Por que o ar-condicionado “Inverter” é mais econômico?
Felipe Brochier*
Imagine que você tem um carro que ao invés de um acelerador normal tem apenas duas opções de velocidade: 0 ou 100 km/h. Você liga um botão e ele vai até 100 km/h, você desliga o botão e o carro imediatamente se desliga, indo a 0 km/h.
Mas e se você quiser andar a 50 km/h? Bom, aí você teria que ficar ligando e desligando o botão alternadamente para manter esta média de velocidade. É desta forma que funciona um condicionador de ar convencional, ligando e desligando o compressor para ajustar a temperatura que foi selecionada.
Para conseguir fazer sua mágica, o condicionador de ar precisa estabelecer uma diferença de pressão no gás refrigerante entre a unidade interna e externa do Split. Quando ligado em modo frio, o aparelho eleva a pressão da unidade externa para rejeitar o calor na rua, enquanto a pressão da unidade interna é diminuída para absorver o calor do ambiente.
No caso do condicionador de ar convencional, essa diferença de pressão precisa ser restabelecida a cada ciclo liga/desliga do compressor e a energia necessária para restabelecer tal diferença de pressão, portanto, é desperdiçada.
Um condicionador de ar do tipo Inverter consegue variar a velocidade do compressor e, desta forma, manter a diferença de pressão entre a unidade externa e interna. Sem desperdiçar a energia utilizada para restabelecer as pressões. É como se o botão do carro que falei antes fosse substituído pelo que conhecemos como “acelerador”.
Todos os aparelhos são desenvolvidos para a condição padrão de 35 °C de ar externo, mas sabemos que durante a maior parte do ano as temperaturas ficam abaixo disto. A tecnologia Inverter consegue se ajustar melhor às variações de clima justamente por conseguir regular sua velocidade e por isso consegue economizar até 40% de energia ao longo do ano, dependendo das condições de instalação, clima e ajuste de temperatura selecionado pelo usuário.
Mas e se eu usar 23 °C?
Ah, então se eu colocar o aparelho em 23 °C economizo 50% de energia, que somados aos 40% obtidos com a tecnologia Inverter resultam em 90% de economia!? Não, infelizmente não é assim… Mas a tecnologia contribui, sim, para aumentar ainda mais a economia de energia. Imagine um aparelho convencional operando a 17 °C em um cômodo de uma casa e em um cômodo ao lado, exatamente igual, temos um aparelho Inverter, operando a 23 °C. Somando os efeitos, ao longo do ano teríamos uma economia de até 70% comparando um ao outro. É uma bela diferença!
*Engenheiro de sistemas da Midea Carrier
——————————————-
O Deus poeta
Walber Aguiar*
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas.” (Efésios 2:8)
Era um dia como outro qualquer. Talvez nem fosse. Dia de entender por quem os sinos dobram. De tentar compreender por que um só Deus ao mesmo tempo é três. De dançar, conforme textos de Kivitz e Márcio Rosa, com o Deus que está tanto na poesia quanto nos chinelos, tanto nas coisas loucas quanto nas disparatadas.
Assim, não dá pra encarar o divino no quadro estereotipado dos “artistas” do legalismo, dos “mestres” da religião farisaica, dos escritores da letra morta. Não dá pra conceber aquele Deus de queixo comprido, com cara de São Benedito, pois o rosto do Sagrado sempre tem que comportar o brilho das cores, a leveza do infinito, a efetividade da palavra poética.
Ora, ao elegermos um projeto de espiritualidade integral, ou holística, carregamos na bagagem cotidiana o louvor, o lazer, o trato com o dinheiro, a coisa pública, a indignação, a palavra profética contra os governantes corruptos e tudo aquilo que consiga comportar a vida.
Sem dúvida, a arte aparece como elemento retentivo do ser em conflito consigo mesmo e com a complexidade existencial que o circunda.
Com isso, o Deus poeta se manifesta. Quando Paulo diz que somos feitura dele, quer dizer que somos poesia de Deus, verso do sagrado, estilização do autor de todas as palavras.
A arte de mexer com as letras e dar significado a tudo passa pela angústia de Drummond, quando o mesmo diz: Meu Deus / porque me abandonaste/se sabias que eu não era Deus/ se sabias que eu era fraco… Também pela poética romântica de Vinicius de Moraes, pelo toque estilizado de Allinge Mafra Mcnight.
Deus se revela na face de Ferreira Gullar, com seu canto de protesto, sua rebeldia, seu desejo de entender a dualidade do universo no poema traduzir-se.
Também figura o divino na arte de Thiago de Mello, o poeta de Barreirinha, quando este traduz para vários idiomas sua declaração universal dos direitos do homem, onde menciona… Que a verdade será servida antes da sobremesa…
Ora, se Deus se reveste de simplicidade e calça as sandálias do pescador, isso pode ser revestido de poesia. No entanto, não dá pra ficar contando estrelinhas e rimando o universo sem a gravidade da palavra profética. Deus consegue vaticinar com gravidade, ainda que carregue consigo um carrinho de mão cheio de flores que enfeitam e dão cheiro à podridão pela qual somos abrigados a passar.
