Bom dia,
Estamos na reta final da campanha eleitoral. Os eleitores têm exatos quatro dias para decidir quem vai dirigir o Brasil e os estados; e também uma nova composição dos parlamentos federal e estaduais. Poucos brasileiros e brasileiras têm a consciência da importância deste momento, sobretudo quando o clima vigente na eleição presidencial está em aberto confronto. Poucos têm prestado a atenção às palavras de alguns candidatos mais lúcidos ao lembrarem que o voto não deve ser dado contra alguém, mas a favor do Brasil. Aqui, em Roraima, está mais do que na hora de ver o passado de cada candidato, conhecer as limitações financeiro-orçamentárias do governo estadual, saber como os grupos políticos estão se organizando, para que o eleitorado tenha a sabedoria de separar o joio do trigo. Tem muita gente se apresentando como trigo, mas não passa de joio. Está na hora de buscar políticos com estatura de estadista, e não politiqueiros que quando ganham a eleição, já começam a urdir estratégias e roubar dinheiro público para financiar suas reeleições. É igualmente importante que sejam eleitos deputados/deputadas federais e senadoras/senadores que consigam trabalhar numa pauta comum de interesse dos roraimenses, e não aqueles que só utilizam Roraima como lavanderia para esquentar o dinheiro público roubado. Precisamos de parlamentares federais que trabalhem para resolver nossos problemas estruturantes e não daqueles que arranjam recursos para obras de fachada, de olho na propina prometida por empreiteiros. Por fim, é preciso ficar de olho na eleição dos deputados/deputadas estaduais. Eles, e elas, são fundamentais para garantir a governabilidade, desde que consigam exercer seus mandatos como representantes do povo, e não como espertos politiqueiros que transformam o mandato popular em biombo para cuidar de interesses espúrios.
VOTO O ex-senador Mozarildo Cavalcanti, que como deputado federal e constituinte foi um dos proponentes das Disposições Transitórias que transformou o Território Federal de Roraima em estado membro da federação brasileira, foi entrevistado ontem, na Rádio Folha, no programa noticioso 1020 Notícias. Além de falar do orgulho de ser um dos subscritores da Constituição Cidadã, assim definida por Ulisses Guimarães, Mozarildo revelou que nesta eleição para governador decidiu votar no senador Telmário Mota (PTB). Faz algum tempo que ele também se declarou eleitor do ex-prefeito Júlio Martins para o Senado Federal.
BAGRE Mesmo que até agora só tenha chegado a um bagrezinho, é salutar que a Polícia Federal tenha decidido atuar no sentido de combater o abuso de poder econômico, especialmente a compra de votos. Na segunda-feira (01.10), a Polícia Federal do estado de Tocantins prendeu um avião transportando um milhão de reais, que seriam presumivelmente utilizados na compra de votos. Na semana anterior, em Goiás, foi aprendido outro milhão de reais. Aqui em Roraima, considerado o estado onde mais se compra votos, tem tubarão esquematizando comprar 80.000 votos. Basta que as forças policiais utilizem a inteligência para descobrir.
PUXA-ENCOLHE E continua a história de ativismo político no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de o ministro Luiz Fux negar autorização para que o ex-presidente, hoje presidiário, Lula da Silva (PT) desse entrevista desde a sala especial na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde cumpre prisão em regime fechado; o ministro Ricardo Lewandowski contrariou o colega e autorizou Lula a falar. Contrariado, Dias Toffoli, o presidente da Suprema Corte, cassou a decisão de Lewandowski, e remeteu a decisão ao pleno do STF. Esse ativismo político dos ministros está complicando o clima naquela Corte Suprema.
ANTI-INDÍGENAS Relatório feito com base em estudo realizado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão ligado à Igreja Católica, destaca os 50 parlamentares federais que se destacaram como aqueles autores de leis que na visão desse órgão contrariaram os interesses dos povos indígenas. De Roraima estão listados o notório senador Romero Jucá (MDB) e o deputado federal Édio Lopes (PR). Ambos foram autor e relator, respectivamente, do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que tentava autorizar mineração em terras indígenas.
INTERIOR O crime organizado já não se basta em matar e assaltar nas áreas urbanas. Está muito forte no interior do estado, especialmente, em sítios e pequenas fazendas localizadas nas cercanias de Boa Vista. Todos os dias são registradas ocorrências de furtos, assaltos e até homicídios. É preciso que o aparato de segurança do estado estabeleça um esquema especial para combater esses crimes, sob pena de trazer mais gente para morar, sem emprego, na periferia de Boa Vista.
QUENTE Que o calor de Boa Vista está chegando a nível insuportável, todos sabemos. Também o clima da campanha eleitoral está para lá de quente. Os candidatos estão se alfinetando mutuamente. Acusações de ligação com o crime organizado, com a corrupção, e até de má companhia, faz parte da saraivada de alfinetadas entre todos. Isso, de certa forma tem um lado positivo, afinal, eleição não pode ser um campeonato disputado por pinóquios.