Formiga e cigarra
Vera Sábio*
Já houve uma reunião, onde entre os poderes legislativo, judiciário, junto com a procuradoria e defensoria tentaram encontrar o dinheiro do executivo. Dinheiro este do povo e para o povo, mas no qual o povo está há meses sem receber seu salário, pois o dinheiro não chegou ao fim que deveria.
Nesse dia, foi feito uma analogia muito real, entre a formiga e a cigarra.
Os servidores deste Estado, aqueles que trabalham, suam, produzem, precisam manter sua família, pagar as contas e comer todos os dias. São eles as formiguinhas, que fazem o Estado funcionar. Pois bem, lutam e lutam, enquanto a cigarra: grande, forte, poderosa, detentora da máquina pública, governadora, como bem diz o nome, eleita para governar, dirigir, estabelecer paz e ordem; canta. Canta e canta… E seus parentes e secretários fazem o que querem com as verbas públicas.
De repente as chuvas chegam… e agora… morreremos todos submersos na enxurrada da corrupção? Ou como alternativa, destas que deixamos servidores sem futuro. Pois os governantes querem o dinheiro que os servidores depositam há anos para garantir as aposentadorias na velhice como forma de resolver com a grana do povo o pagamento do povo. Enquanto os governantes pagam advogados caros para provarem uma inocência que não existe, mesmo porque contra fatos, não há argumentos.
É triste, mas é real e já não adianta colocar a culpa nos outros poderes, ou seja, no legislativo ou no judiciário; afinal a grana chega primeiro no executivo, e foi executada com que mesmo. Isso não quer dizer que os outros poderes não foram omissos nesta fiscalização.
Enquanto nós, cidadãos de bem e pagadores dos nossos impostos, não executarmos nossa tarefa de votar em pessoas honestas, ou pelo menos em pessoas que ainda não estiveram em passados próximo desviando a verba pública para interesses escusos; já que o povo precisa acordar e entender que o poder está no voto para que a justiça aconteça. Estamos sujeitos a comermos o pão que o diabo amassou.
Assim, com estes novos governantes, desejo com grande confiança que com a solidariedade de toda a população os servidores esperem mais um pouco. Afinal o próximo ano está perto e com grandes possibilidades de mais justiça, de menos corrupção e com isto mais prosperidade para todos nós.
*Psicóloga, palestrante, escritora, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna.
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Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br
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Monte Roraima, o grande tepui
Brasilmar do Nascimento Araújo*
Montanhas, imponência e fascinação retratadas em cada silhueta desses monumentos naturais em todos os lugares da Terra. As montanhas são elevações rochosas formadas no decorrer de milhões de anos na crosta terrestre e despertam o fascínio nos povos há tempos milenares. Seja para os estimados 10% da população mundial que compartilham suas vidas em suas encostas, seja para os intrépidos alpinistas que desafiam o ar rarefeito das grandes altitudes sentindo na própria pele a vertigem das baixíssimas temperaturas, em busca de um grande feito. Ou, ainda, para aqueles que contemplam à distância os distintos contornos esculpidos pela natureza há remotos tempos, como é o caso do Monte Roraima, que é estimado em mais de dois bilhões de anos de existência. As rodovias que circundam as grandes cordilheiras, em todo o mundo, com seus aclives e declives acentuados são outro exemplo, que nos propiciam sensações únicas. É percorrermos terrenos com uma conexão mais estreita com a natureza. É vislumbrarmos horizontes de reflexão e êxtase!
O Monte Roraima é uma montanha localizada no extremo norte da América do Sul, no Planalto das Guianas, na Serra de Pacaraima. Em seu topo de quase 3000 m de altitude encontra-se o marco da tríplice fronteira fincado, em 1931, entre o Brasil (Roraima) a leste com 5% de área, República Cooperativista da Guiana ao norte com 10% e a Venezuela ao sul e oeste com 85% de área. O acesso ao Monte Roraima é a partir de Boa Vista, capital de Roraima pela rodovia BR-174 que liga o Brasil a Venezuela. Em 1595, o explorador inglês Sir Walter Raleigh (1552-1618) chega à base do Monte Roraima, mas não conseguiu subir. Somente em 18 de dezembro de 1884, o também inglês Everard Im Thurn (1852-1932), conquista o topo da grande montanha pela primeira vez. Foi pelos emocionantes relatos de Everard Im Thurnda sua façanha no Monte Roraima que inspirou o escritor britânico Arthur Conan Doyle (1859-1930) na sua obra-prima ao escrever o livro “O Mundo Perdido”, em 1912.Visto à distância, o imponente Monte Roraima nos remete a uma imensa mesa com aproximadamente 10 km de extensão, em seu topo, por 5 km de largura, ou seja, é um tepui, que é uma montanha com paredes verticais eo seu cume é geralmente plano.
A fauna e aflora que circundam o Monte Roraima, inclusive o topo são protegidas pelo Parque Nacional Canaima, da Venezuela e pelo Parque Nacional do Monte Roraima, do Brasil. Existem espécies que só são encontradas naquela belíssima região, onde o Monte Roraima está encravado rodeado pela Gran Sabana venezuelana. Faz parte dessa inigualável região dezenas de outros tepuis, inclusive em formatos cilíndricos com seus paredões vertiginosos. Nela são encontrados pássaros, insetos, anfíbios e a rara borboleta-tigre. Estima-se que pelo menos 400 tipos de bromélias e 2.000 tipos de flores e samambaias fazem parte daquele cenário de rara beleza!
