Bom dia,

CANDIDATURABastou a governadora Suely Campos (Progressistas) ficar afastada por uma semana do expediente normal no Palácio Senador Hélio Campos para que os bastidores da política local ficassem inundados de boataria de que ela desistira da candidatura à reeleição. A maioria dos boatos atribui essa eventual desistência da governadora de disputar o pleito a uma bem articulada operação de convencimento do deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade). Fontes da Parabólica garantem que não tem qualquer fundamento essa boataria, e afirmam que essas informações chegam a irritar os assessores da governadora. “Isso não tem qualquer probabilidade de ocorrer. É tudo uma estratégia de adversários para enfraquecer a candidatura da governadora”, disse à Coluna uma pessoa muito próxima da atual chefe do Poder Executivo estadual.

COORDENAÇÃOCorreligionários da governadora dizem que a estrutura de coordenação da campanha dela já está sendo delineada. Será uma equipe que terá a missão de organizar a campanha de reeleição, e dela dois nomes são dados como certos na sua composição: o da secretária estadual do Trabalho, Emília Campos Santos, e o do secretário extraordinário da Articulação Institucional, Marcelo Lopes, cujo prestígio vem aumentando rapidamente junto ao núcleo mais próximo da governadora e do ex-governador Neudo Campos. Ainda não foram definidos outros nomes e quem será o coordenador-geral. Essas providências, aos olhos dos correligionários de Suely, são provas de que sua candidatura à reeleição é irreversível.

EXONERAÇÃOOutro indício de que a candidatura da governadora não tem retorno foi a decisão que ela tomou de exonerar da presidência da Junta Comercial do Estado, a esposa do empresário Antônio Parima, um velho e tradicional aliado do ex-governador Neudo Campos. Parima teria dito que apoiaria a candidatura ao governo de Antônio Denárium (PSL), seu sócio no Frigo10, um dos maiores empreendimentos privados do Estado, e só no caso de não sair qualquer outro sócio como candidato ao governo, ele apoiaria a reeleição da governadora Suely Campos. A esposa do deputado Brito Bezerra (Progressistas), outra fiel e tradicional aliada do ex-governador Neudo Campos, foi nomeada para presidir a Junta Comercial.

LINHA DE FRENTEQuando decidiu apoiar a candidatura de Antônio Denárium, o empresário Antônio Parima foi solicitado por correligionários da governadora Suely Campos a manter uma conduta discreta com relação ao processo eleitoral. “Acontece que o Parima é determinado e não esconde suas posições, e vem assumindo um papel de linha de frente na condução da campanha de Denárium, o que levou, é claro, a pressões sob a governadora para que tomasse a decisão de exonerar sua esposa da presidência da Junta Comercial”, disse à Parabólica um amigo do empresário.

CONVENIÊNCIAA decisão liminar do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou reduzir, em atendimento a um pedido do Estado, de 4,5% para 3%, das receitas líquidas do Estado as despesas com pessoal do Poder Legislativo estadual, pode resultar em nova saia justa entre a governadora e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Jalser Renier. O percentual de 4,5% vinha sendo uma prática, mais ou menos tolerada pelos órgãos de fiscalização desde os tempos da administração de Ottomar Pinto. Como o governo não questionava juridicamente a irregularidade, virou norma em todas as LDOs e LOAs estaduais desde lá. Como ninguém questionava, os órgãos de fiscalização, até por conveniência, fechavam os olhos para a prática.

APERTOComo o Tribunal de Cantas do Estado (TCE) é um órgão auxiliar do Poder Legislativo, a decisão do ministro Luís Roberto Barroso vai afetar também suas despesas de pessoal. É que os 3% terão que ser divididos entre a ALE e o TCE, lembrando que no caso desse último órgão, devem ser destinados no mínimo 0,8% das receitas líquidas para despesas com pessoal, restando teoricamente, 2,2% para a ALE. Atualmente essa distribuição é de 1% e 3%, respectivamente. Isso quer dizer que tão logo a decisão de Barroso venha a ser obedecida, tanto a ALE quanto o TCE terão que fazer um enorme ajustamento em seus gastos com pessoal, com consequente corte especialmente em cargos comissionados. Vem aperto por aí.

GOLPISTADeu na Agência Estado, uma das mais prestigiadas do país: “O líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (MDB-RR), foi hostilizado nessa quarta-feira (9/5), no Congresso, por um grupo de manifestantes contrários à privatização da Eletrobras. Ele deixava a comissão mista, onde o texto principal da Medida Provisória 814/2017 foi aprovado, o que abre caminho para a venda da empresa. Na saída, o parlamentar foi cercado por aproximadamente 15 pessoas, que, aos gritos, o chamavam de ‘golpista’”.

VENDAA aprovação do texto básico, na comissão mista, da Medida Provisória 814/2017, Medida Provisória 814/2017 é fundamental, a fim de destravar a licitação das seis distribuidoras da estatal, atuantes no Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Alagoas e Piauí. Nessa matéria, Jucá e sua agora correligionária Maria Helena Veronese, são posições isoladas. O restante da bancada de senadores (Ângela Portela e Telmário Mota) e os outros sete deputados federais (Remídio Monai, Shéridan Oliveira, Édio Vieira, Carlos Andrade, Abel Galinha, Hiran Gonçalves e Jhonathan de Jesus) são contra a privatização da Eletrobras, e especialmente a venda da Boa Vista Energia.