Porque contratar um estagiário é um bom negócio
Aristides Ianelli Junior*
Muitos empresários estão decidindo investir em programas de estágio com o objetivo de formar funcionários capacitados e futuros líderes. Além do mais, boa parte das pessoas ao qual se candidatam à vaga de estagiário estão com a mente aberta e com o intuito do aprendizado e de aprimorar seus conhecimentos.
A procura por talentos no mercado de trabalho acaba sendo dispendiosa, pois além da falta de profissionais capacitados e seus altos custos, muitos chegam “viciados” por seus antigos modelos de trabalho, levando muito tempo para se adaptarem, às vezes sem sucesso, o qual não traz benefícios nenhum tanto para a empresa quanto para o próprio funcionário.
Os jovens estão sendo cada vez mais valorizados pelas empresas, que veem neles uma oportunidade de treinar seus futuros líderes. Como os jovens têm grande interesse em aprender e desenvolver novas habilidades, as empresas podem moldá-los dentro da cultura da organização, além, é claro, da vantagem de representarem uma mão de obra mais barata.
Pesquisas indicam que empresas que contratam estagiários conseguem economizar até 50%. A contratação de estagiários é uma modalidade muito rentável, pois é livre de encargos trabalhistas. Com muito potencial e garra para vencer no mercado de trabalho, o estagiário é um verdadeiro investimento para qualquer empresa.
A presença de estagiários oxigena a equipe e promove mudanças significativas nos funcionários mais experientes, que sentem a necessidade de corresponder às expectativas pelo maior tempo de casa. Algumas empresas oferecem ao jovem palestras sobre desenvolvimento de carreira, além de treinamentos técnicos e comportamentais com o objetivo de prepará-lo para o futuro dentro da empresa. Empresas que investem em estagiários estão fazendo um grande trabalho social, pois investem na preparação desses jovens. Para os estagiários esse é um grande passo, já que podem colocar em prática a teoria aprendida na faculdade.
Com isso, a contratação de estagiários acaba por beneficiar ambos os lados: aluno e empresa, além de garantir ao mercado de trabalho mais frescor, jovialidade e, principalmente, perspectivas. Afinal, o estagiário, hoje, representa o profissional efetivo amanhã, e está nas mãos dos empresários atuais garantir que esses futuros colaboradores sejam bem preparados o suficiente para enfrentarem com criatividade e competência os avanços do mercado.
*Presidente e sócio-proprietário da rede de franquias Estagilize Estágios
A farsa à custa do falso
Tom Zé Albuquerque*
No início de minha vida acadêmica, tive um brilhante professor de Filosofia que, entre tantos despertares e tantas provocações, uma frase de efeito marcou até os dias atuais: “Saber é sofrer!”. Com o passar do tempo, vejo quão confortável e lenitivo é a ignorância.
Tenho observado na campanha eleitoral uma saraivada de informações amplamente divulgadas sem nenhuma sustentação lógica ou científica. Assuntos importantes são pulverizados de forma superficial e sem parâmetro algum, ora vindo de pessoas leigas, sem conhecimento suficiente para expor algo que valha a pena ler, mas também podem vir de pessoas com alto nível de escolaridade e considerável domínio do assunto, o que configura aí como um ato de covardia, de estupro mental e de falta de responsabilidade coletiva.
Ultimamente, tem sido disparado por uma esquerda picaresca o termo “fascista” contra um dos candidatos a presidência da república. Ocorre que ante tantas contradições, fica difícil compreender a que real e fiel intenção se refere o expositor. A origem da palavra já invoca aplicação dúbia, por refletir união, força, mas também autoridade e punição corporal; e, ao se apossar desse termo, o político italiano Benito Mussolini usou à mercê de tudo e todos, não refletindo sequer a sua origem romana, destoando despudoramente sua linha ideológica.
A contradita, em si, se engendra entre “democracia pura” a “demonismo puro”, conforme definido por George Orwell no arcabouço “O que é o Fascismo”. Também apregoou o mesmo autor que esta palavra é quase inteiramente sem sentido, em face de sua predominância ter decorrido especialmente das atitudes praticadas por Mussolini, diferentemente do marxismo e do nazismo. É, pois, tudo muito genérico ou relativado. O Stalinismo, bem mais cruel e devastador para a raça humana que o próprio fascismo, pode sim abertamente ser alçado na condição totalitária e despótica.
O Filósofo e escritor Olavo de Carvalho descreveu um pouco sobre a imprudência de muitos brasileiros em expor suas posições: “O Brasil é o país do gênio prematuro, degradado em bobalhão senil logo na primeira curva da maturidade (…) Não falta a esses indivíduos a consciência de que suas vidas falharam, mas atribuem a culpa aos outros”. Eu creio que vivemos mesmo é numa crise de percepção, ao tempo que a cada vez menos atitude coletiva tem destruído as relações entre os brasileiros, numa segregação e fatiamento social jamais vistos na América Latina.
