Vale a pena ver de novo!?
Vamos caminhando para mais uma eleição, em outubro deste ano, quando normalmente os candidatos deveriam apresentar suas propostas e planos de governo olhando para o futuro. Porém, de tão atrasado que o Estado de Roraima está, ainda estamos discutindo o passado, ou seja, continua em pauta, nas discussões políticas, os pleitos antigos que já deveriam ter sido implementados há muito tempo.
Uma das poucas promessas cumpridas pelos políticos foi o asfaltamento da BR-174, do trecho sul, na divisa com o Amazonas, ao trecho norte, na fronteira com a Venezuela. Desde quando Roraima era Território Federal, os políticos diziam que esta rodovia era o nosso cordão umbilical e, por isso, seria nossa redenção a conclusão da pavimentação dessa estrada.
É fato que a BR-174 contribuiu para melhorar as condições de vida da população, mas a estrada asfaltada não foi a redenção que era pintada nos discursos dos políticos. Hoje servimos apenas de corredor e uma cidade dormitório. E continuamos esperando promessas antigas: regularização fundiária, energia elétrica confiável, indústrias, área de livre comércio e blá-blá-blá-blá.
Nos palanques eleitorais, o povo vai continuar ouvindo as mesmas “cantigas de grilo” de décadas atrás, como se fosse a reprise da novela da tarde que já sabemos o final, mas assistimos assim mesmo porque não há outra alternativa. Afinal, no pleito passado nossa esperança se transformou em frustração.
Hoje a situação é muito pior do que em tempos passados, pois agora temos uma crise imigratória que tirou todos da zona de conforto, com um Estado que não estava preparado sequer para a chegada de migrantes que normalmente chegam (ou chegavam) em busca de um curso superior ou um concurso público.
Agora temos pessoas morando na rua, gente esmolando nos semáforos, crianças na porta de supermercado e uma crescente violência que ninguém sabe aonde vai parar. No interior do Estado, onde o poder público é mais ausente, o quadro é pior, pois a imigração também chegou por lá junto com a criminalidade que vem na cola do avanço das drogas.
E o que podemos esperar das eleições deste ano, se não conseguimos resolver pendências de quando ainda éramos Território Federal? Esse é o desalento que toma conta de quem não sabe mais em quem e no quê acreditar, pois a campanha eleitoral deste ano terá cenas de um passado do qual nunca saímos. É disso que todos precisamos tomar consciência, senão continuaremos cenas dos próximos capítulos de uma novela repetida.
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