O cantos dos rios
Daniel Severino Chaves*
Água que nasce na fonte, história do mundo e abre a civilização, água que faz o inocente, riacho tornar-se o maior em extensão… Águas claras dos rios, que levam a fertilidade ao sertão, águas que banham países, e mataram a cede da velha nação… Águas que correm nas pedras, no céu as bravatas, ronco de trovão, e depois dormem tranquilas, no feito dos magos, no delta e lagos…
Águas dos igarapés, onde crescente fértil é misteriosa canção. Água que o sol evapora, pro céu vai embora, deixando aluvião… Gotas de água aspergida, alegre arco-íris sobre a plantação. Gotas de água da chuva, tão tristes são lágrimas no velho sertão… Águas que abrem caminhos, são as mesmas águas que encharcam o chão, e sempre curvam humildes, ao reino da terra, pro fundo da terra… Terra! Planeta Água. Terra! Planeta Água. Terra! Planeta Água…
Água que nasce na fonte, história do mundo, e que abre a civilização, água que faz o inocente, riacho tornar-se, o maior em extensão… Águas claras dos rios, que levam a fertilidade ao sertão, águas que banham as crenças, e mataram a cede da religião… Águas que formam o Nilo, são as mesmas águas que encharcam o chão, e sempre curvam humildes ao reino da terra, pro fundo da terra… Terra! Planeta Água. Terra! Planeta Água. Terra! Planeta Água… Terra! Planeta Água. Terra! Planeta Água. Terra! Planeta Água…
Água que nasce nos Andes, a fonte do mundo e vem nosso tema encerrar, água que faz inocente, riacho e deságua, na corrente do Dulce Mar… Águas Negras dos rios, que unem as do Solimões seu irmão, águas que banham aldeias, e matam a sede da população… Águas que dormem nas pedras no céu as sonatas, canta o trovão, e depois correm tranquilas, minando dos lagos, formando outros lagos…
Água dos igarapés, onde Iara a mãe d’água, é misteriosa canção. Água que o sol evapora, a floresta vai embora, virar nuvens de poluição… Gotas de água da chuva, alegre arco-íris sobre a paisagem. Gotas de água da chuva, tão tristes são lágrimas na estiagem… Águas das pororocas, são as mesmas águas da preservação e sempre solam humildes, protejam a terra, protejam a terra… Terra! Proteja a Água. Terra! Proteja a Água. Terra! Proteja a Água…
Água que forma o Amazonas, o pulmão do mundo, e vem nosso tema encerrar, água que faz inocente, riacho e deságua na corrente do Dulce Mar… Águas Negras dos rios que unem ao Solimões seu irmão, águas que banham malocas e matam a sede da população… Águas das pororocas, são as mesmas águas da preservação, e sempre solam humildes, protejam a terra, protejam a terra… Terra! Proteja a Água. Terra! Proteja a Água. Terra! Proteja a Água… Terra! Proteja a Água. Terra! Proteja a Água. Terra! Plante uma Água…
*Prospectivista. https://www.youtube.com/watch?v=CaSTfua4FHA
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Qualidade de vida, vaidade e adoecimento
José Toufic Thomé*
Ao passar os olhos pelos noticiários, além das disruptivas manchetes sobre política, crise e violência, também é possível notar muitos casos sobre erros em procedimentos estéticos, por vezes realizados por pessoas sem qualificação. E, surpreendentemente, em um mesmo telejornal convivem notícias sobre a prisão do médico que realizava bioplastias em seu apartamento e, “dicas de saúde e beleza”. Estas últimas, promovendo mudanças na alimentação, treinamentos físicos intensos e cuidados embelezadores diversos em corpos esbeltos e bem torneados, com forte valorização da concepção de beleza vigente em nossa sociedade. Um curioso ciclo de estímulos, referenciais e consequências, que se repete sem muita reflexão sobre causas e efeitos.
