Dicas para se tornar uma pessoa segura – Flávio Melo Ribeiro*
Uma pessoa segura é aquela que está abrigada do perigo ou riscos, por considerar que está certa do que faz e pensa. Por outro lado, a insegurança é um problema comum reclamado pelas pessoas. Tanto que falam que lhes falta segurança para falar em público, para tomar uma decisão importante, lutar pelos seus direitos, enfrentar uma discussão, ou mesmo empreender algo que deseja. Diz-se que o passarinho se sente seguro por dormir num galho de árvore, não porque acredita que o galho não irá quebrar, mas porque ele sabe voar. No caso das pessoas, existe um caminho que as levam para a segurança que é o Ser, Fazer e Ter, mas o que significa esse caminho e como trilhá-lo?
A primeira medida que a pessoa precisa tomar é refletir sobre quem ela é e o que deseja para sua vida, pois não há segurança se a pessoa não sabe qual caminho tomar, já que não tem a menor ideia para onde vai. As pessoas devem refletir sobre seus desejos e sobre o que realmente é significativo,tirando a prova da verdade, e pensando em si a partir do olhar do outro: “eu me aprovaria se estivesse olhando a partir do outro?”.
Em seguida, a pessoa deve identificar e investir nas habilidades necessárias para trilhar o caminho que a levará ao seu desejo. Visto que um dos indicativos de uma pessoa segura é o fato dela saber fazer. Não basta saber para onde vai se não sabe como ir. Por exemplo, imagine alguém inseguropara falar numa reunião.
O que deve fazer? É necessário identificar qual objetivo quer alcançar com a sua fala;para isso, deve pesquisar o conteúdo com intuito deorganizar o pensamento e o discurso. Depois deve ensaiar diversas vezes e, por fim, acreditar que o conteúdo que irá falar é suficiente e necessário para expor suas ideias, bem como enfrentar uma discussão, caso haja divergência. Independente do que você quiser alcançar, invista no desenvolvimento das habilidades, sem se esquecer de quem é, do contexto onde se encontra e onde realmente faz sentido você chegar.
Por fim, a pessoa deve avaliar o percurso e a forma como o realizou e, se aprovar,deve ter orgulho do seu feito. O orgulho é a base para a pessoa se tornar segura. Só tome cuidado de dosar o orgulho. O ideal é a pessoa viver o orgulho das suas vitórias, ao mesmo tempo em que é humilde para reconhecer seus erros e corrigi-los.
*Psicólogo; CRP12/00449 E-mail: [email protected] Contato: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386 Página no Facebook: Viver – Atividades em Psicologia Canal no Youtube: Flávio Melo Ribeiro
A dependência econômica é um dos motivos para que uma mulher permaneça em um relacionamento abusivo – Fabíola Sucasas* Neste fim de semana, foram divulgadas as imagens em que a advogada Tatiane Spitzner apanha do marido, o biólogo Luis Felipe Manvalier. Feitas por câmeras de segurança, as cenas chocam por tamanha brutalidade antes da morte dela que, aos 29 anos, despencou da sacada de seu apartamento no quarto andar.
Quando crimes como este ganham repercussão nacional, é natural que comecem os questionamentos: por que, afinal, uma mulher permanece em um relacionamento marcado pela violência? E a não denunciar? Muitos são os motivos, mas um que merece a consideração é a dependência econômica. A nota técnica “Violência doméstica e familiar contra a mulher” de 2017 do Senado Federal aponta que 29% das mulheres ouvidas pela pesquisa mostram que a questão financeira é a principal motivação. Deste percentual, 32% já sofreram violência doméstica.
Quando se olha a renda média destas mulheres, o resultado dá bons indicativos: 33% delas não têm renda alguma enquanto 24% recebem até dois salários mínimos. E destas, 30% não exerce trabalho remunerado. Uma simples observação apenas deste indicativo oferece um único pensamento: que a violência doméstica e familiar precisa ser combatida e prevenida em uma longa caminhada que passe pela autonomia financeira. Um destes passos é o empreendedorismo feminino.
A violência no âmbito doméstico e familiar torna-se um grande desafio para a mulher trabalhadora, que tem que faltar para fazer exames como corpo de delito, testemunhar no distrito policial e, muitas vezes, é demitida por conta disso. Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, de 1997, demonstrou que 25% dos dias de trabalho perdido por mulheres tem como causa a violência.
Mas vale trazer a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2016, que aponta que 51% dos empreendedores iniciais são mulheres. E de acordo com pesquisa do Sebrae-SP, 35% das empresas chefiadas por mulheres estão nas casas das mesmas. Atenta a estes dados, a cartilha “Prevenção da violência doméstica com a Estratégia de Saúde da Família” traz informações básicas para as mulheres formalizarem seus negócios, como criar uma Microempresa individual (MEI) e uma lista de cursos de capacitação oferecidos pelo Sebrae-SP.
Disponível em quatro línguas (francês, inglês, espanhol e português), a cartilha também é distribuída para as imigrantes em todo município de São Paulo. Coordenada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, tem a parceria da prefeitura, do Sistema Único de Saúde e apoio do Sebrae-SP. São mais de 55 mil exemplares e, somente na região central, 11.400 exemplares que chegam nas unidades básicas de saúde como dos bairros do Bom Retiro, Cambuci e Humaitá.
