Bom dia,

Os economistas mais otimistas previram no começo do ano um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2018 da ordem de 3.5%, em relação ao ano anterior (2017). Outros ainda mais animados e mais próximos do governo chegaram a vaticinar que nossa economia poderia até crescer 4% no corrente ano. Infelizmente, a última previsão do Banco Central reduziu esse crescimento para 1,9%, menos da metade do que era previsto no alvorecer deste 2018. E ainda tem economistas mais pragmáticos, que avaliam esta última previsão como otimista, e veem um desempenho ainda mais fraco da economia brasileira no futuro próximo.

E por que estamos em processo de crescimento ridículo da nossa produção de riqueza. Evidentemente que esta pergunta não comporta uma resposta simples, mas não há dúvida de que o cenário político brasileiro pode estar entre as principais causas dessa crise que parece não querer acabar. Estamos, sem dúvida, sendo administrados por um governo, que politicamente não existe mais. Exemplo disso são as pífias repercussões das últimas medidas tomadas pelo governo Michel Temer (MDB), como a criação do Sistema Único de Segurança Pública, uma decisão boa, mas até agora ignorada pelo país.

Poder-se-ia argumentar que o atual governo termina logo ali na frente, a pouco mais de um semestre, e que a partir de janeiro teremos um novo presidente, e um novo Congresso Nacional saídos das próximas eleições. Acontece que não foi desenhado ainda, se esse novo cenário será muito diferente do atual. A começar pelo fato de que o líder nas pesquisas de intenção de votos é um presidiário, Lula da Silva, com restrição legal (Lei da Ficha Limpa) para ser candidato. Tirante ele, os principais personagens que emergem na disputa para a presidência – Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (REDE) – são olhados com muita desconfiança pelo mercado, e por boa parte da população brasileira.

Com um governo em fim de festa, e outro que ainda não foi ainda desenhado, os empresários não investem e nem os consumidores têm tranquilidade para aumentar a compra de bens e serviços, afinal, ninguém sabe o que está por vir. E assim, a economia tupiniquim continua atolada na crise, sem crescimento do PIB, e com aumento no desemprego. Pobre Brasil.

PESQUISA A legislação eleitoral proíbe a divulgação pela imprensa tradicional de pesquisa de intenção de votos, sem que tenha havido prévio registro no Tribunal Regional Eleitoral, com indicação de quem pagou, qual foi a metodologia utilizada, e quem foi o responsável técnico. Se um jornal, rádio ou televisão desobedecer a proibição, a Justiça impõe multa que começa na casa dos R$ 50 mil. Pois bem, as redes sociais estão constantemente divulgando pesquisas, quase sempre fajutas, e nada acontece aos autores das postagens. Parece que há no Brasil uma intenção deliberada para esculhambar os negócios organizados para favorecer aventureiros que não geram qualquer emprego.

CARTÓRIO Uma decisão do Supremo Tribunal Federal, publicada há mais de um mês, e da qual não cabe mais recursos, manda o Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) promover concurso público para prover a titularidade de um novo Cartório de Registro de Imóveis, na comarca de Boa Vista. O atual tabelião vinha funcionando até agora amparado por liminares, mas agora não tem mais jeito. O mesmo processo ocorreu com os dois cartórios notariais anteriormente existentes na Capital do estado.

DIFERENÇA De um especialista ouvido pela Parabólica, sobre a questão da resistência do Governo de Roraima e de outros estados brasileiros, contra a tentativa do Senado Federal de reduzir as alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidentes sobre a venda de combustíveis: “O Rio de Janeiro, que está quebrado, pode se dar ao luxo de reduzir o ICMS, pois recebe carradas de milhões de reais provenientes do pagamento de royalties do petróleo. O recebimento dessa grana alta mais que compensa a perda com o ICMS. Os outros estados não têm possibilidade de ter essa compensação”, disse o especialista.

DISCRIMINAÇÃO Poucas vezes na história, um governo estadual foi tão discriminado pelo governo federal como o de Suely Campos (Progressistas) pelo governo Michel Temer. Hoje chega a Boa Vista o ministro da educação, Rossieli Soares, que vai cumprir uma intensa agenda de trabalho que inclui inauguração de asfaltamento de uma rua, visita a instituições federais de ensino superior, a escolas municipais, ao SEBRAE e a acampamento de refugiados venezuelanos. Não há qualquer evento, incluindo pelo menos, uma visita de cortesia, à governadora Suely Campos. O atual ministro, que é amazonense, foi indicado para o cargo na condição de técnico. Imagine se não fosse. Republiqueta de banana foi no que transformaram esse Brasil de crise política e moral.

GASTO A Parabólica faz este registro para exemplificar a maneira como se gasta dinheiro público. O roteiro é este: a governadora Suely Campos decidiu mandar um procurador do estado para atuar na Universidade Estadual de Roraima. O que motivou a oposição a aprovar na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) uma emenda à Constituição estadual concedendo autonomia para a Uerr. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) resolveu entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para anular a decisão da ALE. E para representar a Uerr na lide, a Reitoria da instituição contratou por R$ 250 mil, sem licitação, um advogado com banca sediada em Brasília. E mais grana saindo do estado.