Bom dia,

E os brasileiros e as brasileiras começam a semana, ainda enredados com os diversos problemas trazidos pela greve dos caminhoneiros. Ninguém acredita que o enfraquecido governo de Michel Temer terá força política e moral para acalmar a Nação tupiniquim. Os graves problemas brasileiros são estruturais, e não comportam medidas paliativas que chegam sob o signo da esperteza. Falta aos atuais dirigentes públicos brasileiros, inclusive da maioria dos estados e municípios, vontade política para enfrentar nossos graves problemas.

Se nossos problemas se resumissem aos preços dos combustíveis, até que isso poderia ser resolvido de maneira relativamente simples. Respeitados e insuspeitos economistas brasileiros estimam que a corrupção suga dos cofres públicos do Brasil, algo em torno de R$ 200 bilhões de reais. Isto equivale a uma sangria mensal de R$ 16,7 bilhões de dinheiro público desviado para o bolso dos canalhas e corruptos que infestam a vida pública do país. Se fosse possível evitar, pelo menos por um mês, que os políticos roubassem dinheiro público, teríamos grana para subsidiar os preços dos combustíveis até o final do ano.

APOIOUm dado interessante nesta paralisação dos caminhoneiros é que apesar do sufoco dos brasileiros trazido pelo movimento paredista, a ele é grande o apoio da população. O caos no transporte público nas metrópoles urbanas e o desabastecimento não têm sido capazes de virar a opinião pública contra os caminheiros, e isso pode ser visto nas ruas, praças, redes sociais e até mesmo na imprensa, apesar de alguns órgãos e grupos de mídias promoverem uma campanha de descrédito do movimento.

MORALUm leitor da Parabólica que pediu anonimato mandou mensagem via Whats com o seguinte teor: “Nem mesmo quando o Palácio do Planalto toma atitudes que assumem um caráter de defesa do povo a situação melhora para o presidente da República. Como não pune, e sequer afasta de seu círculo mais próximo, a cambada de correligionários acusados de envolvimento com malfeitos, o presidente Michel Temer (MDB) vai aos poucos perdendo a condição moral de se fazer acreditar pela população. Sem a força da legitimidade para se fazer obedecer, ele quer apelar para a força bruta das baionetas”.

PETROLEIROSE tudo indica que a situação do abastecimento em postos de combustíveis, que já é caótica em algumas cidades brasileiras, tende a ficar pior a partir da próxima quarta-feira (30.05). É que os petroleiros já anunciaram que param de trabalhar na quarta e só voltam aos postos de trabalho na sexta-feira (02.06). Serão 72 horas sem produção e refino de petróleo, o que deve agravar ainda mais o desabastecimento, ampliando o caos no Brasil. E se o governo não se fizer acreditar, analistas políticos preveem que mais categorias podem aderir ao movimento paredista iniciado pelos caminhoneiros.

MAIS UMAComo você vai ler na edição de hoje da Folha, o notório senador Romero Jucá (MDB) está de novo na ribalta, agora sob a acusação de ligação com um escândalo bilionário envolvendo a venda para particulares de bens imóveis do patrimônio da União. São tantas as citações do possível envolvimento dele com malfeitos envolvendo a coisa pública que o leitor menos avisado pode ser levado a acreditar que são notícias requentadas. Embora ele vá correr para seus órgãos de comunicação para dizer que a Folha o persegue, basta conferir na Justiça e na imprensa, que são notícias publicadas também em órgãos de circulação nacional.

CERTAEmbora os principais personagens envolvidos ainda neguem, fontes da Parabólica garantem que são aprofundados os entendimentos do governo estadual com o PR do ex-deputado federal Luciano Castro. É também verídica a informação de que Castro e o deputado federal Édio Lopes do mesmo partido, farão indicações para postos na administração da governadora Suely Campos (Progressistas). E essas negociações estão tão avançadas que a prometida reforma do primeiro escalão da administração estadual deve começar ainda no decorrer desta semana. Quem viver, verá.

SEGURANDOO secretário da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) Sidrack de Oliveira Correia Neto, indicado pela Revista ISTOÉ, como preposto do notório senador Romero Jucá no processo da venda bilionária de imóveis do patrimônio da União, tem sob sua responsabilidade a retenção do processo que já deveria estar no Conselho de Defesa Nacional para a concessão da Anuência Prévia, o que permitiria a entrega de milhares de títulos definitivos para pequenos agricultores de Roraima. Apesar de o presidente Michel Temer ter prometido mandar o processo tramitar. Afinal, será que Temer manda no governo?

TEMPO DE MURICIDe um experiente político do estado, e candidato nas próximas eleições colhemos essa que parece reveladora para a próxima coleta de votos: “O tempo é de murici, isto é, cada um por si. Pelo que se ouve nos bastidores da política local, as próximas eleições de outubro serão marcadas pela infidelidade total. Os líderes e dirigentes partidários podem fazer o arranjo que fizerem em troca de tempo de televisão e rádio e de dinheiro, mas os candidatos vão seguir o caminho que lhes for mais conveniente. Vai ter muitos candidatos de uma coligação recebendo grana para trabalhar por outros candidatos de coligações. Ninguém vai conseguir segurar a vontade de trair”. Será que ele tem razão?