Bom dia,
Não há mais dúvida, o último dos poderes da República brasileira que ainda mantinha um mínimo de credibilidade junto à população está no centro de um furacão de disputa política/ideológica que destrói sua capacidade de mediar os conflitos entre os tupiniquins. Nas redes sociais, na imprensa tradicional e nas rodas de conversas informais o que se diz do comportamento de ministros, desembargadores e juízes chega a ser impublicável. Acusações de parcialidade, de engajamento político, de corrupção contra magistrados tornou-se frequente no Brasil de ponta a ponta. No bojo desse caldeirão, o que resta é o estabelecimento de uma monstruosa insegurança jurídica que torna difícil o convívio entre cidadãos, e entre estes e o Estado.
E tudo isso só aumenta a angústia dos que acreditavam e hipotecavam a esperança que partiria do Poder Judiciário brasileiro as decisões capazes de colocar na cadeia os canalhas do Legislativo e do Executivo que roubaram bilhões de reais dos cofres públicos e também os sonhos de construirmos uma Pátria melhor. Ninguém acredita mais nessa possibilidade, depois das deprimentes velhacarias praticadas por magistrados desde a mais alta Corte, até os juizados singulares da justiça brasileira. Essa última patuscada do prende, solta e prende do ex-presidente Lula seria insuportável em qualquer país minimamente decente. Isso não resultaria impune, afinal, a parcialidade foi exposta nas entranhas.
Vendo tudo isso que está acontecendo no âmbito do Poder Judiciário brasileiro parece restar uma conclusão: assim como falta um líder político com estatura para mostrar novos caminhos aos brasileiros, também nossa justiça está órfã de liderança. A presidente da Suprema Corte, a ministra Carmem Lúcia, em que pese sua conduta pessoal honrada, parece não ter o perfil de líder e dá a impressão de agir corporativamente, sempre na defesa de um conceito que foi destruído pelo comportamento de seus pares. Como presidente também do Conselho de Nacional de Justiça (CNJ) não poderia deixar impune esse magistrado que mandou soltar Lula, sem ter competência para tal.
LUZ Ontem, ao final da tarde, quando a Parabólica começava a ser escrita eis que sobreveio novo corte da energia fornecida pela Eletrobras. Pena que nossos eleitores ainda votam conduzidos pelo cabresto da propaganda ou do estômago. A responsabilidade pelo caos energético que enfrentamos quase diariamente é do Governo Federal e dos parlamentares que o apoiam em troca de grana e emprego nas repartições federais. E o pior, e mais revoltante, é saber que nesse corrompido sistema elétrico federal tem gente ganhando milhões de reais todos os meses para manterem termoelétricas incapazes de substituir a energia de Guri quando ela falta.
CALADOS Quem ainda acredita que o governo Michel Temer (MDB) vai dar uma solução para a crise energética de Roraima é bobo. O atual Governo Federal termina daqui a pouco mais de cinco meses e não demonstra a menor preocupação com a fragilidade do nosso sistema energético. Nunca mais qualquer autoridade governamental falou sobre a retomada da construção do Linhão de Tucuruí, única solução viável no médio prazo. Sua base de apoio – inclusive seu líder no Senado Federal, o notório senador Romero Jucá (MDB)- faz de conta que o problema não tem importância para o desenvolvimento de Roraima. A única coisa que parece estratégica para o governo Temer em relação a Roraima é aproveitar o dinheiro público em obras de fachada para reeleger seus correligionários. Roraima para essa gente é apenas uma plataforma para alcançar seus objetivos de permanecer no poder para continuar impunes.
GRANA Fontes da Parabólica, bem situadas no Palácio Senador Hélio Campos, estimam que nesses pouco mais de três anos e meio de administração, o governo Suely Campos (Progressistas) já pagou mais de R$ 750 milhões relativos aos empréstimos contratados na administração estadual anterior, do ex-governador Anchieta Júnior (PSDB). É como se toda a arrecadação bruta de um ano do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tivesse sumido sem qualquer acréscimo ao bem-estar coletivo da sociedade roraimense. Essas mesmas fontes dizem que essa grana daria para construir 25 hospitais como o Hospital das Clínicas, recentemente inaugurado pelo Governo do Estado.
BLOQUEIO Tendo que enfrentar o pagamento de cerca de R$ 25 milhões, todos os meses, de juros e amortizações devido a empréstimos, o Tesouro do Estado ainda tem de enfrentar o bloqueio de verbas feito pelo Governo Federal por conta de atraso no pagamento do PIS/Pasep, que é calculado em 1% da receita do Estado. Foi o que teria acontecido neste feriado, cuja confirmação só pode ser feita hoje depois da abertura do expediente bancário. Fontes do governo garantem que, se houve, o bloqueio é desnecessário já que se houver atraso, não alcança mais três meses. Enquanto usa da força, o Governo Federal se recusa a pagar os R$ 300 milhões que deve ao Estado por conta do ativo da CERR.
ELOGIOS A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), aproveitou a solenidade nessa segunda-feira, 9, da comemoração dos 128 anos de Boa Vista, no Teatro Municipal, para na presença de cerca de 500 convidados, elogiar o pré-candidato ao Governo do Estado, presente ao ato, José de Anchieta Júnior (PSDB). “Eu quero agradecer a você, Anchieta, pelo que a gente fez junto enquanto você foi governador do Estado. Você foi um grande parceiro de Boa Vista”, disse Teresa.