Opinião

Opiniao 03 12 2018 7326

MARIA MADALENA

Daniel Severino Chaves*

Foi na vila de Betânia, que ocorreu uma triste sina, ceifando a vida dos pais de Lázaro, um forte rapaz, de Marta, jovem fugaz, e Maria uma linda menina… Se história triste não termina, como a terminaremos então? Diante dessa sina, faço essa canção.

Lutando para sobreviver, parentes ajudavam os manter, dentre estes o tio rico Simão, homem influente entre os judeus, de casta nobre dos fariseus, trazia sempre algo para comer. Maria apegando-se ao tio, não demonstrava maldade, mas seu corpo de criança, já exalava sensualidade, neste seu gesto de amizade e alegria, foi vítima da pedofilia.

Simão foi um dos tais que a tornou mulher, sem se importar com a idade? Se foi, depois a deixou a própria sina, como se ela menina, fosse à culpada, duro golpe é sentir-se repudiada, um lixo à beira da estrada. Quem a pouco era apenas uma menina sem mal, sentindo-se iludida e desamparada, numa história triste que não termina, há final?

A vida tornou-a mais maliciosa, cobrando a investida masculina, entre o devaneio do mistério, tornou-se escrava do adultério… Eta história triste não termina! Desmoralizada e estuprada, foi lançada aos pés de Jesus, que com compaixão divina, livrou-a de sua triste sina, tornando seu bem feitor… Essa história triste não termina sua dor?

Pelo jeito parece que não! Até sete demônios fizeram morada, neste sofrido coração absorto, mas Cristo os expulsou de seu corpo. Não aconvidaram para festa, promovida pelo tio Simão, seu irmão Lázaro estava presente, nesta festa de comemoração, seu tio fora liberto da lepra, que corroía seu corpo de então. Essa festa, dizia ele, era um gesto de gratidão, mas estranhamente não trouxe água, para o Mestre lavar as mãos.

Madalena mesmo na escuridão, aproveita um lampejo de luz, entra sorrateira na festa, e unge o corpo de Jesus, o perfume entranha no corpoe perfuma também sua cruz. História triste não termina, mas inspirou essa canção, todo mundo tem sua sina, extraídas no fundo do coração,história triste só termina, quando o fim é o perdão.

No gólgota prostrada, chorava e sofria ao ver Jesus, sofrendo em sua agonia, junto à cruz. Chorou no sepulcro ao vê-lo vazio, mas o Mestre lhe chama, embora arredio. Depois de instruí-la Ele diz pela segunda vez: vai! Eu agora vou reconciliar com meu Pai. Vou até Ele abrir meu coração, como filho pródigo, busco também o meu perdão.

Maria Madalena, a graça do perdão que o céu seu nome, sabe contar, Maria, que entre as mulheres a que mais mostrou o que é amar! Ela aprendeu o que é perdoar, mostrou com seus gestos como é que se faz, e hoje ela nos diz: vais e não peques mais.

*Prospectivismo Cristão

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Não tem jeito que dê jeito

Tom Zé Albuquerque*

Carlos Ghosn… este é o nome de um dos mais bem conceituados executivos do mundo. Ele é o responsável por ter recuperado a gigante montadora japonesa Nissan, evitando sua falência, e ter conseguido a cisão de gigantes do setor automotivo no mundo: Renault e Mitsubishi.

Este expressivo gestor, poliglota de 64 anos, permitiu que o grupo de marcas alcançasse o topo do mercado mundial, ao que é venerado no Oriente pelo seu incrível feito de proporcionar, por exemplo, a venda de quase 11 milhões de veículos em 2017. Ganhou o apelido de CostKiller (cortador de gastos) por sua capacidade de transformar empresas falidas em negócios rentáveis. Pela sua grande proatividade, seu modelo de gestão é referenciado por a Nissan e Renault terem sido as primeiras empresas a investirem em carro elétrico, para quais se mantêm líderes mundiais até hoje.

Sua remuneração, no segmento, está entre as maiores do mundo, ganhando em um ano 1,1 bilhão de ienes (8,8 bilhões de euros) da Nissan. Além disso, recebe 7 milhões de euros por ano da Renault. Ghosn tem tudo que todo profissional sonha: dinheiro, muito dinheiro, fama, admiração… pelo menos neste quesito, tinha. Mas este prestigiado executivo foi detido em Tóquio no último dia 19, por sonegação fiscal. É acusado de declarar ganho menor (em torno de 167 milhões) que o real, segundo promotores japoneses, e de usar indevidamente bens da Nissan.

Ghosn é um brasileiro, homem do mundo, e vive há duas décadas no Oriente, um ambiente onde a ética é um princípio indelével. O que levaria, então, um dos mais consagrados executivos a cometer crime, a burlar, a trapacear, a sonegar, ainda mais valores que em nada afetaria sua imensurável fortuna? O que motivaria um milionário, profissional celebrado, a usar recursos da empresa para reformar imóveis de uso pessoal, compra de bens próprios, desvio de recursos para saciar seu lazer?

Este afamado executivo esteve à frente de um império que reúne várias marcas que conta com 470.000 funcionários; cortejado por políticos, grandes nomes do mercado e da sociedade, sempre bem remunerado, mas destruiu sua carreira por causa de uma fraude. Logo após o ocorrido, circulou rumores sobre a origem desse lamentável comportamento: a cultura do brasileiro de sempre praticar alguma vigarice, sob o argumento nojento de “querer se dar bem” através do famigerado “jeitinho brasileiro”.

Caso esta linha de entendimento esteja certa, estamos aí diante de uma brutal e histórica contradição, segundo Rousseau: “O homem é bom, a sociedade é que o corrompe”. Ora, mas os orientais correspondem a um povo de baixíssimo nível de corrupção. Caber-se-á, pois, o posicionamento de Maquiavel: “O homem é mau por natureza, a menos que precise ser bom”.