O monumental Monte Roraima tem sido objeto de interesse de profissionais de toda ordem, seja de turistas, montanhistas, biólogos, cientistas, antropólogos, místicos e tantos outros. Em torno dos seus 50 Km² de área, muitos ainda desconhecidos devido ao difícil acesso à suas escarpas verticais; essa montanha maravilhosa continua encantando a todos. O Vale dos Cristais fica próximo da tríplice fronteira no topo do Monte Roraima e é um exemplo de beleza e energia que a montanha nos proporciona. Os cristais brotam da rocha. É impressionante. Um espetáculo da natureza. Já estive no topo do Monte Roraima e senti que ali, certamente, é um lugar único. É mágico. As centenas de milhares de pedras escuras no platô de distintas formas e tamanhosse parecem com animais e pássaros são outro atrativo. E uma é em especial. Acredita-se que é a pedra de Makunaima que segundo a lenda é o deus que protege o monte. Tudo no Monte Roraima é uma nova descoberta, seja o Lago Gladys, as grutas ou a névoa que faz parte daquele cenário com clima de mistério. Ou, ainda, o vento que sopra e, às vezes, muda o curso das várias cascatas que descem do alto da montanha e lambem seus paredões há milhões de anos. Chegar ao topo do Monte Roraima e alcançar depois de aproximadamente 4 horas de caminhada pelo seu cume o marco da tríplice fronteira é uma experiência indescritível!
Montanhas, maravilhas da Terra!
*Articulista e Poeta
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EDUCAÇÃO: UMA AÇÃO TRANSFORMADORA DA SOCIEDADE
Maria Félix Lopes da Rocha*
Falar da sociedade é falar de pessoas e de suas ações. E quando se fala de ações das pessoas no seio da sociedade, não se pode deixar de considerar aquelas ações transformadoras. Elas são muitas e de várias formas, mas neste pequeno texto quero refletir apenas sobre uma delas, a saber, a educação, mas especificamente, o estudar. Quando alguém se empenha na educação escolar dos filhos, almejando não apenas que eles adquirem conhecimentos teóricos, mas também que eles consigam ser eles mesmos em qualquer circunstância ou lugar, este alguém está contribuindo para a transformação social, uma vez que ele está fazendo algo para que o outro não seja fruto ou produto da vontade de alguém e facilmente manipulado. A verdade é que não se pode falar em transformação social, quando a ação dos indivíduos tende simplesmente a obedecer a vontade e os interesses dos outros.
Ainda sobre a ação transformadora da sociedade, pode-se dizer que a própria decisão individual de uma pessoa no sentido de estudar, já é um grande ato de transformação social. Na medida em que o indivíduo tome a decisão de estudar, ele tome, também, uma atitude de mudança da realidade na qual se encontra. Ele toma a decisão de se libertar e caminhar rumo ao conhecimento. Mas é preciso destacar que o ato de estudar contribui para a transformação da sociedade, quando ele se transforma em um caminhar que conduz o indivíduo ao encontro de si mesmo e o liberte das imposições da sociedade e o possibilite questionar e posicionar com clareza diante das questões levantadas no seio da sociedade.
*Estudante do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
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Criando para o mundo
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma. Eles vêm através de vós, e não de vós. E mesmo que vivam convosco não vos pertencem.” (Gibran Khalil Gibran)
Em todas as mudanças no comportamento humano sobre a Terra, nunca estivemos preparados para elas. Mesmo quando nos orgulhamos do nosso preparo, não percebemos que é aí que topamos. E as topadas são resultado do despreparo na caminhada. Sempre nos sentimos críticos quando dizemos que nunca estivemos preparados para preparar nossos filhos para o mundo deles. Como pais, estamos sempre concentrados no mundo em que nós vivemos. E nossos filhos vão viver o mundo deles e não o nosso. E o tempo está passando tão rápido que não temos condições de analisá-lo. E ainda somos ingênuos e não percebermos que a correria que vivemos no dia a dia, não está ligada à azáfama do cotidiano.
Vamos refletir sobre isso no momento em que quisermos orientar nossos filhos. A maioria de nós, pais, ainda não descobriu a diferença entre orientar e dirigir. Ainda não nos preparamos para o mundo atual, porque ainda não saímos do nosso mundo. Porque ele já passou. Nós estamos vivendo o mundo dos nossos filhos. E estes vivem os trancos do nosso despreparo. Então vamos acordar e viver a modernidade que já está ultrapassada. A ciência, caminhando a passos de tartaruga, ainda está descobrindo coisas que já deveriam ser consideradas anacrônicas. Porque é o que são. Nós, pais e orientadores especializados, ainda temos que nos prepararmos para o mundo dos nossos filhos.
Você conheceu o Moisés Hause? (Assim mesmo, com a) Era um artista plástico, no artesanato em pedra-sabão. Conversávamos muito, ele e eu. E sempre que conversávamos sobre as diferenças atuais na formação da sociedade, ele dizia: “O bom exemplo sempre foi, e sempre será, a melhor didática.” Uma lição que devemos ter na mente, quando quisermos orientar nossos filhos para que eles vivam o mundo deles. Caminhando por aí, todos os dias, assisto a maus exemplos de pais que caminham com seus filhinhos. Porque os mais crescidos já se consideram donos de si mesmos. E isso porque não veem nos pais, os exemplos que deveriam ver. E os exemplos podem estar em qualquer comportamento familiar.
O comportamento do ser humano, na época em que deveríamos estar caminhando para a racionalidade, está despencando, desfiladeiro a baixo. Que mundo queremos para nossos filhos sem lhes dar orientação para eles viverem o mudo deles? Mas para lhes dar liberdade precisamos orientá-los em vez de dirigi-los. E nem fazemos uma coisa nem outra. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460