Cotidiano

Município do Cantá registra 30 focos de incêndio no período de 48 horas

Estiagem deste ano pode superar a registrada no ano passado, quando foi decretada situação de emergência em oito municípios

Nas últimas 48 horas, o Município do Cantá, distante 35 quilômetros da Capital pela BR-401, região Centro-Leste de Roraima, registrou 30 focos de incêndio. Na sequência estão Normandia, com 6 focos, Uiramutã, com 4, e Rorainópolis, Boa Vista e Bonfim, com 03, 02 e 01 ocorrências, respectivamente. O monitoramento é feito em tempo real pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O secretário-chefe da Defesa Civil Estadual em Roraima, coronel Cleudiomar Ferreira, destacou a diferença entre focos de incêndio e incêndio florestal. “Quando os focos eclodem, eles passam a ser considerados incêndios florestais. Até o momento não foi registrado nenhum caso em Roraima”, explicou.

Segundo o Inpe, a faixa crítica de focos de incêndio já abrange Boa Vista, Cantá, Pacaraima, Uiramutã, Bonfim e Normandia, além de toda a parte leste dos municípios de Amajari e Alto Alegre. “Apesar destes focos não terem eclodido, a Defesa Civil e o Batalhão Ambiental do Corpo de Bombeiros estão preparados para agir, caso seja registrado alguma ocorrência”, informou Ferreira.

O secretário lembrou que a estiagem deste ano pode superar a de 2014, quando foi decretada situação de emergência em oito municípios. Na época, a Secretaria Estadual de Agricultura Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com o Corpo de Bombeiros, abriu cacimbas de água em 90% das propriedades rurais dos municípios atendidos. O objetivo era amenizar os impactos da estiagem.

“Esse ano daremos prioridade àqueles municípios que não foram contemplados na estiagem passada. Só poderá ser decretado estado de emergência se faltar água para a agricultura e pecuária. Essa decisão é tomada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos [Fermarh] e pelo comitê gestor de combate a queimadas e incêndios florestais”, frisou.

Conforme dados da Defesa Civil, no mês de setembro choveu apenas 25 milímetros, porém a expectativa era que chegasse aos 100 mm. “Choveu apenas 25% do esperado. Mesmo com a forte estiagem, os meses de setembro, outubro e novembro de 2014 tiveram chuvas acima da média. Isso só reforça a teoria de que a estiagem deste ano supere o recorde”, disse.  

Ferreira destacou que, nas reuniões do Comitê Gestor de Combate a Queimadas e Incêndios Florestais ficou acordado, entre as instituições, a suspensão do calendário de queimadas. “Os órgãos ambientais estão intensificando suas campanhas de combate a queimadas para que os produtores rurais se conscientizem dos riscos. Na atual situação, é bom evitar a prática ao máximo”. (I.S)