O que queremos de Temer O que a população de Roraima espera é que a vinda do presidente Michel Temer possa resultar em ações concretas, por parte do Governo Federal, para ajudar o Estado a superar a grave crise provocada pelo deslocamento de venezuelanos para o Brasil. Este assunto precisa ser tratado sem populismo, para que não nos tornemos um primo pobre dos Estados Unidos, que engaiolam crianças que são separadas dos pais presos por imigração ilegal.
Fala-se em 140 mil venezuelanos que migraram para o Brasil, dos quais pelo menos a metade tenha ficado em Roraima. Para o país, é um número que pode ser facilmente absorvido sem grandes problemas, mas, para o Estado de Roraima, trata-se de um peso muito grande, pois os governos locais já não investiam nos setores essenciais, com políticas de enganação que não conseguiam sequer atender às demandas locais antes do êxodo venezuelano.
Ao Temer, a governadora Suely Campos pediu R$184 milhões de compensação ao Estado pelos gastos no atendimento aos estrangeiros. É um pleito justo diante do quadro que temos, mas estamos diante de um governo que está em fim de mandato, com a administração falida por não ter feito a lição de casa e cuja mandatária quer se reeleger. Significa uma desconfiança muito grande em um momento eleitoral delicado.
É por isso que este assunto precisa ser tratado com muito cuidado, pois Roraima vive um momento crítico, dependente de ajuda federal para acolher os migrantes que vivem acampados no meio da rua enquanto aguardam uma vaga para os já lotados abrigos. Mas falta credibilidade do governo estadual para conduzir as políticas necessárias e administrar recursos que por ventura sejam destinados a amenizar o impacto da crise.
Por outro lado, a Prefeitura de Boa Vista precisa urgentemente investir mais na educação infantil, pois a tendência é em breve termos problemas mais sérios com a infância, mais precisamente com as crianças venezuelanas, que estão nos semáforos pedindo esmola ou na permissividade que a rua permite.
Só no Cidade Satélite, bairro onde a prefeita mora, são três escolas Pró-Infância com obras abandonadas. Se já não existiam creches suficientes para as crianças roraimenses que moram na periferia, com a grande demanda das famílias imigrantes que chegam, a situação vai complicar ainda mais no próximo ano letivo.
É por isso que todos os governos precisam trabalhar em sintonia e unidos para lidar com os refugiados que atravessam a fronteira. O momento não pode ser partidarizado, nem tratado na vala comum das picuinhas dos grupos políticos. Então, é isso que os roraimenses esperam do governo Temer, que trate a questão dos venezuelanos em Roraima como política de governo, antes que situação fique insustentável.
*Colaborador [email protected] Acesse: www.roraimadefato.com/main