Diante dos casos de pessoas que perderam as suas vidas, ao se submeterem a alterações estéticas em clínicas clandestinas, é necessário resistir à tentação de julgamento antecipado. As “doenças da beleza” são reais e cruéis, em especial com as mulheres. E em uma sociedade tão estimulada por imagens, é possível que sejamos todos cúmplices desta construção de valores, que para algumas pessoas, podem representar motivação convincente para justificar qualquer sacrifício.
Os Transtornos Dismórficos Corporais, ou TDC, que até podem estar relacionados a outras patologias e vivências subjetivas de cada indivíduo, em grande parte dos casos poderão ser classificados também como um transtorno obsessivo compulsivo (TOC). E mesmo que nem sempre contemplem uma rígida restrição alimentar, em muitos sintomas, revelam características similares às da Bulimia e da Anorexia, e às das não tão comentadas, porém atuais, Ortorexia e Vigorexia. No TDC a preocupação com um ou mais defeitos da aparência, que podem ser sutis ou até inexistentes, causa angústia e, em muitos casos, afeta a capacidade funcional da pessoa. Ou seja, o que pode começar, por exemplo, como o hábito de verificar a silhueta no espelho e conferir um ou outro detalhe, algumas vezes ao dia, evolui para uma insatisfação tão intensa com o tamanho dos seios, que a pessoa deixa de participar em situações sociais com receio de expor a sua “deformidade”.
TDC é doença silenciosa, que começa e evolui através de pequenas “manias”, normalmente relacionadas à preocupação com saúde e beleza – atenção socialmente valorizada. Um sentimento de ansiedade pelo horário do treino na academia ou por “queimar as calorias ingeridas no jantar”, e que com o tempo, se transforma em angústia. A pessoa sofre por não dedicar ainda mais que as longas horas aos exercícios, ou à rigidez com que a dieta é empreendida, ou à recorrência com que cirurgias estéticas são realizadas, entre muitos exemplos. Quem padece de TDC precisa de auxílio médico especializado.
A aceitação social sempre será relevante para os seres humanos. Porém, na sociedade interconectada digitalmente, as palavras estão notadamente perdendo espaço para as imagens. E nesse contexto, as inocentes “selfies” adquirem função de construção identitária, e indicam a aceitação do indivíduo em seus grupos de afinidade. Aquela “vaidade imatura” começa a ganhar relevância e, por vezes, a se tornar perigosa.
*Médico pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Psiquiatra e Psicoterapeuta Psicodinâmico especialista em situações de crises e transtornos da contemporaneidade, Presidente da Unidade Brasil da Rede Ibero-Americana de Ecobioética – Cátedra UNESCO de Bioética e Presidente da Secção Psiquiatria Crises e Desastres da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA na sigla em inglês).
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Esperança…
Vera Sábio*
Como diz Mário Cortella: “‘Esperança’ é uma palavra que só deve ser utilizada, quando ela fizer parte do verbo ‘esperançar’; e jamais pode ser usada como uma atitude de ‘esperar’, afinal, triste aquele que só possui a esperança”.
Imagine aquela pessoa que
passa a vida sentada, quietinha, dormindo, ou totalmente parada, só esperando que as coisas aconteçam.
Tive na adolescência a perda da minha visão física e no momento a visão mental ainda não havia acordado dentro de mim; então parei, entrei em luto e pensei que deveria existir na ciência, um tratamento eficaz para a visão voltar. Afinal, só conseguiria estudar, trabalhar, casar e ter futuro; quando voltasse a ver.
Vocês sabem o que aconteceria comigo, se vivesse desta esperança?
Absolutamente nada, não leriam nem este simples texto, na tentativa de abrir os olhos de vocês para esta realidade:
– Se queremos ver as coisas acontecerem, simplesmente temos que agir. Fazer é algo concreto, diferente de esperar.
Por termos fé, sermos honestos, fazermos a nossa parte e suarmos bastante para atingir nossos objetivos. Adquirimos “esperanças” em um futuro melhor.
