Bom dia,

As rápidas transformações que estão se processando no mundo, na esteira do que se está chamando de quarta revolução industrial, torna difícil prever com exatidão como viveremos no futuro próximo. A maneira de viver, de trabalhar, de se divertir, e de pensar. E tudo ocorre numa mesma geração, e de forma tão rápida que a maioria das pessoas não parece perceber. Milhões de ocupações são destruídas a cada dia e com essa destruição milhões de empregos vão se extinguindo numa velocidade como nunca vista na história da humanidade. E pior, aqueles empregos criados pelas novas tecnologias são em número muito mais reduzido do que o número dos destruídos. Só para se ter uma ideia, especialistas preveem que em economias semelhantes à brasileira, nos próximos cinco anos cerca de 40% das atuais ocupações serão destruídas, sem que os milhões de brasileiros e brasileiras desempregados possam ser reciclados e reinseridos no mercado de trabalho.

Enquanto tudo isso ocorre basta, uma observação superficial para perceber que o ensino ministrado em nossas escolas, a começar pelas de nível médio, muitos professores preferem discutir as opções entre capitalismo e socialismo, como se nossos jovens já tivessem conhecimento teórico para minimamente discernir entre as opções, que, aliás, dominaram e dividiram o mundo, no quase longínquo Século XX, afinal já estamos quase terminando as duas primeiras décadas do Século XXI. Nas nossas universidades, especialmente nas públicas, o cenário não é diferente, o que mais se discute nessas instituições é igualmente um cenário de discussão entre direita e a esquerda, ambientalismo e regimes internacionais, orquestrados desde o mundo desenvolvido. Aliás, nesses países o ensino em todos os níveis já está focado nas grandes transformações dessa quarta revolução industrial.

Se nossa educação está desfocada dos novos tempos, imagine no campo da política tupiniquim. Em vez da discussão, sobretudo a eleitoral, sobre as propostas dos pré-candidatos à Presidência da República quanto à inserção nesse mundo digital, sob o surgimento de uma forma de inteligência artificial, bem como suas capacidades de liderar o país nesse rumo de modernidade, estamos ainda discutindo se Lula da Silva (PT) poderá ou não ser candidato. Ou ainda na mesma direção, quando muita gente no Brasil ainda pensa em votar em canalhas que lideraram e se beneficiaram do maior processo de corrupção da história do país. Sejam quais forem as justificativas, quase todas de um cinismo assustador, para dar mandatos parlamentares a esse tipo de gente.

Aqui em Roraima o quadro é ainda mais preocupante. Talvez decorrente daquilo que temos classificado aqui mesmo da Parabólica, da falta de identidade ética, moral e cultural, políticos que em outros estados seriam vaiados e hostilizados chegam até a presidir reuniões de categorias profissionais. Parece que para essa gente cínica e oportunista não interessa se esses políticos têm um rastro de marcas de roubalheira de dinheiro público. Dá vontade de ser mineiro, um povo com forte identidade, que em três eleições votou em Aécio Neves, de tradicionalíssima família daquele estado, e que agora não está conseguindo, sequer andar pelas ruas mineiras sem ser hostilizado pela população. Viva o povo mineiro!

ACORDOFrases ouvidas por um leitor da Parabólica, que fez questão de fazermos o registro: “Eu estava abastecendo meu carro num posto de combustível na saída da cidade quando ouvi dois caminhoneiros conversando. Um deles perguntou ao outro, que estava com a carreta cheia de calcário vindo da Venezuela, se os auditores fiscais federais na fronteira em Pacaraima, que estão em greve, já estavam liberando a entrada do produto no Brasil. O caminheiro perguntado respondeu que depois de um acordo entre o pré-candidato ao Governo do Estado, Antônio Denárium (PSL), e o notório senador Romero Jucá (PMDB), as carretas que faziam fila na fronteira estavam sendo liberadas”, disse o leitor. É mole?

APERTO?A Receita Federal do Brasil anunciou a formação de uma força tarefa para investigar parlamentares sobre possível enriquecimento ilícito, que pode ser medido pela evolução do patrimônio incompatível com a renda que recebem esses parlamentares. Os auditores-fiscais prometem fiscalizar também a evolução do patrimônio das pessoas ligadas aos parlamentares como esposa, filhos e outros aderentes. Será que também serão capazes de identificar os laranjas, que nalguns casos, chegam a se transformar em laranjais, que fariam inveja a grandes produtores de São Paulo. Será dos vera, ou apenas para justificar serviço em tempos de eleição. Aqui em Roraima, se a Receita Federal quiser mesmo investigar, em qualquer esquina vai encontrar informantes e sinais exteriores de riquezas de parentes de alguns políticos que nunca trabalharam, e da noite para o dia, viram milionários. Parlamentares não têm privilégio de foro quando se trata de sonegação fiscal.

FIDELIDADEE vem aí para um prova de que somos uma republiqueta de banana. Os partidos políticos terão para bancar seus candidatos nas próximas eleições, a bagatela de R$ 2,588 bilhões (R$ 888 milhões do Fundo Partidário e R$ 1,7 bilhão do Fundo Eleitoral). Tudo dinheiro público, retirado da educação, da saúde e de outros setores prioritários para a população. Pois bem, os caciques partidários já disseram que a distribuição da grana entre os candidatos não será equânime, pois aqueles que se mostraram mais fiéis a direção dos partidos receberão mais.