Opinião

Opiniao 18 05 2018 6222

O pai do filho pródigo – Antonio de Souza Matos*

Como agir com filhos que, quando crescem, se tornam rebeldes, ingratos e levianos? Repreendê-los de modo severo? Agredi-los fisicamente? Expulsá-los de casa? Cortar a comunicação com eles? Essas atitudes às coisas mais difíceis. O pai do filho pródigo da parábola bíblica nos mostra como devemos agir.

Não devemos assumir uma atitude de autocomiseração (ter pena de nós mesmos). Quando o filho lhe pediu sua parte na herança para sair de casa e buscar os prazeres no mundo, numa clara atitude de rebelião e desprezo ao pai, este não apelou para que o rapaz repensasse sua decisão. Não fez nenhuma chantagem emocional para dissuadi-lo. Simplesmente lhe entregou o dinheiro e o deixou partir. Não se pôs a choramingar pelos cantos da casa repetindo: – Eu não mereço isso! Eu não mereço isso!…

Não devemos também levantar a voz contra Deus. Em nenhum momento, o pai blasfemou, lançando a culpa sobre o Senhor pelo infortúnio: “Por que me deste um filho assim?!” Ele tinha consciência de que, embora Deus estivesse no controle de tudo, não poderia agir como um tirano, um déspota, tolhendo o livre arbítrio. Ele não duvidava da bondade de Deus, ainda que tivesse de atravessar os vales da sombra da morte, chorando, de vez em quando, por causa da ausência do filho e do caminho tortuoso escolhido por ele.

Devemos nos alegrar na esperança de ver o nosso filho restaurado. O pai suportou a dor que lhe traspassava o coração porque acreditava que Deus, um dia, traria seu filho de volta completamente transformado. Ele sabia que o Senhor usaria as circunstâncias para mudar o coração do filho, levando-o a perceber o engano em que se metera e a sentir saudade de casa, onde havia, além do alimento, amor sem medida. Ele sabia também, por experiência própria, que, no mundo, os “amigos” verdadeiros são poucos e que, quando o dinheiro se acabasse, o filho ficaria sozinho nas encruzilhadas da vida, sem ajuda financeira e sem um ombro amigo para chorar a desventura. Assim, desiludido, acharia o caminho de volta para casa, desejando pelo menos ser tratado como um dos empregados.

Devemos, além disso, ter profunda compaixão do nosso filho. O pai do pródigo não alimentou um sentimento de rancor nem de ódio pelo filho. Não se armou de um espírito hostil para recebê-lo com palavras de maldição. Ao ver o filho se aproximar de casa, descalço, faminto, sujo, quase nu, não esperou que chegasse mais perto nem que lhe dirigisse qualquer palavra. Correu ao seu encontro, abraçou-o e o beijou. Não lhe apontou o dedo nem lhe pediu contas do que fizera com o dinheiro recebido. Em vez disso, mandou que os servos o vestissem com a melhor roupa, calçassem-no e pusessem um anel em sua mão. Em seguida, ordenou que matassem o novilho que guardara para aquela ocasião. Depois, diante de olhares surpresos, pronunciou estas palavras, vindas de um coração transbordante de graça e amor:

– Comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; estava perdido, e foi achado!

Não é fácil nem simples agir dessa maneira. Mas é possível quando compreendemos a dimensão do amor de Jesus Cristo. Ele verteu seu sangue por nós, vis pecadores, porque nos amou de modo incondicional. Quando zombavam dele e lançava sortes sobre suas vestes, ele repetia: – Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!

*Professor e revisor de textos. E-mail: [email protected]

No reino das delicadezas – Oscar D’Ambrosio*

As sutilezas podem estar se perdendo num cotidiano marcado pelas soluções baseadas em pesquisas quantitativas. As pequenas delicadezas e soluções rápidas são muitas vezes baseadas apenas e simplesmente na intuição de que um determinado caminho é o que deve ser seguido.

Talvez a margem de erro aumente, mas o resultado final obtido maravilha justamente pela sua espontaneidade e pelo belo de saber fazer bem, rápido e com a convicção de que se está tomando a direção certa. Muitas vezes esse procedimento contraria a lógica, mas, por isso mesmo, instaura a sua própria forma de pensar, renovada a cada instante.

É tudo isso que pode ser visto no vídeo postado em https://deficienteeficientesite.wordpress.com/…/paradas-do…/. Temos ali um grupo de dançarinos que tornam uma aparente deficiência em eficiência.

De improviso, sem um estudo prévio da situação, o líder do grupo ajustou os passos, deixando de lado o movimento das pernas, para que a responsável pelo blog pudesse participar da coreografia com o uso do tronco e dos braços. Essa é a autêntica eficiência: a do uso rápido da mente que pode tornar todo impossível em possível.

*Jornalista, mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, é doutor em Educação, Arte e História da Cultura

Eu vendedor – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Como você se sente não é o resultado do que está acontecendo em sua vida; é a sua interpretação do que está acontecendo.” (Anthony Robbins)

Esse cara não sou eu, nem eu sou ele. Cada um é cada um. E cada um de nós é vendedor de sua própria imagem. Somos todos vendedores. E é por isso que devemos ser cautelosos e cuidadosos no que estamos vendendo a todo instante. E o que mais vendemos de nós mesmos é a nossa própria imagem. E é também por isso que devemos ser nós mesmos nas entrevistas que damos. Quando entendermos isso, seremos cidadãos civilizados. É quando todos se orgulharão e respeitarão o que somos pelo que somos. E comece a se preparar, aprendendo a não jogar mais papéis nas ruas. E se você acha que isso é banalidade, procure orientar-se.

Já tenho repetido, por aqui, que “não é sua roupa cara e elegante que vai fazer de você uma pessoa elegante; mas ela é indispensável para sua elegância”. E o mais importante em tudo isso é que a elegância não está só no vestir. Tão importante quanto o vestir é o seu comportamento. E quem sabe se comportar no dia a dia não tem por que se preocupar na hora de uma entrevista. E o importante é saber que você está vendendo sua imagem verdadeira e não a que você quer passar como sua sem ser você. Simples pra dedéu. Seja simples. Seja o que você realmente é. Um entrevistador de verdade sabe quando você está usando a artificialidade na sua apresentação. Não tem como burlá
-lo.

Quando for se apresentar numa entrevista para um emprego, seja você mesmo. Não tente ser diferente do que você é. Seja e esteja seguro. Lembre-se de que você está vendendo sua imagem. Então procure ser sincero com você mesmo. Sua sinceridade será sempre percebida e, consequentemente, respeitada. E o respeito é mais do que fundamental para que sejamos bem sucedidos em nossa apresentação. Nunca se esqueça de que você está sempre vendendo algo em sua imagem. E este algo é precisamente o que você é. E o mais importante, é que este princípio não diz respeito somente às entrevistas de emprego. Ele vale para todo momento de sua vida, independentemente de sua condição social e econômica.

Estamos aí nos defrontando com, talvez, o maior problema do Brasil. O médico carioca, Miguel Couto já nos disse isso há mais de setenta anos: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”. E a educação, atualmente não pode mais se ligar apenas ao repetitivo nas salas de aulas. Muito mais importante é o que aprendemos na conceituada Universidade do Asfalto. Aprenda cedo para desfrutar no futuro. Pense nisso.

*[email protected]