A Economia brasileira está um pouco menor
Maria Encarnação Beltrão Sposito*
Não se trata de retração da economia, com letra minúscula, expressa em indicadores como evolução do PIB, comportamento da inflação ou saldo da balança comercial. Estamos falando da Economia, área de conhecimento, para a qual Paul Singer, falecido em 16 de abril de 2018, contribuiu de forma espetacular, com suas ideias e com suas ações.
Sem dúvida, caberia, a ele, a aplicação da concepção de intelectual orgânico, proposta por Gramsci, na perspectiva dessa expressão, que designa aquele capaz de ser simultaneamente um expert, no seu campo de pesquisa e ensino, e um político capaz de orientar sua conduta e de se comprometer com as mudanças orientadas na direção de uma sociedade mais igualitária e democrática.
Sua formação profissional tem início no ensino médio, quando estudou eletrotécnica e teve continuidade em formação e carreira universitária que poderia, mas não o levou a se afastar de sua atuação como metalúrgico sindicalizado na década de 1950.
Graduado em Economia, doutorou-se com tese que, depois, gerou o livro Desenvolvimento Econômico e Evolução Urbana, uma obra importante cujo caráter transdisciplinar já mostrava sua grande capacidade de articular aspectos afeitos à Sociologia, área de obtenção do título, aos de Economia, Geografia, História, Política e Demografia, sendo que, nessa última especialidade, realizou seu pós-doutorado em Princeton.
Desde a publicação de seu primeiro livro, em 1968, intitulado Desenvolvimento e Crise, trouxe a público mais de duas dezenas de outros. Tinha a grande capacidade de escrever de modo didático, de forma a que, mesmo, os leigos fossem capaz de compreendê-lo, sem, com isso, expor suas ideias de modo superficial ou impreciso.
A mesma atitude orientava suas exposições orais, palestras e conferências que imantavam a atenção dos que o assistiam. Ele nos fazia refletir sobre um dado assunto, a partir de muitos pontos de vista, colocando em evidência o potencial que há na apresentação do contraditório, ainda que sua posição apoiada em fundamentos marxianos, fosse mantida de modo coerente e inteligente. Ele era, assim, capaz de iluminar as questões do mundo contemporâneo, impulsionando a todos a reconstruir o edifício teórico sem desconsiderar seus alicerces.
Foi um dos fundadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Atuou como professor na Unesp, na PUC, e desenvolveu a maior parte de sua carreira docente na USP. Foi Secretário de Planejamento da Prefeitura Municipal de São Paulo, quando Luiza Erundina foi a prefeita.
Desde o final dos anos de 1990 vinha orientando suas pesquisas, orientações e publicações para fundamentar a ideia de Economia Solidária, transformando essas reflexões em subsídios para que muitos organizassem suas atividades na direção de refundação da nossa economia política.
*Docente do Departamento de Geografia, Unesp, Campus de Presidente Prudente.
——————————————-
TODOS SOMOS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA
Dolane Patrícia*
Falar de violência não é tão fácil como parece. Existem situações em que passamos a refletir. Por exemplo, como um ser humano é capaz de praticar tanto gesto eivado de crueldade? É mais chocante quando a violência é cometida contra criança ou outro incapaz, no entanto, todos os tipos de violência são reprováveis.
A violência não é um ato inteligente! Apenas pessoas fracas e desinteligentes se submetem à prática de uma conduta violenta!
O mal permanente que a violência faz é um dos motivos pelo qual ela precisa ser evitada.
A violência tem atingido as mulheres, em maior escala, mas o brasileiro tem sido vítima de todas as espécies de violência. A própria corrupção é um tipo de violência, se levarmos a fundo o seu conceito.
No que diz respeito à mulher, de acordo com o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006, são formas de violência doméstica, dentre outras: “a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal, violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.”
Além dessas, traz ainda a violência sexual e a patrimonial, muito comum nos dias de hoje.
Segundo o CNJ, a violência intrafamiliar/violência doméstica – acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono.
Aqui chamo a atenção para os bebês que são jogados no lixo, abandonados nas praças ou para o adolescente que tem sua vida violentada pelo abandono dos pais. Órfãos de pais vivos.
Mas, na verdade, esses não são os únicos tipos de violência que existe. O Brasil passa por um momento negro da história da política nacional e estadual, mas é a corrupção, também um tipo de violência?
Segundo Marilena Chauí, um dos significados da violência seria “todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade” (Folha de S.Paulo, 14/03/99: 5-3).
“A corrupção pode ser percebida como um mal público, cuja noção só é passível de construção quando existe algo percebido como um “bem público”, digno de defesa. Nesta lenta e conflituosa construção da noção de um bem público, de uma nova noção de qual será o conteúdo de uma vida justa em comum, insere-se a tentativa de compreensão da corrupção como uma violência, um mal público, um crime.”
A propósito, viver no país com o maior índice de homicídios no mundo não é algo que se possa orgulhar, pelo contrário, está na hora de refletir, onde está o problema.
