Opinião

Opiniao 08 05 2018 6153

Tecendo a vida – Walber Aguiar*

A vida é um cesto que se tece todos os dias

Ela era multimidiática. Uma pessoa extremamente carismática. Vivia cercada de gente e de palavras. De fio em fio foi tecendo a vida no centro de artesanato e nos plenários da vida. Gente que faz falta não apenas pelo óbito repentino, mas pelo tempo em que vivia ausente, fosse escrevendo, opinando, costurando a vida com os fios do silêncio.

Ora, Maria Luíza, a nossa Malu, viveu como bem entendeu viver e buscou tecer grandes amizades. Não apenas o artesanato, pelo qual se dava e usava como terapia, mas em meio aos seus pares da Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores, Fier e Academia Roraimense de Letras. Por onde passava Malu espalhava luz e alegria. Costumava partilhar o que tinha com os menos favorecidos, por ver no próximo bocados substanciais de humanidade. Daí o enorme senso de alteridade, a preocupação com aqueles que viviam largados a própria sorte.

Malu não apenas tecia os pontos de seu artesanato existencial, ela também costurava letras e montava biografias, enquanto falava de sua terra, do grandioso Estado de Roraima, cantado por Dirson Costa, o maestro, e pelo sonetista Dorval de Magalhães, o maior poeta da terra de Macunaima. Escrevia para se imortalizar, pois era imortal da Academia Roraimense de Letras. E nesses registros despejava todo sentimento e historicidade, por entender que Roraima é terra de prosperidade, de botos e cobras grandes, de lavrados e igarapés, de buritis e índios que vivem uma vida naturalmente simples e profundamente bela e autêntica.

De tanto envolvimento com o outro, Malu lançou-se na vida pública, pois entendia que o viés político não se serve apenas da corrupção e dos expedientes fraudulentos, mas se lança na direção daqueles que vagam por aí, esquecidos, daqueles que a vida esqueceu num canto, das vítimas da incompetência administrativa e dos saques ao erário. Foi deputada, teceu projetos e leis que beneficiavam a toda essa gente marcada por uma vida de gado. Também como vereadora, se dispôs a cuidar da cidade como se sua casa fosse. Por isso Malu esteve cercada de gente na vida e na morte.

Ali estavam sessenta coroas, vindas de todos os lugares de relevância. Flores que simbolizavam o carinho, a ternura com que Maria Luíza Campos tratou os seus iguais. Emocionante o dia de sua despedida, quando foram narrados pedaços de vida, deixados por essa mulher guerreira, de fibra, simples, talentosa e cheia de vida.

Descanse em paz querida e confrade. Um dia nos veremos no chá das cinco celestial. E aí conversaremos nos átrios gloriosos do infinito…

*Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho de Cultura, advogado e membro da Academia Roraimense de [email protected]

Imigração venezuelana desordenada – Marlene de Andrade*

“Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” (João 13:35). Pacaraima é a cidade roraimense por onde entram dezenas de venezuelanos, diariamente e por isso aquele local está sofrendo graves problemas com essa imigração de forma, cabalmente, desordenada.

A maioria chega aqui sem dinheiro e sem perspectivas, fugindo de seu país comandado por um governo ditatorial e por isso acaba indo às ruas pedir esmolas e empregos, os quais já são tão difíceis para os brasileiros. O que mais causa pesar é o número de crianças que ficam nas ruas acompanhadas de seus pais.

Ainda bem, que têm muitos brasileiros ajudando-os, mas a pergunta que fica é: até quando Roraima vai poder dar asilo a esses refugiados?

Os hospitais estão ficando mais abarrotados devido a essa imigração tão mal conduzida, inclusive sobrecarregando as equipes de saúde como um todo.

Claro que tudo isso causa preocupação aos brasileiros que aqui vivem, pois a gente não sabe quem está entrando em nosso estado. Será que não estão vindo desse país, criminosos de alta periculosidade? Essa situação tem que ser bem planejada para que o número de crimes em nosso estado não aumente. A Bíblia, nesse contexto, afirma que devemos fazer tudo com ordem e decência e não da forma como essa migração está sendo conduzida.

