Opinião

Opiniao 02 10 2018 7012

Saudades de Luiz

Walber Aguiar*

“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade” (Drummond)

E ele chegava animado. Adentrava o sentimento na tentativa de alegrar as caras tristes, de fazer da geografia da tristeza um espaço do humor, da graça, do espalhafatoso. Era o amigo Luiz Pereira, um menino agitado e autêntico, falador de palavrões e músico de alma. De uns tempos pra cá senti profundamente sua ausência, ainda mais quando Laulimã diz que a vida perdeu parte do encanto sem a sua presença espontânea e grandiosa. Ora, Luiz viveu como bem entendeu viver, de astral alto e alegria contagiante. Aquele tipo de alegria que não se torna ridícula, mas que acena para os outros e faz com que as pessoas se procurem e se entendam um pouco mais. Isso porque, a vida não pode conter apenas sujeitos macambúzios, tristes, sorumbáticos, casmurros. A vida tem que carregar consigo as mais belas cores e canções, a fim de que celebremos o existir com graça e grandeza. A fim de que contemplemos as estrelas mal contempladas e façamos uma espécie de farra existencial que nos torne seres humanos mais leves e completos. No Monteiro Lobato, Luiz era uma espécie de líder, um cara que sempre chegava animando, sempre falante e com alguma novidade para contar. Por ter um sinal no braço e ser um pouco mais amadurecido que os demais, nós o chamávamos de macumbeiro. Isso porque, o velho Luiz “jabuti” carregava em sua aura uma espécie de magnetismo, uma coisa que atraía, que cativava, que parecia juntar as pessoas em torno de si. Mas o tempo, companheiro da alegria e das frustrações, se encarregou de arrastar cada um de nós para ângulos e pontos de vista diferentes. Nesse meio termo, em que as definições apareciam e os mosaicos passavam a ser montados com mais consistência, em que vivíamos, no entender de Drummond, a fase das misérias, Luiz optou pela vida militar, apagando fogo e salvando gente, sempre com dignidade, Laulimã assumiu o magistério, fez amigos nas escolas por onde passou, desenvolveu projetos. Chamou Luiz para ser compadre, padrinho do menino Raimundo Neto. Tal relação entre Luiz e Laulimã seria uma espécie de coisa de irmão, de alma gêmea, conforme as amizades mais fraternas e mais lindas e significativas que alguém já conheceu. Ele carregava tanta alegria dentro de si que passou a tocar um instrumento e cantar, pois quem canta geralmente encanta, ainda mais quando a canção passa de alma pra alma, de coração pra coração, como no caso de Luiz. Sempre curtindo a casa do Neuber, apreciava ritmos regionais e uma boa comida. Um dia me disse que não gostava de poemas tristes, mas disse a ele que, embora tristes os versos, os poetas fingiam a dor que sentiam, na ânsia de elaborar algo que fizesse cócegas na alma, ou seja, de contar as histórias de um mundo mais alegre e feliz. Descanse em paz, irmão. Um dia nos encontraremos debaixo das enormes ingaranas do infinito. Aí teremos descoberto a mais intensa, louca e verdadeira alegria… *Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho de Cultura, advogado e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]

Não à hegemonia cultural

Marlene de Andrade*

Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações. (Provérbios 21:2)   Lula que sempre afirmou não gostar de ler é diferente de Fernando Haddad, o qual é intelectual e deseja ir muito mais além do que o “pinguço” e Dilma foram, pois percebeu que até ele como Prefeito da cidade de São Paulo falhou executando uma política que beneficia os ladrões. Fernando Haddad também não quer trazer para o Brasil o socialismo aos moldes da Rússia de 1917, Coreia do Norte, Cuba e entre outros, Venezuela. Agora ele sabe também que o Capitalismo de Estado beneficia grandes empresários, haja vista, inúmeras empresas estarem envolvidas na Lava Jato e isso ele também não quer. O sistema patrimonialista ele também não quer, pois caracteriza um Estado sem distinções entre os limites do público e do privado, visto que no sistema absolutista o Estado se transforma em patrimônio do seu governante e isso, ele sabe que não dá certo. Haddad já percebeu que tem que haver um consenso entre os seus companheiros de partido sem coerção dominadora. Ele não quer uma ideologia ditatorial aberta como é na Venezuela terrorista. Então o que ele quer? Ele quer uma ditadura no modelo de hegemonia cultural de Gramsci o famoso “comer pelas beiradas”. Esse senhor pensa que, juntamente com seus camaradas, o mais importante é manipular os idiotas úteis sem fazer guerra e ir só mudando devagar os costumes culturais, pois dessa forma, pensa ele, existirá uma classe dominante e outra estratificada, a qual “dançará” conforme a música, sem brigas, confusões e revolução. Educação? Instalar a pior possível. Ele também já entendeu que o patrimonialismo de Lula, Dilma e de toda a esquerda brasileira cujo Estado não possui os limites do público e do privado e acaba se tornando patrimônio não do povo e sim dos governantes, também não dá certo, pois o povo acordou. Assim sendo, Fernandinho quer mudar a estratégia e manipular a população através de kit-gay, feminismo, liberação do uso das drogas e entre outros, a legalização do aborto. Gramsci chamava isso de “revolução passiva” sem guerra política. É a supremacia dos camaradas sobre a população de forma calma, serena, tranquila onde os artistas continuarão se beneficiando com a lei Rouanet, a mulherada poderá ir às ruas menstruadas sem absorvente e todos que quiserem poderão evacuar suas fezes nas vias públicas visto que, tudo isso virando moda, se torna top. Nesse contexto idiotizado héteros, homossexuais, bissexuais e transgênicos vão manter relações sexuais nas praças públicas à luz do dia sem ser atentado ao pudor. Vai virar moda também uma família cujo homem terá várias mulheres e uma mulher vários homens. Tudo vai ser muito natural e calmo, inclusive a pedofilia e a zoofilia. Dessa forma a esquerda vai poder manipular a população tranquilamente, pois fumando maconha, bebendo todas, pode faltar SUS, educação de qualidade, estradas em perfeito estado de conservação e Segurança Pública, porque os idiotas úteis estarão viajando serenos e tranquilos ao sabor das drogas psicotrópicas. Que engano, dos petralhas, pois o povo brasileiro acordou e quer na condução do nosso país um líder que deseja o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.   *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT

