Cotidiano

Professores da federal terminam a greve nessa terça-feira, 13

Paralisação dos docentes durou mais de três meses

Os professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) vão terminar com a greve na próxima Assembleia Geral, nessa terça-feira, 13. A orientação do Comando Nacional de Greve (CNG) é pela saída unificada, porém a categoria rejeita as propostas do governo federal. A votação ocorrerá no auditório Alexandre Borges, às 15h.

No dia da assembleia geral, serão 92 dias de greve, sendo assim, a mais longa já realizada pelos docentes da UFRR e também mais difícil. O Comando Local de Greve (CLG) enfrentou uma conjuntura bastante adversa aos interesses da classe trabalhadora tanto por parte da reitoria quanto do governo federal.

De acordo com o CLG, a data de retorno das aulas e a elaboração de um novo calendário acadêmico serão ainda definidas pelo CEP (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão).

Comando informou que os docentes ainda continuarão com movimentos reivindicatórios. Os professores reivindicavam reposição salarial de 27,3% e a contratação de mais docentes. “A proposta oferecida pelo governo não recompõem as perdas inflacionárias do período, não considera as perdas salarias passadas”, explicou um dos membros.

“A rejeição à proposta do governo é uma contundente resposta ao ajuste fiscal, no sentido que a categoria docente seguirá firme e unificada na construção das lutas para conquistar direitos e defender a educação pública”, comentou.
Outro membro do Comando mencionou que a luta e a resistência da categoria docente tiveram pontos positivos. Um deles, expor a situação à sociedade, impedindo os retrocessos fossem ainda maiores, como pretendia o governo federal. “É imprescindível a manutenção da mobilização e da unidade da categoria para seguir enfrentando e resistindo ao desmonte do serviço público e a mercantilização em curso da educação”, avaliou.

PROPOSTA REJEITADA – A proposta federal caracteriza-se como política de confisco salarial e está muito aquém das reivindicações dos professores federais, além de não responder à pauta específica da greve dos docentes federais.

As propostas rejeitadas são de restruturação das tabelas de 10,8% em dois anos (5,5% em agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017) que não podem ser consideradas para estabelecer qualquer acordo, tendo em vista que não recompõem as perdas inflacionárias do período, não considera as perdas salariais passadas e que, na prática, valeriam para 1 ano e 4 meses.

Ainda segundo a professora, o governo também ofereceu um aumento de 10,8% em dois anos. “Não é o que queremos mais isso já nos possibilita voltar a questionar esse processo a partir de 2017”.

Os professores reivindicavam a reestruturação da carreira, valorização salarial entre ativos e aposentados, melhores condições de trabalho, além da defesa do caráter público e da autonomia na universidade.