Bom dia,

As urnas falaram. No Brasil, os brasileiros e as brasileiras elegeram, com a diferença de cerca de 11 milhões de votos, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) como o novo presidente da República do Brasil. Foi uma vitória que se consolidou pela maioria obtida em quase todas as regiões do país, exceção da Região Nordeste que votou massivamente em Fernando Haddad (PT). Em Roraima, com uma diferença de cerca de 17 mil votos foi eleito Antonio Denarium (PSL) que enfrentou no segundo turno Anchieta Júnior (PSDB).

E agora? Os números indicam, como já havíamos previsto, que tanto o novo presidente, quanto o novo governador, vão administrar uma população dividida, e neste momento, sob o calor de uma eleição disputada com paixão, e algumas pitadas de fanatismo, sobretudo na eleição nacional. Sem unir a população, o presidente eleito Jair Bolsonaro não terá condição de governar o país, e as palavras iniciais dele não sinalizaram com acenos de entendimentos com a oposição, em torno de um projeto comum de Nação. Fernando Haddad, foi na mesma direção, deixou claro que fará dura oposição ao novo governo, e sequer aceitou telefonar ao adversário vencedor para parabenizá-lo.

Em Roraima, Antonio Denarium, que além de uma campanha bem organizada contou com erros primários de seus adversários, também foi beneficiado pela enorme popularidade e votação de Bolsonaro em Roraima, sem tirar o mérito do numeroso grupo de pessoas que se juntaram para elegê-lo. O novo governador terá a partir de agora, de cumprir as mudanças na forma de governar, que inclui o combate à corrupção; a montagem de uma equipe técnica, e sem a indicação de políticos para cargos públicos; a melhoria dos serviços públicos; e o apoio aos que desejam empreender neste estado tão carente de iniciativa privada.

A hora, daqui por diante, é da colheita das promessas feitas, e se os vencedores querem mesmo fazer um novo tipo de prática política, que é cumprimento das promessas de campanha.

MENINA

Durante todo o processo eleitoral, incluindo o período em que era simples pré-candidato, o presidente eleito Jair Bolsonaro sempre se referiu a Roraima em quase todas as manifestações públicas. O presidente eleito deixou claro que Roraima seria uma espécie de laboratório de experiência – a menina de seus olhos –, para fazer um governo capaz de tomar medidas para desenvolver o estado, que hoje tem seu desenvolvimento amarrado pela ação de organizações não governamentais internacionais que utilizam os sistemas internacionais de meio ambiente e direitos humanos para impedir qualquer forma de progresso para beneficiar os roraimenses.

AMARRAS

E não são apenas as ONGs internacionais que criam todos os obstáculos para impedir qualquer projeto capaz de induzir o desenvolvimento de Roraima. Também grande parte da estrutura dos órgãos federais, que atuam no estado e na região, está amplamente aparelhada por gente servil ao ambientalismo internacional. A tal aparelhamento deve ser somado o posicionamento de uma parte do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, especialmente de Primeira Instância. Se quiser realmente transformar Roraima na menina dos olhos de seu governo, o novo presidente vai ter de enfrentar toda essa gente, que ganha muito bem, tem muito poder, e trabalha movida pela ideologia que ele promete combater.

MAIORIA

Uma das primeiras tarefas tanto do novo presidente, quanto do novo governador de Roraima, será de conversar com os atuais deputados federais e senadores no plano nacional, e com os atuais deputados estaduais, no plano estadual. É que o Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa Estadual (ALE) estão no curso das discussões do Orçamento da União Federal, e do orçamento estadual, respectivamente. É natural que ambos queiram influenciar na destinação das verbas que serão gastas já no próximo exercício de 2019, já com ambos em pleno cumprimento do mandato conquistado nas urnas.

EFEITO

Derrotado nas urnas, José de Anchieta (PSDB) reconheceu a vitória do adversário e atribuiu ao que chamou de ‘efeito Bolsonaro’. Para ele, a questão presidencial pesou muito na decisão do eleitor de Roraima. “Não tenho dúvida que foi uma onda no Brasil todo e, de certa forma, influenciou. Qualquer pessoa vai entender que a eleição presidencial influenciou e muito aqui no Estado”, avaliou.

DIFERENÇA

Repórteres que acompanharam os dois candidatos durante o dia de votação notaram já pela manhã, a diferença entre eles; Antonio Denarium (PSL), o agora governador eleito, foi votar no município de Iracema cercado de familiares e aliados. O candidato Anchieta Júnior (PSDB) chegou à seção eleitoral, na Universidade Estadual de Roraima (UERR), em Boa Vista, praticamente sozinho, com alguns poucos apoiadores. É da natureza dos políticos a conduta de se comportarem como trânsfugas.

NOTÍCIAS FALSAS

Sem querer questionar a legitimidade dos eleitos, estas eleições de 2018 ficarão conhecidas pela influência das notícias falsas (Fake News) no processo, e no resultado de muitas eleições. O patético apelo da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, pedindo que qualquer pessoa que tivesse alguma ideia de como combater essas notícias falsas que a procurasse, mostra que a Justiça brasileira não está preparada para enfrentar a bandidagem nas redes sociais. A conclusão é muito clara: se as instituições brasileiras não criarem mecanismos para punir os bandidos das redes sociais, a democracia brasileira vai fenecer.