O site www.valor.com.br informa que “o Brasil registrou 59.627 homicídios em 2014, o maior número já registrado em território nacional e uma estatística, que coloca o país no primeiro lugar no ranking mundial desse tipo de crime.
O site http://www.inf.ufes.br noticia que trezentos milhões de reais por dia é o custo estimado da violência no Brasil, o equivalente ao orçamento anual do Fundo Nacional de Segurança Pública, e um valor superior ao envolvido na reforma da Previdência que tanto mobilizou os governos.
Importa ressaltar, que esses valores não contabilizam o sofrimento físico e psicológico das vítimas da violência brasileira, uma das mais dramáticas do mundo. Com 3% da população mundial o Brasil concent
ra 9% dos homicídios cometidos no planeta.
Para o site brasilescola.uol.com.br, a solução para a questão da violência no Brasil envolve os mais diversos setores da sociedade, não só a segurança pública, mas também demanda com urgência, profundidade e extensão a melhoria do sistema educacional, saúde, habitacional, oportunidades de emprego, dentre outros fatores.
Nesse sentido, requer principalmente uma grande mudança nas políticas públicas e uma participação maior da sociedade nas discussões e soluções desse problema de abrangência nacional.
Dessa forma, é preciso banir todas as espécies de violência e isso começa com cada um, na maneira como trata as pessoas, na consciência de que, pode-se está roubando algo que alguém levou anos para adquirir, ou seja, simplesmente se colocar no lugar do outro.
Assim, é preciso tomar a decisão de ir à luta e conquistar seus próprios objetivos, com trabalho e honestidade, respeitando mulheres, crianças, idosos, enfim, todos os seres humanos precisam de respeito.
É necessário tornar outras vidas melhores e não tirar delas a esperança e a dignidade.
Afinal, é preciso uma reflexão geral, dos pequenos e dos grandes, ricos e pobres, pois, é preciso contribuir para um mundo melhor, começando dentro da nossa própria família, na certeza de que: “se o mal nunca desiste, o bem nunca se cansa.”
*Advogada, Juíza Arbitral, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira. #dolanepatricia – Acesse: dolanepatricia.com.br
——————————————-
É hoje
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Enquanto sonha com o futuro ou lamenta o passado, o presente, que é tudo o que você tem, escapa e vai embora.” (Hilaire Belloc)
O presente é hoje, você já sabe disso. Então vamos viver o hoje e deixar o amanhã para amanhã. O ontem deixe de lado, mas sem desdém. Há muita coisa boa que aconteceu ontem e que não devemos esquecê-la. O importante é que não fiquemos perdendo tempo lembrando as coisas e momentos desagradáveis acontecidos ontem. Está parecendo blá-blá-blá, esse papo? Mude de ideia. As pessoas experientes vivem com o acúmulo de experiências. Assim como os expertos vivem com o acúmulo, não da sua esperteza, mas dos seus conhecimentos. Vamos simplificar.
Vamos sonhar, mas com racionalidade. Não devemos compor o grupo dos visionários. Não basta sonhar. O mais importante é sonhar e ir atrás da realização dos sonhos. Ficar preso a ele é como ficar preso ao problema. Porque você nunca vai encontrar a solução, concentrado no problema. Por isso, viva intensamente o dia de hoje. Faça nele tudo que você puder fazer e da melhor maneira que poder fazer. As pedras estão no caminho. É você que deve saber como se livrar delas. E é fácil pra dedéu. É só você se valorizar. Nada, neste mundo, pode ser superior a você se você não se julgar inferior.
Primeiro não permita que ninguém dirija sua vida. Seus pensamentos são seu timoneiro. É um grande engano você pensar que está controlando seus pensamentos. Porque se as coisas não estiverem dando certo pra você é porque você está pensando errado. Seus pensamentos, tanto podem levar você, para o bem quanto para o mal. A escolha é sempre sua. Subir ou descer é escolha sua, mesmo que você não esteja consciente da escolha. Mas os resultados indicam isso. Se o resultado for bom, receba-o com carinho; se for mau, esqueça-o.
Mudando de assunto. A Astrologia Espacial nos diz que o dia, hoje, não tem mais vinte e quatro horas. E por isso os dias estão se passando tão rapidamente. E que a diferença no encurtamento do tempo que vivemos, é provocada pela inclinação do eixo da Terra. Mas os cientistas não nos alerta para o problema que, segundo a Astrologia, vai mais cedo ou mais tarde, causar um novo dilúvio, na Terra. Então vamos esperar que os cientistas acordem e nos alertem, para que aprendamos a viver os dias atuais como se fossem os últimos. E como eles não nos avisam, vamos ficar alertas, vivendo cada dia da melhor maneira que pudermos vivê-lo; não perdendo tempo com negativismo, pensando positivo e agindo positivamente. Nossa felicidade depende de nós mesmos, e de mais ninguém. Entre nesse barco e navegue mar afora. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460