Bom dia,

Ainda estamos na metade do feriadão. Hoje não funcionam os serviços públicos estaduais por conta do ponto facultativo decretado pelo governo do estado. Amanhã será feriado em função do Dia da Consciência Negra. Apenas as repartições federais, que não são obrigadas a seguir o calendário para vadiagem que os governos estaduais e municipais do Brasil costumam criar, estarão funcionando normalmente. Até as escolas particulares entraram na onda do feriadão de quase uma semana, como para reconhecerem que “em terra de sapos, de cócoras com ele”.

Ontem, domingo (18.11), em entrevista ao programa Agenda da Semana, o atual comandante do policiamento da capital – e futuro comandante-geral da Polícia Militar de Roraima –, coronel Elias Santana, disse que esses feriadões são acompanhados de aumento significativo da violência no estado, exigindo um sobre-esforço de um contingente de policiais militares que já é insuficiente para o policiamento normal da capital e do interior. É claro, o trabalho redobrado dos policiais nesses períodos de vadiagem vai resultar em menos policiamento nos dias normais devido a suas escalas de folga.

E a quem interessa esses feriadões? Para muita gente que não precisa trabalhar para ter o salário depositado no final do mês. Gente que independentemente do mérito, e do esforço para produzir, tem a conta regiamente abastecida pelo dinheiro vindo dos impostos pagos, especialmente pelos que são obrigados a labutar todos os dias para sobreviver. A eles interessam – os feriadões –, especialmente aos que ganham gordos salários, e que viajam para curti-los noutras plagas, que eles consideram mais agradáveis, que a quente terra roraimense.

PROGRESSO

E ontem, o agropecuarista Ermilo Palludo deu uma boa notícia para os roraimenses que anseiam o progresso econômico do estado. Ele disse que já começaram as obras para a implantação de uma grande unidade de esmagamento de soja de propriedade de um grande e sólido grupo econômico regional. Com o começo de funcionamento dessa unidade industrial abre-se ainda mais a possibilidade de expansão da nascente indústria de ração roraimense, que viabilizará definitivamente a criação de frangos e porcos no estado, inclusive, a criação e engorda de gado bovino em regime de confinamento e semiconfinamento. A unidade de esmagamento de soja vai funcionar na BR-174, às proximidades do Frigo 10.

SEM PEDIDO

O médico anestesista Ailton Wanderley, convidado pelo governador eleito Antonio Denarium (PSL) para assumir a Secretaria Estadual de Saúde (SESAU) disse ontem, no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3/AM 1020, que está formando sua equipe por critérios eminentemente técnicos. Ele revelou que o governador eleito não lhe fez qualquer pedido para a nomeação de protegidos ou por indicação de políticos. O futuro secretário disse também não ter dúvida da existência de “desvios de conduta” na aplicação dos recursos destinados à saúde pública estadual, e que ele e sua equipe serão intransigentes na fiscalização e identificação desses desvios.

CONTRATOS

Sobre a existência de empresas terceirizadas que prestam serviços nas unidades estaduais de saúde, e que pertenceriam, em tese, a parlamentares, o médico Ailton Wanderley disse que, à princípio, qualquer empresa regularmente constituída poderá trabalhar nas unidades da SESAU, mas terá que participar de processos licitatórios, e ofertarem preços justos de mercado, sem superfaturamento. O futuro secretário enfatizou que vai perseguir como meta administrativa fazer com que os recursos destinados à saúde pública cheguem ao seu destino final, que é o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, a maior parte desses recursos ficam pela metade do caminho, nas atividades meios.

REVELADORA

Uma reportagem publicada por uma rede nacional de televisão sobre a situação econômica da reserva florestal Chico Mendes, no estado do Acre, é reveladora da intenção dos ambientalistas e ecologistas que atuam na Região Amazônica. A condição das famílias de seringueiros que vivem naquela reserva é de penúria e de sacrifício, vivem quase na miséria, e dizem que seu maior desejo é ver os filhos com outra condição de vida, isto é, fora das reservas que lhes foi destinada. Na verdade, só não estão na mais absoluta miséria por conta dos subsídios, público e privados, que garantem o preço da borracha natural que produzem num patamar três vezes maior que o de mercado. Em síntese vivem do favor alheio.

CENÁRIO

Apesar da eleição de um empresário que atua no meio rural para governar o estado, o cenário que se desenha para o próximo ano com relação à evolução do agronegócio em Roraima não é muito animador. A alta do dólar – hoje ao derredor de R$ 3,7 –; o aumento do preço internacional do adubo em cerca de 30%; e o preço em queda da soja no mercado internacional, são fatores que deverão influenciar o plantio de grãos em Roraima, que deverá crescer a taxas bem modestas para a safra 2018/2019. Nos últimos anos essa taxa anual foi de cerca de 20% ao ano. Quem revelou essa expectativa foi o agropecuarista Ermilo Palludo, em entrevista concedida ontem, domingo, à Rádio Folha FM 100.3/AM 1020.