Bom dia,
O orçamento do estado de Roraima para o corrente exercício de 2018 deve alcançar algo em torno de R$ 3,6 bilhões de receita. Se alguém se desse ao trabalho de somar a parcela desse recurso que é destinada aos chamados órgãos de fiscalização, verificaria que cerca de 10% dele é direcionado para que se exerça o controle sobre a boa aplicação do dinheiro público. Isto mesmo, caro leitor, não estamos exagerando na medida: mais de R$ 300 milhões, que poderiam ser transformados em serviços públicos essenciais (saúde, educação, segurança pública e estradas) à disposição da população, são destinados no orçamento para financiar o aparato encarregado de fiscalizar, descobrir malfeitos e punir os agentes públicos que desviam a coisa pública.
É muita grana para uma atividade meio, que não seria grandemente perdida se esses chamados órgãos de fiscalização cumprissem com zelo e vontade as finalidades para as quais existem. O que desencanta e entristece aqueles que ainda acreditam na democracia é que essa montanha de dinheiro público, que financia uma estrutura burocrática paquidérmica, não tem sido capaz de fazer com que os recursos públicos, em todos os poderes e órgãos estaduais, sejam efetivamente geradores de bem-estar da população. Ao contrário, o que se sabe, é de um desvio cavalar de tais recursos para benefícios nada republicanos, por desperdício e corrupção.
É ASSIM“Quando se disputa uma eleição, é natural que haja rusgas e enfrentamento, mas temos que trabalhar com responsabilidade”. A afirmativa é do notório senador Romero Jucá (MDB) quando lhe foi perguntado por que criticara tanto a administração de Anchieta Júnior (PSDB), e agora procurou o ex-governador oferecendo-lhe apoio para seu retorno ao Palácio Senador Hélio Campos. Fica difícil entender o significado da expressão, a não ser que se admita que os políticos são insinceros tanto quando criticam, quanto fazem elogios a adversário e a correligionários, respectivamente. Há ainda outra interpretação: em política vale tudo, inclusive mentir.
RABOAinda do notório Romero Jucá. O jornal Correio Braziliense, o de maior circulação na Capital Federal, retweetou postagem da jornalista Helena Mader, sobre uma afirmação atribuída ao pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT): “Se abrir a porta, ele vem abanando o rabo”, teria brincado o pedetista, quando indagado porque razão Romero Jucá teria sido líder dos governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
DEMARCARO presidenciável Ciro Gomes (PDT) é conhecido por sua coragem de expressar exatamente o que pensa, apesar desse estilo lhe ter trazido vários dissabores na sua caminhada política. É dele também a afirmativa, feita num programa de televisão, quando lhe perguntaram se teria a companhia no governo, se eleito presidente da República, de algumas velhas lideranças que há anos dominam o Congresso Nacional: “Ladrão do MDB vai me fazer oposição. O Brasil precisa demarcar o campo”.
MAIS UMAE continua a sanha do governo federal, de criar e demarcar, as chamadas “Áreas Protegidas” em Roraima. E essa compulsão por transformar o estado num laboratório de experiência de ambientalismo e indigenismo, vem de governos de esquerda (FHC e LULA), e de direita (Michel Temer). A última dessas iniciativas foi agora, depois que o atual presidente Michel Temer assinou, e fez publicar o Decreto Nº 9.401, de 05 de junho de 2018, que cria a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco –Jauaperi, nos municípios de Rorainópolis (Roraima) e Novo Airão (Amazonas). É uma imensa superfície, onde só podem ser feitas explorações de baixo impacto ambiental.
ANUÊNCIAEnquanto Michel Temer cria mais reservas ambientais em Roraima. O tal do Sidrack Oliveira, da Secretaria do Patrimônio da União, continua segurando o processo onde é solicitada a Anuência Prévia do Conselho de Defesa Nacional (CDN) para permitir que o Instituto de Terra de Roraima (ITERAIMA) possa expedir o título definitivo para milhares de pequenos produtores agrícolas, prejudicando o desenvolvimento agropastoril de Roraima. É uma vergonha, diria Boris Casoy. Com a palavra, a bancada federal do estado.
SOBROUSobrou um pouco para Roraima, o pagamento do acordo feito entre o governo e os caminhoneiros para segurar por 60 dias o preço do diesel. Para tapar o furo, o governo zerou até o final do ano a cobrança da Contribuição da Intervenção do Domínio Econômico, a popular CIDE. Com o corte, algumas obras rodoviárias no estado perderão cerca de R$ 12 milhões. Ainda bem que as maiores não foram atingidas pela tesourada. O que fica difícil de entender é cortar obras prioritárias, e gastos com educação, saúde e tecnologia, quando se tem previsto que até o dia da eleição o governo federal liberará perto de R$ 5 bilhões para parlamentares aliados.