Num país onde a Corte Maior Jurídica amedronta e envergonha diuturnamente a sociedade brasileira, imaginar que ser corrupto é algo enraizado na alma brasileira, que a corrupção virou característica cultural do povo do país da anarquia é algo perfeitamente aceitável. Taí uma questão instigante que requer reflexão ampla. Por que o milionário Gohsn se enbandidou?

*Administrador

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Gestão das Pequenas e Médias Empresas, um desafio

Marcello Lopes*

O ambiente corporativo nas milhares de empresas que lidam de forma direta e indireta com o poder público passa por fortes mudanças. Entre os motivos está o esforço das autoridades policiais e judiciárias nas investigações de enfrentamento à corrupção, como a Lava Jato. O empenho tem forte influência no âmbito empresarial em virtude do impulso dado para a implantação da Lei Anticorrupção. O cenário atinge as grandes empresas e engloba toda a rede de fornecedores e prestadores de serviços das empresas de todos os portes e ramo.

A Lei Anticorrupção responsabiliza as entidades jurídicas, não excluindo a responsabilidade civil de seus dirigentes ou administradores ou qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito à administração
pública. A lei visa fortificar os mecanismos que as empresas possuem sobre as operações em torno do cumprimento da legislação nacional e das regulamentações específicas de cada setor. 

As ferramentas de controle são nominadas como programas de compliance, de conformidade com as leis. A instituição desses programas não é novidade. A Lava Jato atinge grandes companhias brasileiras que já tinham códigos de ética e programas de compliance elaborados. Logo, a devida eficácia da Lei Anticorrupção estará comprometida se as condutas dos principais gestores da empresa não convergirem para o respeito das leis. 

A regulamentação para que a Lei Anticorrupção seja aplicada impõe o modo como uma empresa deve se preparar para empreender as atividades junto a qualquer esfera da administração pública. Mas a dimensão do impacto da legislação está eclipsada na medida em que o tema é quase sempre relacionado às grandes corporações. O maior desafio é sua adoção por pequenas e médias empresas cuja parcela significativa não possui procedimentos e controle formalizados. Cenário visto nos negócios não profissionalizados. 

Todo o circuito que abrange uma grande empresa, com seus fornecedores, pode atingir pequenos e médios negócios. Se uma indústria gigantesca adota procedimentos de compliance, os fornecedores da cadeia produtiva, consequentemente, terão que adotar medidas de conformidade. 

A implantação do programa de compliance passa, obrigatoriamente, pela manutenção de profissionais capacitados para implantar os mecanismos, gerenciar informações de forma adequada e consciente da relevância destes dados apresentados nas demonstrações financeiras. Este é um momento que possibilita às empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, se estruturarem para que o país cresça e alavanque a economia. Quem não se adequar a esta realidade não sobrevirá às exigências do mercado.

*Sócio da LCC Auditores e Consultores e mestre em contabilidade pela PUC-SP

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Quebrando os grilhões

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Todas as artes produziram obras primas. A arte de governar só produziu monstros.” (Saint-Just)

A diferença está na diferença das monstruosidades. As monstruosidades dos governantes e políticos do século XVII, época do Sant-Just, eram bem diferentes das de hoje. E olha que estou olhando pelo retrovisor brasileiro. Mas isso não nos acomoda. Vamos analisar, mesmo não sendo um analista, o que acontece com a nossa política ridiculamente chamada de democrática. Ainda temos muito a fazer no nosso aprimoramento político. Comecemos por começar a ver a política como uma ciência ao alcance de todos. Dependendo única e exclusivamente da nossa educação política. É quando a Ministério da Educação entender que nem todos os alunos que aprenderem sobre política serão políticos. Mas que só quando educados politicamente serão capazes de eleger candidatos realmente políticos.

É deplorável e lamentável que ainda tenhamos que ouvir de pessoas aparentemente educadas: “Vou votar nele porque ele rouba, mas faz.” E infelizmente ainda ouvimos isso, e não é pouco. Ainda continuamos mandando larápios de alto nível, e até analfabetos despreparados, para os mais altos cargos na política brasileira. Até quando vamos suportar e alimentar isso, não sei. Mas sei que ainda vamos viver esse descontrole, por muito tempo. Mas isso não nos impede de começarmos a nossa tarefa no aprimoramento. A responsabilidade é nossa. Afinal somos nós que escolhemos e elegemos os maus políticos.

Enquanto tivermos pessoas despreparadas vendendo seu voto, teremos desonestos e larápios no comando do País, dos Estados e dos municípios. Vamos nos educar. Comece sua campanha, no amadurecimento. Sinta-se responsável pelos políticos que você elegeu, tanto quanto pelos que seu vizinho elegeu. Todos eles, sejam quais forem os níveis, foram eleitos pela maioria dos eleitores. Então vamos respeitar a maioria. E juntos vamos trabalhar pela Educação dos nossos descendentes. Serão eles os responsáveis pela conclusão do trabalho que estamos iniciando para as mudanças necessárias para nosso engrandecimento. Procure educar seu filho. É ele que vai educar seu neto. E são eles que terão a Educação necessária para que possamos nos orgulhar do País que temos. Reflita sobre sua responsabilidade pelos desmandos atuais. Mas não se sinta culpado, apenas vítima do descaso dos mandatários, pelo seu despreparo. Mostre sua capacidade com responsabilidade. Não continue vendo a política com uma maracutaia, mas como uma ciência necessária e imprescindível para o nosso desenvolvimento como cidadãos de fato e de direito. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460