Bom dia,

Ufa! Está quase acabando o recesso de uma semana que os dirigentes públicos decretaram (parlamentares que os criam e dirigentes que decretam os feriadões). Oficialmente ele acaba hoje, mas seguramente muitos funcionários públicos darão um jeito de “enforcar” os restantes três dias úteis da semana, e só devem retornar ao expediente normal na próxima segunda-feira (26.11), afinal, são tão inúteis que ninguém sentirá muito suas faltas, mesmo que elas sejam por quase 15 dias, ou quase metade do mês.

É assim que funciona o gigantesco Estado brasileiro: lento, ineficiente, inchado e burocrático, que custa ao ano mais de R$ 1,5 trilhão aos contribuintes, especialmente aos trabalhadores mais pobres cuja carga tributária é relativamente muito maior que aquela que incide sobre os mais ricos. Fosse o Brasil um pais mais sério, dirigentes públicos de quaisquer poderes ou órgãos seriam impedidos de decretar ponto facultativo nas repartições públicas, afinal, eles não têm legitimidade para dispensar servidores do expediente, privando os verdadeiros pagadores de seus salários – os contribuintes –, da oferta de bens e serviços públicos, razão de suas existências.

No fundo, só a população poderia decidir quando o serviço público poderia ser suspenso, e de certa forma o faz, quando seus representantes – os parlamentares –, criam os feriados que já existem aos borbotões no calendário brasileiro, e que dá especial ênfase à vadiagem sob as mais variadas justificativas que alcançam a religiosidade – apesar do Brasil ser uma república constitucionalmente laica –; questões raciais; as festivas como o Carnaval; e guarda de datas marcantes da trajetória pátria, sendo essas, atualmente, as menos comemoradas.

E vamos continuar os comentários sobre os desafios que o próximo governo terá de enfrentar para não continuar fazendo a mesmice de sempre, isto é, transformar o governo estadual numa agência formuladora e implementadora de políticas públicas, e não num bureau distribuidor de privilégio para apaninguados.

POLÍTICA AMBIENTAL 1

É outro gigantesco desafio a ser enfrentado. Os ambientalistas, cegos e obedientes ao Regime Internacional de Meio Ambiente, operado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e sua federação de Organizações Não Governamentais (ONGs) nacionais e internacionais transformou praticamente Roraima num estado indígena/ambientalista, reservando mais de 93% da superfície territorial do estado nas chamadas áreas protegidas (Terras Indígenas e Áreas de Preservação Ambiental). Tudo isso foi feito à revelia do governo do estado, por determinação de um Estado Federal, aparelhado por esquerdistas, que com o desabamento da utopia do capitalismo de Estado, abraçaram a questão ambiental e dos direitos humanos, na vertente indigenista, como bandeira de luta política.

POLÍTICA AMBIENTAL 2

E não vai ser fácil desamarrar os nós ambientais criados para dificultar o desenvolvimento de Roraima. Até mesmo o governo federal presidido por um presidente que foi eleito prometendo combater esse ambientalismo radical vai enfrentar pressões de todos os tipos, de dentro e de fora do país, contra qualquer tentativa de flexibilizar as amarras ambientais que se impõe contra qualquer projeto de desenvolvimento de Roraima.

POLÍTICA AMBIENTAL 3

 E se Jair Bolsonaro (PSL) – que parece ter sincero desejo de fazer de Roraima o laboratório de seu governo no enfrentamento do ambientalismo/indigenismo radical –, do alto de sua legitimidade de mais de 57 milhões de votos vai enfrentar pressões, dá para imaginar as barreiras que se erguerão contra a tentativa do governador eleito Antonio Denarium (PSL) de enfrentar a força do ambientalismo local, que tem apoio de parlamentares que gostam de abraçar o populismo como bandeira política. Isto quer dizer que não bastará ter o apoio presidencial para mudar. Será preciso construir alianças políticas e sociais para enfrentar a vanguarda do atraso.

POLÍTICA MINERAL

Muito se tem falado na possibilidade de promover o crescimento econômico de Roraima através da exploração das ricas jazidas de minérios existentes em nosso subsolo. Dentre esses minérios o nióbio tem sido citado com frequência, inclusive, pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Só tem um detalhe: a quase totalidade dessas jazidas está dentro de Terras Indígenas, e mais uma vez o novo governo, especialmente, o federal, terá de vencer o aparato ambientalista/indigenista. E tem mais: é preciso enfrentar a pouca vergonha de alguns políticos canalhas que são proprietários de concessões de milhares de hectares.

ALERTA

É claro, esses comentários feitos aqui na Parabólica desde ontem, não têm qualquer intenção de criar um cenário de pessimismo para o futuro imediato de Roraima, e do novo governo que se instalará a partir de 1º de janeiro de 2019. Ao contrário, é um cenário realista, e um alerta para evitar a criação de um conjunto muito otimista de promessas que se não concretizadas podem levar rapidamente ao desencanto popular com o governo que se instala. É preciso igualmente que a população seja capaz de identificar e combater esse esquadrão do atraso que tentará barrar, como sempre, qualquer medida capaz de trazer o desenvolvimento do estado.