Os conselheiros e candidatos à reeleição para o cargo de Conselheiro Tutelar de Boa Vista Augusto Valente e Aldecimário Barros participaram do programa Agenda da Semana, da rádio Folha AM 1020, na manhã deste domingo, 11, e trataram do pedido protocolado na Promotoria da Infância e Juventude, no Ministério Público do Estado de Roraima, requerendo a anulação da eleição na Capital, que aconteceu no domingo retrasado, 4.
Para o apresentador do programa, Getúlio Cruz, os candidatos alegaram que foram constatadas 12 supostas irregularidades no pleito, realizado pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA). Ainda de acordo com eles, não houve transparência no processo eleitoral. “Desde a publicação do edital para seleção dos candidatos, o CMDCA tem agido de forma irregular”, afirmou Aldecimário Barros.
Após o pedido de anulação do pleito que elegeria 16 candidatos ao cargo de Conselheiro Tutelar de Boa Vista, realizado no dia 4 de outubro, o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), responsável pela elaboração da eleição, está solicitando a presença de todos os 52 candidatos para a recontagem dos votos, que irá acontecer nesta quarta-feira, 14, a partir das 9h da manhã no auditório do prédio da Defensoria Pública do Estado.
Dentre as irregularidades apontadas pelos conselheiros, está o número diferente de eleitores registrado em uma das urnas de Boa Vista. Segundo o candidato Augusto Valente, nesta seção teriam 270 eleitores, mas no livro de assinaturas constavam 271 pessoas.
Augusto Valente destacou ainda problemas com as atas das seções eleitorais, documento contendo tudo o que aconteceu na sessão durante a votação, e que deve ser assinado por todos os ficais e mesários do local. Conforme ele explicou, muitas atas estavam em branco com assinaturas e outras continham fatos inverídicos sobre a seção. “Alguns fiscais foram impedidos de assinar as atas por que elas continham acontecimentos que não existiam”, destacou o conselheiro.
Outro ponto levantado pelo candidato trata-se da apuração dos votos, que aconteceu na noite do domingo, na quadra da escola Euclides da Cunha. Ele explicou que o número de votos que constava nas zerésimas (boletim gerado pela urna eletrônica ao final da votação) de algumas seções não batiam com a quantidade de votos divulgados no momento da apuração. “Um determinado candidato tirou 40 votos numa urna. Na hora de gritar para passar para o painel, passaram 64 votos. O mais incrível é que ninguém fazia nada em relação a esse descaramento”, explicou Augusto Valente.
O possível erro foi detectado pelos candidatos que conseguiram ter acesso às zerésimas de algumas seções. “Em algumas seções, a presidente e a comissão não deixou os fiscais assinarem a ata e noutras negaram uma cópia das zerésimas aos fiscais”, denunciaram.
Ainda entre as supostas irregularidades levantadas, está a falta dos nomes de alguns candidatos nas urnas e também o sumiço do envelope de uma das 42 seções eleitorais da Capital. “São situações que mostram o quão irregular e sem fundamento esta eleição foi. Não vamos admitir que candidatos que não têm compromisso real com o cargo sejam eleitos e usem a função como ação politiqueira, por exemplo”, ressaltou o conselheiro tutelar Aldecimário Barros.
Na eleição do dia 4, 52 candidatos concorreram a 16 vagas de conselheiro tutelar em Boa Vista. Caso a eleição seja anulada e não ocorra uma nova eleição até o mês de janeiro de 2016, quando os eleitos deveriam assumir, o mandato atual dos conselheiros será estendido até que sejam eleitos novos conselheiros. (J.L)
Conselheiro pede que candidatos compareçam à recontagem de votos
Sobre a recontagem dos votos, que acontecerá nesta quarta-feira, 14, o conselheiro Augusto Valente afirmou que isto só ocorreu devido à enxurrada de pedidos.
“Foram pedidos feitos não só por nós, que entregamos o documento solicitando a anulação do pleito ao CMDCA, mas por outras pessoas também”, disse Augusto Valente, candidato a reeleição, durante entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, que foi ao ar neste final de semana.
De acordo com o conselheiro, todos os candidatos devem comparecer a recontagem. “Mesmo todo o processo estando comprometido, essa é uma oportunidade para que possamos dissipar todas as dúvidas que tivemos”, disse.
Para ele, é importante não permanecer calado diante da situação. “Peço aos amigos que compareçam, mas que não assinem nada que não seja exclusivamente de acordo com a regularidade dos fatos. Não custa nada e pode ajudar a esclarecer muitas dúvidas que ficaram”, disse Augusto Valente. (J.L)