você é a rainha do amor, do sexo, do poder. Com tais poderes você pode dominar sem brigar nem questionar. É só se valorizar no que é. Valorize-se com o conhecimento. Pare com essa pantomima de achar que o ciúme faz com que você domine e mantendo preso quem já é prisioneiro de você. Pura tolice. Vença fazendo com simplicidade e amor.
Quer mais uma sugestão, Eva? Entre o amor, a paixão e o ciúme, há diferenças que os separam. E se é assim, mantê-los separados e longe um do outro é o mais inteligente que uma mulher inteligente pode e deve fazer. Faça isso, lembrando-se de que o amor não tem definição; a paix&atil
de;o é um desequilíbrio emocional e o ciúme é descontrole mental. Você nunca vai ver uma pessoa civilizada, racionalizada e ciumenta. Características que mantêm a paixão no equilíbrio do amor. Deu pra sacar? Reflita sobre isso e pare de ficar brigando pelo que já é seu. Você é a dona até de quem, ingênua ou tolamente, pensa que é seu dono. Conquiste seus direitos com sua presença, seu comportamento, sua postura. Você tem tudo isso. É só aprimorar aprimorando-se. Adão que se cuide. Quem manda ele não ter inteligência suficiente para descobrir o que você realmente é? Pense nisso.