Bom dia,

Alguns órgãos da grande imprensa resolveram arrancar o pastor/prefeito Marcelo Crivella (PRB), da Prefeitura do Rio de Janeiro, através de um possível impeachment a ser aprovado pela Câmara de Vereadores daquela Capital carioca. Tudo depois que Crivella foi gravado numa reunião com cerca de 250 pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o prefeito carioca é pastor licenciado. Nela, o prefeito/pastor promete a seus irmãos de fé, facilitar acesso aos serviços municipais, inclusive de saúde, favorecendo os fiéis encaminhados pelos pastores presentes. Na gravação, o prefeito promete também apressar a decisão da Prefeitura em matéria tributária, como por exemplo, a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). De sorte, um benefício já consagrado na Constituição Federal.

Os vereadores que fazem oposição a Marcelo Crivella já colheram as assinaturas necessárias para abrir um processo de impeachment contra ele, afinal, a boa prática republicana e os mandamentos constitucionais exigem que a administração pública não faça a distinção na prestação dos serviços públicos aos munícipes em função de seu credo ou religião. Quem defende o afastamento do prefeito pelo crime praticado, deveria também pedir o afastamento dos outros dirigentes públicos brasileiros que usam os meios públicos para privilegiar correligionários políticos, liberando verbas a rodo, ou perseguindo eventuais adversários políticos. O caso de Roraima é exemplar. Com a palavra, o Ministério Público Federal (MPF).            

PRESSIONANDO A senadora amazonense Vanessa Grazziotin (PCdoB) acusou, da Tribuna do Senado Federal, o notório senador Romero Jucá (MDB), líder do governo naquela Casa Legislativa, de estar pressionando o senador cearense Eunício Oliveira (MDB), presidente da instituição, para que ele coloque em votação o Projeto de Lei que autoriza a venda das concessionárias de energia elétrica da Região Norte, subsidiária da Eletrobras. A senadora amazonense, que já chegou, em outra ocasião, a abanar a mão no rosto de Jucá, diz que o governo federal quer vender essas concessionárias pelo valor ridículo de R$ 50 mil.

PRESSA De fato, soa estranho que a transferência do governo para a iniciativa privada de um patrimônio público que vale bilhões de reais seja feita a toque de caixa, por uma administração que está a menos de cinco meses de acabar. A prudência recomenda que se espere um novo governo, saído das urnas e com força política defina um novo programa de privatização. Este que se está findando deveria se concentrar em limpar as gavetas. Afinal, R$ 50 mil não compra hoje, sequer, um carro popular um pouquinho mais equipado.      

DIFICULTARÁ Ontem, aqui mesmo na Folha, a senadora roraimense Ângela Portela (PDT) lembrou um dado importante que deve ser olhado, sob a perspectiva dos que querem o desenvolvimento de Roraima, nessa questão da privatização da Eletrobras: a venda dessa estatal federal e de suas subsidiárias, Eletronorte, entre elas, vai dificultar ainda mais a construção do Linhão de Tucuruí. Ângela pensa assim, só está esquecendo que tem gente poderosa ganhando muita grana com o atual e precário sistema de fornecimento de energia elétrica para o estado. São milhões pagos todos os meses pela manutenção, em stand-by, das caras e poluidoras termoelétricas. Só não vê quem quer se fazer de cego.

FEDERAL Um dos mais bem-sucedidos empresários dos últimos tempos em Roraima, o professor Haroldo Campos, sócio proprietário, das Faculdades Cathedral, visitou ontem a redação da Folha. Veio tomar um café e também para dizer que decidiu disputar uma das oito vagas a que o povo de Roraima tem direito na Câmara dos Deputados. O empresário e professor, também conhecido como Haroldo da Cathedral, chegou a ter seu nome cotado para disputar o governo do estado nas próximas eleições, mas teve de abandonar o projeto por questões partidárias.

BARAFUNDA O que menos está contando nos arranjos pré-eleitorais entre os candidatos é a questão eleitoral. A barafunda é total com candidatos de um partido/coligação que já anunciam não acompanhar a decisão das convenções, fixando seu apoio em função de um pragmatismo centrado unicamente na própria eleição. O jornalismo da Folha tentou fazer um levantamento sobre a tendência de posições entre os deputados estaduais, deputados federais e prefeitos do estado. A maioria está em cima do muro e não revela, nem a fórceps para que lado vão pender. Outros, segundo nossas fontes, dizem que ficarão com um candidato, mas é pura pedalada, estão só esperando o tempo passar mais um pouco para revelar em que palanque estarão.

LIBERADO Dentre alguns prefeitos interioranos ouvidos pela Folha, um deles foi muito claro em dizer que não estará apoiando qualquer candidatura ao governo estadual, concentrando seu esforço, e capital eleitoral, na eleição para a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e para um candidato ao Senado Federal. Perguntado se não seguiria seu líder na escolha do candidato ao governo ele foi curto e sincero: “Estou liberado, não pedirei voto para ninguém, mas também não vou atrapalhar”. Entenda, o leitor, como quiser.

GUERRA Pelo que dizem na imprensa os seus principais dirigentes, o PT está decidido a declarar guerra aberta contra o judiciário brasileiro. E o comportamento de alguns membros do Poder Judiciário, faz com que os ataques petistas tenham ressonância entre segmentos importantes da sociedade tupiniquim. Até onde isso vai parar?