Mais sinais de alerta
A questão da segurança pública no interior do Estado, especialmente nas cidades da região sul, ficou bem evidenciada, neste fim de semana, em um episódio no Município de Caroebe, onde traficantes tentaram invadir o quartel da Polícia Militar. Além de os crimes continuarem ocorrendo por lá, devido ao tráfico de drogas, as polícias continuam sem a estrutura devida para confrontar com a realidade do crime.
É a mesma guerra que está em curso em Boa Vista, com seguidos crimes de execução, cujos corpos são desovados nas cercanias da cidade. Os jovens envolvidos com o tráfico de drogas e facções criminosas são os personagens dessa carnificina, que desafia o poder constituído e deixa a população roraimense refém do medo, na Capital e no interior.
Embora as polícias tenham feito o possível dentro de suas limitações, inclusive dando respostas com prisões de envolvidos, isso não tem sido suficiente para mudar o quadro da violência. Como não há ações para realizar programas de prevenção, apenas reprimir e prender usuários e pequenos traficantes não surte o efeito necessário para frear o avanço da criminalidade.
Nas cidades do interior do Estado, a questão é alarmante, onde a droga está sem controle e o crime organizado vê-se livre para atuar na ausência completa do poder público e na falta de estrutura das polícias. A tentativa de invasão do quartel da PM em Caroebe é o sinal de que nem os policiais sentem-se seguros para trabalhar.
No cobertor curto da segurança pública, o governo fica perdido entre concentrar esforços na Capital, onde a demanda é maior, e deixar as cidades do interior para segundo plano, pois geralmente o clamor de quem mora longe de onde as decisões são tomadas não é ouvido, inclusive onde a atuação da imprensa ocorre de longe.
O fato é que os bandidos já deram o recado em Caroebe. E o alerta sobre a situação das cidades do interior vem sendo dado há muito tempo. Porém, não se vê o Governo do Estado organizado para encarar esse grande problema, a não ser ações isoladas ou palavras de efeitos na mídia com a finalidade de dar uma justificativa para a opinião pública, mas sem efeitos práticos. Então, as autoridades estão esperando acontecer alguma tragédia para apressarem-se em suas decisões?*[email protected]: http://roraimadefato.com/main/