Uma das letras mais fascinantes de Renato Russo diz: venha/ meu coração está com pressa/ e vem chegando a primavera/ nosso futuro recomeça/ venha que o que vem é perfeição… Faz lembrar Salomão, quando diz que “a esperança que se adia faz adoecer o coração”. Embora as cabeças roxas distorçam as palavras e hipertrofie a graça do Deus poeta, este vai continuar redimindo através do belo e da sensibilidade das manifestações artísticas. Por isso, temos que captar cada detalhe que Deus deixa cair no caminho em forma de graça e ludicidade. O que passar disso pertence aos caretas, que não gostam de poesia nem tiram Deus pra dançar…
*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de letras
——————————————-
Cuidar do meio ambiente é obrigação
Marlene de Andrade*
Algumas pessoas não estão nem aí para o meio ambiente, porém a Bíblia nos revela que a terra foi criada por Deus e que Ele a entregou ao homem para governá-la de modo responsável. O ser humano recebeu do Criador um lugar privilegiado entre todas as criaturas, porém Ele ordenou aos homens que exercessem mordomia sobre toda criação e isso fica muito claro quando lemos na Palavra de Deus a seguinte passagem: “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gênesis 1:28).
Nosso planeta não é eterno, pois ele te
ve um início e um dia terá fim, contudo, isto não nos dá o direito de deixarmos de administrar os bens terrenos com responsabilidade. Assim sendo, enquanto a terra existir e nós também estivermos vivos, temos que respeitar o meio ambiente até que o plano perfeito de Deus se cumpra, quando então Deus criará novos céus e nova terra.
“Deus pensou em tudo, pois Ele é extremamente cuidadoso com o planeta terra. Ele determinou, entre outras coisas, que a terra teria que descansar a cada sete anos e isso é corretíssimo, pois é preciso repor os nutrientes do solo, tanto para descansá-lo quanto para garantir o fornecimento contínuo de alimentos no futuro.” (Êxodo 23:10-11.)
Portanto, como mordomos, temos o dever de cuidar das coisas que Deus criou de forma responsável. Infelizmente, não é isso que o homem, de uma maneira geral, tem feito, pois não vem administrando a criação de Deus de forma inteligente e racional. Somos obrigados usar os recursos que o Senhor nos deu com muito cuidado, preservando-os e os protegendo com responsabilidade, porém nada disso vem ocorrendo.
Não podemos nos esquecer que somos mordomos, ou seja, zeladores deste imenso patrimônio terrestre e por isso devemos ter um carinho todo especial com o meio ambiente. Deus, o qual é dotado de uma inteligência sem igual, pensou e criou tudo com extrema funcionalidade, todavia o ser humano, de maneira geral, vem acabando com animais, florestas e entre outros, consigo mesmo.
“… a defesa do meio ambiente para nós, cristãos, não é uma questão política, ou utilitária; é uma ordenança divina.” (Marina Silva). Se cada um cuidasse do seu quintal, ou seja, fizesse a sua parte, o mundo ficaria limpo, ou menos poluído.
“sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.” Romanos 8:22
*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAM-AMB
——————————————-
Fruto que não amadurece
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Os homens sempre envelhecem, mas raramente amadurecem.” (Alphonse Daudet)
Ainda bem que o Alphonse se referia ao ser humano. Porque a falta de amadurecimento está em ambos os sexos. Nossas atitudes, desde o início da humanidade, demonstram nossa falta de amadurecimento. Sempre agimos como crianças crescidas. A maioria de nós ainda acredita que maturidade é uma questão de idade avançada. Ninguém, entre os responsáveis pela nossa educação, faz algo para o nosso amadurecimento. Não é à toa que vivemos os descontroles sociais, políticos e morais, que continuam como se ainda estivéssemos na era das cavernas. Podemos até não acreditar, mas vivemos como viveram os da idade da pedra.
Há um zilhão anos, venho falando sobre a necessidade de se criar um ministério do ensino para as escolas, e criar um novo ministério para substituir o Ministério da Educação. Porque as escolas não educam, elas ensinam. E porque ensinam querendo educar, forma-se o cadinho da desordem que não funde educação com ensino. Ainda não prestamos atenção, na verdade que: “A maturidade é um característico cultural que precisa ser aprendido.” E não é um ensino fácil. Requer muita maturidade. E como vamos exercer a maturidade se não amadurecemos?
Enquanto não amadurecermos, não nos livraremos da selvageria executada nos ambientes considerados mais evoluídos culturalmente. Nunca nos livraremos de crimes hediondos, como a corrupção, por exemplo, que a falta de amadurecimento não permite que o consideremos hediondo. A Educação só sairá do fundo do poço quando os imaturos saírem do lamaçal da ignorância. Só quando formos seres realmente maduros intelectual e civicamente, saberemos educar nossos filhos, para eles irem educados para as escolas onde irão aprender a amadurecer. O que indica que a responsabilidade no amadurecimento da próxima geração está nas pessoas maduras na geração atual.
Tudo o que foi dito aí, pode não ter nenhum valor se não levarmos em consideração que cada um de nós é responsável por si mesmo. E esse entendimento já reflete maturidade. Então vamos fazer nossa parte como ela deve ser feita. Mesmo porque não adiante nada ficar reclamando da imaturidade dos outros, quando não somos capazes para o nosso amadurecimento. Comecemos a olhar com olhos críticos, mas seguramente maduros. Não permita que nossa crítica voe na futilidade imatura. Olhemos nos olhos dos nossos adversários. Os olhos refletem, no olhar, o grau de maturidade das pessoas. Cabe a você, ser maduro para ler a mensagem no olhar. Respeite os atos imaturos do seu adversário. Ele ainda não amadureceu. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460