Bom dia,
Hegemonia é um termo utilizado na ciência política para designar a capacidade dos países em definir, e fazer valer seus interesses em seus próprios territórios, e nos territórios alheios. Ela pode ser exercida a partir do domínio ideológico quando os países ditos hegemônicos impõem normas de comportamento, e de conduta, aos Estados de fraca soberania, e às suas populações, através da criação de valores que assumem a condição de universais, os tornado obedientes a essas normas e valores, via a assinatura de acordo internacionais normalmente firmados em convenções internacionais. A Organização das Nações Unidas (ONU) e sua poderosa rede de instituições e organizações não governamentais constituem o aparato encarregado de fiscalizar e fazer valer essa subalternidade.
Muitas vezes Estados nacionais e suas populações não aceitam passivamente esse controle ideológico vindo de países hegemônicos, e tentam seguir valorizando e praticando seus próprios valores e condutas, que respeitam seus próprios interesses. Essa postura é especialmente praticada em países fora do mundo ocidental cujos valores éticos, morais e religiosos passam muito ao largo da influência de países hegemônicos do hemisfério Norte (Europa e Estados Unidos da América). E quando a hegemonia não é conseguida a partir de controles ideológicos, os países hegemônicos não têm qualquer pudor para utilizar os conflitos bélicos para impor seus interesses e valores. Eles fazem isso criando conflitos internos, armando grupos rebeldes e quando for o caso, utilizam seus arsenais de guerra contra Estados que não se submetem a seus interesses.
Basta lembrar o que vem acontecendo nos países do Médio Oriente. Iraque, Líbia e Afeganistão já tiveram seus Estados nacionais e suas populações destruídas por guerras civis, e a Síria ainda resiste. O Brasil e os brasileiros não precisam enfrentar a dura experiência das balas e das bombas. Somos fáceis de convencer a pensar como os hegemônicos exigem. O Estado resta aparelhado pelos regimes internacionais e o povo acredita que devemos pensar como nos mandam.
AUTORIZAÇÃO
Fontes da Parabólica garantem que a Força-Tarefa Humanitária, coordenada pelo Exército, só contribui com ajuda de transporte para “repatriar” venezuelanos que querem voltar a sua terra se o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que tem um pequeno escritório em Boa Vista, autorizar. Se isto não ocorrer, nada feito. Quem manda é a ONU. E está acabado.
ÍNDIOS
Essa exigência de autorização do ACNUR para o auxílio no transporte de venezuelanos para voltar a país de Maduro, foi necessária para levar, ontem, segunda-feira (26.11) até Pacaraima cerca de 110 índios da etnia Warao. Esses indígenas estavam em Boa Vista, mas decidiram voltar, por conta do trabalho realizado pelo Consulado da Venezuela em Boa Vista e a Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (SETRABES), do governo estadual de Roraima.
DEVOLVEU
Na semana passada, o próprio presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez assinou um decreto expulsando de seu país, o traficante brasileiro – de drogas e armas –, Marcelo Piloto. Ele estava preso no Paraguai exigindo um aparato de guerra para evitar sua fuga. Marcelo era tão poderoso que contratou os serviços de uma prostituta para encontro íntimo, e a matou para tentar continuar cumprindo pena naquele país vizinho. Não adiantou, para se livrar de gastar muita grana com o gangster brasileiro, o presidente paraguaio o mandou de volta ao Brasil. Quem deve cuidar e punir seus bandidos é o Estado brasileiro.
DEVOLVER 1
Por isso, é estranha a reação do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL) que reagiu, com um puxão público de orelha, a sugestão de seu correligionário no estado, o governador eleito Antonio Denarium (PSL) de devolver para seu país alguns venezuelanos que vieram para Roraima. Ora, não pode haver nada de errado se as autoridades brasileiras decidirem mandar de volta para Nicolás Maduro alguns marginais que aproveitam o frouxo controle na fronteira para vir ao Brasil praticar todo tipo de crime.
DEVOLVER 2
O presidente eleito Jair Bolsonaro disse que pessoas não são mercadorias para ser devolvidas. Acontece que uma coisa é, sob o ponto de vista humanitário, receber com carinho e solidariedade homens e mulheres – jovens, crianças e idosos –, que buscam Roraima para tentar mudar da vida miserável a que foram levadas pela política praticada na Venezuela desde Hugo Chávez. Outra coisa é aceitar passivamente que Nicolás Maduro estimule a imigração de bandidos assaltantes e homicidas que chegam para infernizar a vida dos roraimenses.
DEVOLVER 3
Não existe nada de anormal se o governo brasileiro, por ato formal do presidente da República, começar a expulsar do país todo meliante e assassino que vier para o Brasil para continuar a vida criminosa que mantinham em seu país. É cômodo para o governo de Nicolás Maduro liberar esses criminosos de seus cárceres para reduzir o gasto de mantê-los presos transferindo a responsabilidade de combatê-los para os combalidos cofres públicos tanto do governo federal, quanto dos governos estaduais. Neste caso tem de devolver mesmo, presidente eleito Jair Bolsonaro.
IMPOSSÍVEL
Ontem, segunda-feira, no meio da tarde, novamente a cidade ficou às escuras. Foram preciosos minutos de tempo perdido e incontáveis prejuízos em equipamentos queimados. Um empresário, que visitava a redação da Folha na ocasião, disse indignado: “É impossível falar em desenvolvimento de Roraima com essa pouca vergonha”. Tem razão.