Fascismo, a meu ver, é se apropriar das empresas estatais transformando-as em balcão de negócios partidário para atender a trupe oligárquica do poder, alheio à meritocracia e à equidade. Ser fascista é permitir que milhares de pessoas humildes morram ou agonizem em corredores de hospitais por falta de profissionais, leitos, remédios, materiais. O fascismo está onde a educação não chega ou é precária ao ponto de permitir que um estudante universitário não consiga formular uma frase banal com sujeito e verbo. Prática fascista é permitir que quase 70.000 brasileiros sejam assassinados por ano no país, maioria vitimada pela complacência e permissividade governamental para com o crime organizado que mais parece um grande e rentável parceiro estatal.
Na conceituada obra “O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão”, é possível notar o tamanho do estrago provocado pelos marxistas-leninistas, com o assassinato de mais de 100 milhões de dissidentes, incluindo fomes provocadas, expurgos e dependências cruéis. O que prega, pois, a patética esquerda brasileira? Nada é alheio, tudo tem uma causa, um fundamento e um fim. Mas nenhum mal dura para sempre.
*Administrador
A crisálida humana
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“O dom de maravilhar-se é a primeira característica da criança, que o adulto perde. A crisálida entra na adolescência e sai para a vida adulta como feio besouro.”
Todos nós, de crisálida partimos para feios besouros. E isso não está ligado à beleza física que você pensa ser tão importante. Quando o mais importante é o que você perdeu na sua passagem de criança para adolescente: que é o poder no dom de maravilhar-se. Já reparou quantas vezes chamou um adulto de criança por ele admirar-se de alguma coisa muito simples? “Para de criancice.” É como se o adulto não tivesse o direito de voltar à infância, por pelo menos alguns segundos. A felicidade que vivemos na nossa infância é incomensurável. Não há como analisá-la. Nem há como revivê-la. Mas não devemos empacotá-la na nossa fase adulta. Pessoas alegres são mais felizes. Elas não se aborrecem tanto quanto as que se consideram maduras.
Nunca deixe de reviver alguns momentos da felicidade vivida na sua infância. Mantenha a criança dentro de você, não importa a sua idade cronológica. O que realmente importa é o quanto você se sente feliz revivendo a criança que nunca saiu de dentro de você. Você é que a esconde, o que faz de você um feio besouro, independentem
ente de sua beleza física. Não importa o que possam pensar de você, em relação ao seu comportamento aparentemente infantil. Desde que sua “infantilidade” esteja presente na sua alegria, no seu bom humor. E tudo isso deve ser apresentado com civilidade, educação e respeito.
Procure viver feliz com você mesmo ou mesma. Seu sexo, sua beleza física, sua postura artificial não indicam quem você realmente é. O controle na apresentação da criança que há dentro de você é que vai indicar você como você. E o importante é que você deixe essa apresentação por conta da criança. Ela é espontânea. Os exageros que possam acontecer ficarão por conta do besouro que não está sendo devidamente controlado.
Comece um exercício observando o comportamento atual, das crianças. O desenvolvimento racioAristides nal e tecnológico atual está influenciando na soltura do comportamento infantil, o que não acontecia com crianças e pais, de até alguns anos atrás. Mas precisamos ter muito cuidado para não confundir liberdade com libertinagem nem futilidade. E o perigo está no despreparo que ainda vivemos, na criação dos nossos filhos. Ainda não percebemos, por sermos besouros, que estamos vivendo o mundo deles e não o nosso. E como prepará-los para seu mundo quando ainda não saímos do nosso? O besouro que somos esconde o dom de maravilhar-se, que tínhamos, quando crisálidas. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460
Crise educacional Oscar D’Ambrosio*
E quem disse que a crise da educação ocorre só no Brasil? Ledo engano. Basta assistir ao filme francês ‘Madame Hyde’, dirigido por Serge Bozon, para verificar que os múltiplos questionamentos que recaem sobre métodos de professores e disciplina de alunos se espalham pelo mundo.
E com que força! A protagonista do filme, vivida com a competência habitual por Isabelle Huppert, mostra, desde o início, que seus métodos didáticos e pedagógicos estão superados para enfrentar o desafio de lecionar Física no ensino médio para alunos de origem árabe e africana conectados entre si e com o mundo por novas tecnologias.
Tudo muda quando ela ganha misteriosamente poderes divinos que a levam a se posicionar de uma nova maneira em sala de aula. Passa a receber assim o respeito de todos, mas esse bônus trará o ônus de perder novamente o controle da situação ao lidar com um aluno que sofre bullying por ter uma deficiência física.
O filme é uma excelente maneira de discutir a necessidade de repensar a educação como um todo. Um sistema lento e pesado, docentes desatualizados e alunos desmotivados constitui um trinômio que parece engolir a todos sem distinção. Obras como esta, com humor e leveza, mas sem fugir dos problemas, são um alento.
*Mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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