Desde Fevereiro de 2018, um termo de cooperação entre o MPSP e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania foi assinado, possibilitando que a Coordenação de Políticas para Mulheres apoiasse o projeto “Prevenção da Violência Doméstica com a Estratégia de Saúde da Família”, idealizado pelo MPSP em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e com a colaboração da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.
Depois de quatro anos trazendo conhecimento sobre a Lei Maria da Penha e os direitos das mulheres a milhares de mulheres de todo o Estado, por meio da formação de agentes comunitárias de saúde pelo MPSP sobre o enfrentamento à violência contra a mulher, o projeto foi finalista do Prêmio Innovare, o mais prestigiado na área jurídica, em 2016. Desde o começo do ano, a iniciativa virou lei em São Paulo, oficializando um programa do Ministério Público que apresenta resultados bastante consistentes na prevenção à violência doméstica em áreas de maior vulnerabilidade.
Graças a este trabalho que um grupo de mulheres participaram do primeiro curso Super MEI, para potencializar suas veias empreendedoras. Atendidas pela rede protetiva de Saúde e Assistência Social da região central da capital, elas têm entre 25 e 65 anos e aprenderam com consultores do Sebrae-SP conceitos básicos de gestão e administração de empresas.
Tanto o curso como o projeto fazem parte de um entendimento que cabe ao Ministério Público, garantidor constitucional da cidadania, articular políticas públicas com todos os entes federativos. É papel do MP alavancar a comunicação entre os serviços como fiscal da lei para, assim, conseguir prevenir e salvar a vida de mais mulheres. *Promotora de justiça e diretora do Movimento do Ministério Público Democrático (MPD). É assessora do Núcleo de Inclusão Social do Centro de Apoio Operacional (CAO) Cível e de Tutela Coletiva.
O poder do sorrir – Oscar D’
Ambrosio*
Não são poucos os que esqueceram o poder do sorriso. E até parece contraditório falar em poder, pois essa palavra geralmente é vista com negatividade. Mas, em si mesmo, ter poder pode (repetição interessante, não?) ser visto como algo positivo, pois significa a capacidade de ter a potência de realizar algo numa sociedade em que geralmente o poder de infringir a aceitação prevalece.
Perder o poder de sorrir significa deixar de praticar uma das atividades mais importantes do ser humano, que é a de desconstruir a si mesmos e aos outros justamente pelo surpreendente, inesperado e derrisório. Rir de si mesmo e do outro são esferas essenciais da saúde mental.
É o palhaço que faz rir geralmente o artista mais completo do circo. Sabe um pouco de cada especialidade do espetáculo, o suficiente para colocar cada habilidade em uma nova perspectiva, aquela que faz rir, porque lida com o muito grande, o muito pequeno, o muito rápido ou o muito lento.
É nas esferas do novo que o riso se realiza. Quando se pensa nas brincadeiras de criança ou no sorriso delas ali está o sentido da vida. É no rir sem saber da grandiosidade que esse ato encerra que a criança tira seu poder de transformar o mundo. Falta aos adultos o poder de perceber isso…
*Mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Cuidado com a postura – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.” (Paulo Freire)
As coisas mudaram, mas nem tanto. As dificuldades numa entrevista para um emprego continuam sendo as mesmas de sessenta anos atrás. A verdade é que a população do Brasil se triplicou nesse período, e não prestamos atenção a isso. Quando fazemos um curso de direito, numa faculdade, devemos nos alertar. O certificado que você recebe depois da conclusão do curso, não diz que você é um advogado. Ele diz que você fez um curso de direito. Independentemente da profissão, você vai aprendê-la, com profissionalismo, dentro do trabalho. O que popularmente venho chamando de “Universidade do Asfalto”. Então, vamos tomar cuidado com o que queremos, e como o fazemos no nosso treinamento, dentro da empresa, ou onde quer que desempenhemos nossa função.
Seu comportamento no ambiente de trabalho está sendo sempre observado. Não se iluda. Você pode estar se iludindo, pensando que está sendo o melhor ou a melhor, no seu ambiente. Sua fala pode estar sendo observada, sem que isso seja indicado por alguém. E você pode não estar falando errado, mas dentro dos seus hábitos, nos seus ambientes familiares. E isso é mais comum do que você imagina. E sempre ocorre quando você se sente, exageradamente, à vontade, por se sentir seguro, ou segura. Vamos a um exemplo muito simples: digamos que você seja uma pessoa amigável. Alguém lhe mostra algo, você se entusiasma e, euforicamente, exclama: “Muito lindo… muito lindo…” Se seu ambiente de trabalho for um ambiente realmente profissional, você vai olhar para a turma e ver alguém com o nariz torcido. Deu pra sacar? Então tome cuidado. O ambiente profissional é uma extensão do ambiente familiar. Mas que não permite que você leve, de casa para lá, maus costumes. E o bom linguajar é um costume que deve ser preservado, nas Relações Humanas.
Seu progresso no profissionalismo depende, e muito, do seu comportamento, tanto no trabalho quanto no falar e nas suas reflexões. Nunca se esqueça de que você deve ser persistente no seu aprendizado. Quando éramos ainda crianças, e quando estávamos discutindo muito dentro de casa, minha mãe nos chamava à atenção: “Quem muito fala, muito erra.” Ser comedido no falar é uma qualidade que deve ser considerada dentro do profissionalismo. Mas não é só o falar, quando tratamos de comportamento profissional. Nunca se esqueça de que devemos mudar o tempo todo, para que nos especializemos no que queremos como realização. Pessoas de sucesso sabem que nunca alcançarão a perfeição. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460