Sendo assim, temos que nos preocupar com a criminalidade que terá chances de aumentar e concomitantemente o tráfico de drogas e a prostituição. Também não podemos nos esquecer das DST/AIDS que têm chances de aumentar além também da epidemia de sarampo herdada desse povo. E quem terá que pagar essa conta?

A Governadora de Roraima solicitou ao Governo Federal que fechasse a fronteira do Brasil com a Venezuela, mas pelo visto, ela não foi atendida. Segundo fiquei sabendo, extraoficialmente, a ONU enviou uma ajuda para esse sofrido povo, porém parece que essa ajuda não está sendo suficiente para suprir de forma eficiente às necessidades desses imigrantes.

Há quem afirme que aqui já residem muitos venezuelanos e uma grande parcela das mulheres desse país está grávida e possui filhos em idade escolar. Será que temos escolas para toda criança venezuelana? E será que essa migração não vai gerar uma grande instabilidade dentro de Roraima?Eu sei que o Exército Brasileiro, o povo, os Governos locais e as Nações Unidas estão ajudando de forma humanitária essas pessoas, mas tudo tem limites. Não temos que ser xenófobos, porém em tudo há que haver equilíbrio e bom senso. *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMTCRM/RR 339- RQE/339.

Aprender é desafio – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo Da Vinci)

Aprender a errar também faz parte do acertar. E como acredito nisso, peço desculpas pelo erro que cometi na minha crônica de ontem. Eu disse que o meu filho, Alexandre Magno foi acometido da ELA, em 1977, quando na verdade foi em 1997. Agora dá pra você acompanhar o drama.

Corrigido. Agora vamos falar de nós. Você comete muitos erros? Se você comete, com certeza, você vai se tornar um sábio, um bom político. Mas não vamos continuar errando nas brincadeiras. Vamos falar sério. Já falei, por aqui, que segundo a Cultura Racional, nós, seres humanos, aprendemos com erros e repetições. Nunca se aborreça com seus erros. Aprenda a aprender com eles e nunca fique ligado a eles. Se se ligar perde ponto. Sei o quanto é difícil, a gente se esquecer d
e um erro, sobretudo quando ele nos trouxe prejuízos. E pior quando o prejuízo causado pelo erro afetou outras pessoas. É aí que a onça bebe água.

Leve seu erro na brincadeira. Mas não exagere. A brincadeira deve ser íntima. Ria no seu interior. Mas não deboche. Faça do seu erro um acontecimento benéfico que levará você pelas veredas da vida, apontando a saída. Não se esqueça de que o sol tem que se pôr para que tenhamos uma nova manhã. E quando o sol se põe leva com ele todos os nossos erros do dia. Porque se eles ficarem atenazando você, é você quem vai pagar o pato. Procure não errar, mas se errar não erre se martirizando. Peça desculpas, com sinceridade. Não se curve, mas reconheça seu erro e o risque do mapa. Se se sentir meio tonto, lembre-se do Tomas Edson. Quando ele errava numa experiência sempre dizia que não tinha errado; tinha aprendido como não fazer da próxima vez.

O erro faz parte do aprendizado. Nos inícios sofremos pacas, para aprender o mais simples que é o alfabeto. Lembra-se de quantas vezes você teve que repetir as mesmas letras, para decorá-las? Lembro-me disso sempre fico treinando com minha neta, de seis anos de idade, ensinando-a a juntar as sílabas, formando palavras simples. Ela se diverte pra dedéu. Faça isso com seu filho. Ensine-lhe o quanto é simples aprender, sem dar muita importância aos erros que são parte do aprendizado. Faça do seu erro um acerto. Mas não caia nessa de pensar que pode fazer o que quer, por não considerar errado. Somos animais sociais além de racionais. E a sociedade tem regras que devemos seguir para que sejamos exemplo para nossos descendentes. Não esqueça que o exemplo é a melhor didática. Não acreditar nisso já é um erro. Pense nisso.

*[email protected]