Jessé Souza

Nao e um repeteco 6115

Não é um repeteco

Não se trata de um artigo repetido nem de falta de assunto neste imenso feriadão que só o Brasil permite – para a alegria dos que não gostam de trabalhar e sofrimento para os empreendedores reféns do arrocho e do ócio oficial. O fato é que mais uma morte foi registrada no Sul do Estado, exatamente em São Luiz do Anauá. O assunto é grave, por isso merece ênfase.

Como já foi escrito aqui, são crimes de execução sumária por acerto de conta entre facções criminosas, cujo motivo é a disputa por tráfico de drogas numa região estratégica por ficar perto da divisa com o Amazonas, portanto de fácil acesso a Manaus, e por ser uma região sem polícia, onde a única delegacia da região fecha depois do almoço e apenas um policial militar fica de plantão em cada uma das cidades.

A situação só não está pior porque recentemente foi reativada Operação Sentinela, no posto fiscal de Jundiá, na entrada de Roraima pelo trecho sul da BR-174, depois da divisa com o Estado do Amazonas, no Município de Rorainópolis. Antes disso, aquela rodovia federal era um caminho largo para todos os tipos de tráfico partindo da Venezuela, ao Norte, e da Guiana, a Leste, além do trânsito de bandidos de toda espécie.

Porém, o Estado de Roraima perdeu todo o controle da criminalidade naquela região, por falta de efetivo, de estrutura das polícias e também de vontade política, uma vez nada foi feito nesta atual administração para melhorar a estrutura das polícias Civil e Militar naquela importante região.

Lá os policiais estão acuados, de mãos atadas, apenas “enxugando gelo” e fazendo o básico para proteger a população e suas próprias vidas, uma vez que não há efetivo nem armamento a altura para o caso de uma quadrilha especializada em assaltos resolvesse agir naquelas cidades ao longo da BR-210, que interliga os municípios de São Luiz do Anauá, São João da Baliza e Caroebe, este que já fica a Sudeste, na divisa com o Estado do Pará.

É fato que o Governo do Estado acabou de lançar um concurso para a Polícia Militar, mas é apenas uma jogada em ano eleitoral, uma vez que essa administração não consegue sequer pagar em dia o salário do funcionalismo público. Ou seja, esse concurso será mais uma obrigação que ficará para a próxima administração resolver, já que esta atual decepcionou todos que lhes deram o voto de confiança. Então, a insegurança pública continuará um flagelo para todos, policiais e população da Capital e do interior.

*[email protected]: http://roraimadefato.com/main/ No escuro do quarto