Um quadro desolador O protesto realizado ontem por alunos da Escola Estadual Maria das Dores Brasil, no bairro 13 de Setembro, na zona sul da Capital, é mais um capítulo dos graves problemas enfrentados na educação estadual, tanto na Capital como no interior do Estado. A falta de merenda escolar deflagrou a mobilização dos estudantes, mas a crise vai mais além, com a estrutura física precária das escolas, sendo esta outra situação que complica a vida de alunos e professores.
A falta de alimentos para os estudantes da rede pública já vinha sendo anunciada desde o mês de março, pois o Governo do Estado havia usado verba da merenda e transporte escolar para pagamento do duodécimo aos demais poderes constituídos e órgãos, o que gerou uma dívida de R$ 20 milhões com o Governo Federal, que foi parcelada para o Estado pagar.
Apesar de os contratos para fornecimento de alimentos para a merenda escolar e transporte de alunos terem sido renovados, as empresas têm se negado a fornecer e prestar os serviços, inclusive houve uma greve recente realizada pelos donos de transporte escolar, que deixou centenas de crianças desassistidas no interior e zona rural de Boa Vista.
Em outra ponta, com o não fornecimento de alimentos, começou a faltar merenda em toda rede estadual. Antes dos alunos da Escola Maria das Dores realizarem a manifestação, pais de alunos já tinham feito a denúncia de falta de alimentos para os seus filhos nas escolas do sul do Estado, durante evento realizado pela Assembleia Legislativa no Município de Caroebe, no fim do mês passado.
Os professores da rede estadual também realizaram um ato público, nesta quinta-feira, para cobrar seus direitos e melhorias de condições de trabalho no governo Suely Campos (PP). Eles cobram pagamento de retroativo de progressões, reposição salarial e enquadramento. O governo vem se escondendo de suas obrigações e sequer cumpre o acordo judicial feito com a categoria desde a última greve.
Esse é o retrato da educação estadual, que deixa faltar merenda e transporte escolar, não paga os direitos dos professores e deixa os prédios das escolas em situação precária, principalmente nos municípios do interior, onde há turmas assistindo aulas em locais improvisados.
Quando a governadora leu sua Mensagem Governamental na abertura do ano legislativo deste ano, ela disse que seria, entre outras coisas, a “Suely da Educação”. Mas a realidade mostra um quadro desolador nas escolas públicas, exposto pelos recentes protestos de alunos, professores e pais. E fica a pergunta: como vamos mudar a realidade do Estado com uma educação deficitária? Com a palavra, os gestores…
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