Ser idoso Vera Sábio*

As pessoas em geral têm muito medo ao pensar na velhice, já que envelhecer vem sempre com a sensação de doenças, dores, algo pouco ativo e que logo chegará ao fim. Ninguém ou poucas são as pessoas que previnem a velhice, sendo realmente cuidadosos enquanto são jovens, e aproveitam a idade mais avançada com todos os direitos e deveres que esta idade lhes proporciona. Têm aqueles que quando novos não tiveram tanto tempo para os filhos e agora mais debilitados, querem se dedicar integralmente aos netos e fazer por eles o que não puderam fazer aos filhos. Papéis que não dão certo, nem para os pais que perdem grande parte da responsabilidade por aqueles que colocaram neste mundo; e papéis inapropriados aos idosos, que poderiam estar viajando, se divertindo, não tendo tanto horários e compromissos, e se prendem às responsabilidades pelas crianças, algo bem difícil e muito mais sacrificante nesta idade. A natureza tão sábia já não fornece a mesma condição fisiológica de reprodução, mostrando que filhos precisam ser criados por pessoas mais jovens, mas cada caso é um caso. No entanto o que mais quero destacar aqui é que cada idade tem suas vantagens e desvantagens e que pode ser muito bom envelhecer, só depende de cada um. Depende daquele que se ama, se valoriza, tem uma vida ativa, pratica exercícios físicos, vai regularmente ao médico, trata
do espiritual, continua aprendendo e gosta de viver. Pois sem estas condições citadas, tem muita pessoa de pouca idade que é extremamente velho, inútil e estragado. Como existe tantas pessoas que possui mais idade, mais experiência, mais luz, mais alegria e dá vontade de ficar perto delas para absorvermos mais desta energia boa que o passar do ano pode produzir, dependendo do espírito de cada um. Espírito não envelhece, espírito é livre das condições corporais e somos um espírito com um corpo e não o contrário, se desejamos ser eternos. Pense nisto e aproveite cada dia como se fosse o último, mas com disposição, harmonia e alegria do primeiro de uma nova existência, renovada e em paz.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe, e cega com grande visão interna. E-mail: [email protected]

Democracia e liberdade

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Democracia é o regime que garante: não seremos governados por nada melhor do que merecemos.” (Bernard Shaw)

E como estamos falando de política, o que merecemos está no que fizemos coletivamente. Prometo pra você que não voltarei a falar de política enquanto não tivermos os resultados das próximas eleições. Prometo. Sei que estou ficando chato, mas é necessário. Nasci, vivi minha infância, minha adolescência e amadureci dentro de ambientes políticos. Afastei-me deles aqui em Roraima. E mesmo assim procurei amizades com políticos e pessoas ligadas à política. Sofri uma grande decepção. Mas sei que isso faz parte da política. E foi nela que aprendi que não devo me aborrecer com as decepções. Elas fazem parte do amadurecimento. É quando aprendemos que quando alguém nos engana devemos nos perguntar: ele me enganou ou eu me enganei com ele? Foi o que fiz. O Dom Corleone, embora não fosse político e sim um mafioso, tem uma chamada meramente política: “Mantenha seu amigo bem perto de você, e seu inimigo mais perto ainda.” Uma tirada bem política. Comece a ver a política como uma necessidade no desenvolvimento. E é por isso que devemos ser conscientes e responsáveis na nossa participação na eleição. E sua participação está no seu voto. Cuidado com sua escolha. Estamos necessitando de mudanças. E como já erramos tanto, não tem como mudarmos do dia para a noite. Vamos começar de mansinho, mas com responsabilidade e não com embriaguez partidária.  Você tem menos de uma semana para refletir sobre, não o que você quer, mas sobre o que é necessário para mudar o quadro em que nos mostramos como ébrios na cidadania. Há coisas de que não devemos nos esquecer: ainda não somos cidadãos preparados para a democracia. Sair gritando pelas ruas não significa democracia. Quando sabemos realmente o que somos não precisamos gritar, dizendo o que queremos ser. Todos nós temos o poder de mudar. Mas primeiro devemos saber o que realmente queremos mudar. E quando sabemos o que queremos nada nos impede de realizar. Então faça isso. Procure fazer o melhor para as mudanças de que necessitamos para termos uma Nação como a merecemos. O Brasil tem tudo para ser o exemplo no nosso continente. E você tem tudo para contribuir para o engrandecimento da sua Nação. Faça isso com responsabilidade, para que possamos ser realmente cidadãos, merecendo, por conhecimentos, o voto facultativo. Mas para isso temos que nos educar. Nossa Educação está no fundo do poço. Vamos tirá-la de lá. Faça isso com o seu voto consciente e responsável. Sei que está difícil, mas é possível. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460