Bom dia,
E alguém ficou surpreso com o resultado do leilão realizado, ontem (quinta-feira) em São Paulo para a venda da Boa Vista Energia? Claro, que só gente muito ingênua pode se dizer surpreendida pelo fato de uma pequena empresa amazonense, que cresceu rapidamente de revendedora de motores elétricos para concessionária de energia elétrica tenha comprado a empresa ligada a Eletrobras, que só de patrimônio da Companhia Energética de Roraima (CERR) levou um ativo, que muitos dizem subavaliado, no valor de quase R$ 300 milhões.
E o preço pelo qual foi vendida a Boa Vista Energia? Está aí na matéria que a Folha publica na edição de hoje: singelos R$ 50 mil. Isso mesmo, não estamos esquecendo qualquer zero nesse preço. Uma empresa que distribui energia elétrica para todo o Estado de Roraima foi entregue a um grupo privado pelo preço de um carro popular. E o que esse grupo empresarial levou a mais, quando comprou o ativo da Boa Vista Energia, que o Governo Federal nunca divulgou o valor atualizado? Levou também, automaticamente, a concessão para distribuir energia elétrica para todos os 15 municípios roraimenses, inclusive, o de Boa Vista, que abriga a capital do estado.
Logo aparecerão argumentos verberando que a Boa Vista Energia é uma empresa endividada, e que o grupo adquirente deverá pagar essas dívidas, inclusive aquela referente ao Estado de Roraima em decorrência da transferência do patrimônio da CERR. E, afinal, qual o valor da dívida consolidada da Boa Vista Energia? Nunca as autoridades federais tiveram uma conduta de transparência para divulgar tais dados. Tudo parece ser feito na penumbra, exatamente para não oferecer argumentos dos que não concordam com essa venda.
E na contra-argumentação das dívidas – que voltamos a afirmar ninguém sabe o montante-, não é possível esquecer que por trás desse endividamento, haverá sempre um Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disposto a refinanciá-lo. Não sem razão, quem bateu o martelo da venda da Boa Vista Energia, na Bolsa de Valores de São Paulo, foi um sorridente Diogo Oliveira – que tem fortes ligações com um político local-, que preside aquele importante banco estatal.
JABUTI Quase todo mundo conhece a velha máxima popular sobre um animal cascudo e de andar lento, que habita nosso lavrado, especialmente em regiões pedregosas: o Jabuti, quase em extinção por aqui em Roraima. Esse animal – também conhecido como Carumbé-, que muitas crianças roraimenses sequer conhecem, não consegue subir em árvores e pedras altas, por isso aqui é comum ouvir a seguinte expressão: “quando você ver jabuti trepado, ou foi enchente, ou mão de gente”. É claro, isso vale para um montão de coisas, inclusive, quando surge gente acumulando fortunas como um passe de mágica.
XENOFOBIA Nicolás Maduro, o ditador chavista da Venezuela, é um gaiato. Além de adotar uma política econômica que gerou miséria e fome para seus compatriotas, e de ser acusado de roubalheira, Maduro resolveu “defender” seus concidadãos que correm aos milhares para outros países, especialmente, da América Latina. Ao comentar a decisão do governo peruano que passou a exigir maior rigor de sanidade dos venezuelanos que entram no país, Maduro acusou os peruanos de xenofobia. É mole? E o pior é que o desânimo tomou conta da população venezuelana que permanece por lá, pois quase ninguém acredita na possibilidade de sua expulsão do Palácio Miraflores.
IMPUGNADOS O Ministério Público Eleitoral de Roraima (MP Eleitoral) já ingressou com 23 ações de impugnação de registros de candidaturas. Os processos são contra pessoas que pretendem ser candidatos nas eleições de 2018. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) poderá julgar os pedidos até 20 dias antes das eleições. Na maioria das ações, os alvos são candidatos a deputado federal, estadual além de candidatos ao governo.
COLHEITA Sob a coordenação do empresário rural Ermilo Paludo, os agricultores de Roraima iniciam oficialmente hoje (sexta-feira) a colheita da soja e de milho referente à safra 2017/2018. No Centro de Atividades de Fronteira (CAF), no Campus do Paricarana, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), serão realizadas palestras feitas por especialistas em diversas especialidades, com entrada franca. Amanhã, sábado (01.09), será o dia de campo, com direito a churrasco, na fazenda Paraíso do produtor Genor Faccio, que fica na margem esquerda do rio Branco, município do Bonfim. Segundo os organizadores, todos estão convidados, mas alertam que não haverá espaço para discursos eleitoreiros.
DINHEIRO PÚBLICO Qualquer gestor que utilizar dinheiro público para comprar, por exemplo, remédio para hospitais ou merenda escolar para as escolas, tem de seguir um longo rito que vai da justificativa para a despesa até o efetivo recebimento do material. No meio disso, há um complexo processo licitatório que deve ser observado o preço e também a qualidade desse material. No caso dos políticos, que estão torrando quase dois bilhões de reais de dinheiro público nestas eleições, não se exige qualquer critério na utilização dessa montanha de recursos. Eles dão grana pública para quem querem, e gastam ser qualquer regra o dinheiro pago pelos contribuintes. Cosas desse país de quinta categoria.