Esta é uma “esperança”, verbo em movimento, que transforma, que realiza sonhos, que muda o mundo, gerando esforços, coragens, determinações e entusiasmos. Tudo que nos traz sucesso.
Quando me cansei de ficar parada, esperando um milagre que não aconteceu; resolvi eu mesma desenterrar meus talentos, reinventar e reabilitar minha vida e fui à luta; conquistando meu milagre, minha reabilitação, meu trabalho, meus estudos, minha família e tenho meus sucessos até maiores do que muitos que enxergam, mas não veem.
A felicidade depende somente da aceitação; visto que existem pessoas doentes, debilitadas, pobres, sozinhas, etc., mas do seu jeito, felizes. Porem o sucesso depende de não ficar esperando e sim, aprender a inovar em cada dia.
As mudanças são extremamente necessárias se quiserem enxergar por outro prisma, o que querem que aconteça diferente; todavia teimam em fazer igual.
Saia da zona do comodismo e transforme seu hoje para que possa “esperar” um futuro melhor.
*Psicóloga, palestrante, escritora, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna. Adquira meu livro “Enxergando o Sucesso com as Mãos”. Cel: (95) 99168-7731.
Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br
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A Universidade do Asfalto
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“É fazendo que se aprende a fazer o que se deve aprender a fazer.” (Aristóteles)
E a coisa mais importante que devemos aprender a fazer é viver. É um aprendizado constante, permanente. E por isso não devemos parar, nunca. Tudo que acontece em nossas vidas é uma lição no que devemos aprender. Então vamos em frente. Nunca desperdice seu tempo com aborrecimentos. Eles também fazem parte do aprendizado. As tolices a que assistimos, todos os dias, sobre preconceitos, discriminações, lutas pelas igualdades, estão nos prejudicando. Estão criando mais preconceitos e discriminações. Já lhe falei que quando lutamos pela igualdade é porque nos sentimos inferiores. O mundo, hoje, está vivendo os mesmos preconceitos do da idade da pedra. Nada mudou nem vai mudar enquanto não aprendermos a viver o mundo em que estamos vivendo.
Você nunca vai ser igual a quem você considera superior, enquanto continuar considerando-o superior. Porque nesse caso você é que está se sentindo e se sabendo inferior. E como nós somos o que pensamos, mude seus pensamentos sobre você mesmo. Ou você nunca vai deixar de ser o que é, se se julgar incapaz. E quando somos capazes não necessitamos de aprovação de quem quer que seja. Você vai ser aprovado pelo seu fazer. Não pelo que fez, mas por como faz. Ontem, conversando com meu filho e minha nora, lhes falei do faxineiro da empresa onde trabalhávamos: ele foi indicado pelo Presidente da empresa, para um cargo mais elevado, porque o Presidente observava, todos os dias, a maneira como ele executava seu trabalho simples, de faxineiro. Este caso é verídico. Eu assisti à indicação do Presidente da empresa, alegando o porquê da indicação. E o mais importante é que o faxineiro nunca soube o motivo de sua promoção nem por quem foi indicado.
Observe, sempre, os acontecimentos notáveis e profissionais que ocorrem no seu ambiente de trabalho. Há sempre o que aprendermos quando somos capazes para observar, com maturidade e profissionalismo, as mudanças ocorridas por motivos exemplares de relações humanas. Estas, sim, fazem parte do nosso dia a dia, para o nosso crescimento na nossa evolução racional. E quando crescemos e evoluímos na racionalidade, não nos preocupamos nem nos aborrecemos com os inferiores. É quando aprendemos, de verdade, que somos todos iguais nas diferenças.
Se alguém enganar você, antes de se aborrecer verifique se ele enganou você ou se você se enganou com ele. Se você continuar aborrecido, ou aborrecida, você estará se igualando a ele. Então reflita: “Dize-me com quem andas e te direi quem és.” Simples pra dedéu. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460