Opinião

Opiniao 14 12 2018 7386

Por que um mundo altamente conectado ainda tem dificuldades de comunicação?

Luciana Varga*

É inegável que vivemos a era do Digital, da hiperconectividade, em que as informações sobre tudo e sobre todos chega para nós a todo momento. Sabemos o que acontece em qualquer parte do mundo, sem restrição de horários ou mesmo de línguas. A tecnologia quebrou todas as barreiras: geográficas, temporais e linguísticas.

Na dúvida sobre algum conteúdo, é fácil recorrer a tradutores ou até mesmo ao novíssimo machine learning e seu uso da inteligência artificial para o aprendizado. Até mesmo as fake news, que invadem nossas redes todos os dias, também podem ter a veracidade dos seus fatos atestadas. Falando assim, parece que tudo está mais fácil atualmente. Mas, então, por que um dos maiores problemas do mundo hoje, principalmente no meio corporativo, é a comunicação?

Justamente pela superinformação que vivemos hoje, pelo excesso de estímulos que recebemos a todo momento, que alteraram o fluxo da comunicação e abriram espaço para a colaboração e a democratização da informação. Se antes, tínhamos nas empresas uma comunicação prioritariamente vertical, com as informações vindas de cima para baixo, obedecendo às hierarquias, hoje a horizontalização faz parte da realidade da comunicação corporativa.

A tendência de que o mundo adota o inclusivo no lugar do exclusivo afetou diretamente a comunicação e chegou às empresas. Agora, cabe a este novo líder (ou o líder 4.0, adotando o conceito de Kotler) organizar e trabalhar este fluxo, de forma a evitar os boatos e os excessos de informações e veículos que tornam a comunicação esquizofrênica. 

Uma comunicação sem planejamento, sem pensar na integração dos diversos meios existentes na empresa (no crossmedia) não surte o efeito desejado e, mais do que isso, gera ruídos que levam a inúmeras consequências, como desmotivação, baixa produtividade, clima organizacional ruim, líderes que não são referência e falta de engajamento. Este último, aliás, é tema estratégico em todo meio corporativo. Engajamento está totalmente ligado à comunicação e seus líderes. 

Entender esta mudança no fluxo comunicativo e todo o mindset colaborativo que a conectividade trouxe é premissa básica para todo líder 4.0. Afinal, o engajamento dos colaboradores à missão da empresa é de total responsabilidade dos gestores. Parafraseando John C. Maxwell, um dos maiores especialistas em liderança do mundo, “Liderança não é sobre títulos, cargos ou hierarquias. Trata-se de uma vida que influencia outra”.

*Jornalista, professora universitária e coordenadora de comunicação corporativa do EAD da Estácio

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CIÚMES E INVEJA – SENTIMENTOS ILEGÍTIMOS

Wender de Souza Ciricio*

Os seres humanos têm como características próprias e inerentes o raciocínio, a vontade e a emoção. Pensamos, sentimos e decidimos. Entretanto dentre essas características, a emoção é a que mais se remexe e se agita quando em seu caminho atravessa o ciúme e a inveja. São dois elementos nocivos à emoção. Ciúme e inveja são frontais aos nossos sentimentos, são íntimos, estão dentro de nós, não são tangíveis e por isso nem sempre perceptíveis. São descobertos porque produzem vários formatos, várias feições e várias atitudes. Ambos conseguem e contribuem para romper relações, produzir maledicência e intrigas e conseguem, inclusive, provocar violência física e até mortes.

O que, porém, não se deve desconsiderar que apesar de ciúme e inveja serem nocivos os dois não são sinônimos. Observe a cena: Uma situação inusitada chamou a atenção dentro de uma escola e causou um enorme desgaste e agitação: Um celular desapareceu, e era um celular muito caro. O desaparecimento do celular provocou uma correria por parte da vítima, dos coordenadores da escola, dos pais da vítima e de alguns amigos. Criou-se uma agitação frenética, um alvoroço. O celular continha imagens de natureza privada, foi um presente de família, tinha um valor sentimental desmedido. Parte da vida daquela aluna estava naquele celular e precisava ser encontrado. Rastrearam tudo até ao ponto de observar uma câmera de segurança. A partir daí a grande surpresa. O delito foi escancarado. O celular estava em mãos da melhor amiga da vítima, ela o furtou. Essa amiga tentou amortecer o delito dizendo: “eu queria um celular como esse, o meu celular é simples demais e não tem os mesmos recursos e charme como esse que roubei tem, a inveja me conduziu a esse celular”. Essa cena esclarece e define inveja.

Em um outro momento e em outra ocasião um homem invade uma salão de beleza e com uma arma fere e mata uma mulher. Essa mulher havia rompido a relação com esse assassino, ela foi esposa do mesmo e mãe de seus filhos. O argumento usado pelo perverso homem é de que se aquela senhora não fosse dele não seria, então, de mais ninguém. Esses fatos esclarecem a diferença entre inveja e ciúme.

Inveja é o desejo ardente e desprovido de inocência de possuir algo que não temos, mas que o outro, próximo ou até distante de nós, possui. Ciúme é o medo e a insegurança de perder aquilo que possuímos. A inveja quer possuir o que não lhe pertence e o ciúme quer conservar em mãos o que já possuí. A inveja tem como parceiro a cobiça e o ciúme tem ao seu lado o sentimento de posse.

Compreende-se que ciúme e inveja são nocivos em qualquer circunstância. Alguém pode até dizer, por exemplo, que uma esposa tem que ter ciúme quando alguém deseja seu esposo. Opa! Uma atitude de não “doar” ou “emprestar” e concordar que o mesmo seja cobiçado por outra não pode ser denominado de ciúme, pois isso não é em hipótese alguma ciúme, isso se chama zelo, cuidado e respeito, afinal é muito obvio que a fidelidade seja marca registrada em qualquer casamento.

Sendo ambos malévolos o que fazer para superá-los? Um leve direcionamento: Para o problema da inveja, aprenda e se conforme que o que é do outro não lhe pertence. Para isso estabeleça alvos mensuráveis para possuir o que tanto te atrai. Alvos que esteja dentro de seu potencial, de sua força e que caiba em seu mundo e em sua realidade. Não sonhe o que seja absurdamente fora de seu contexto e de seu mundo palpável. Se for um bem material estude, se prepare, trabalhe e ganhe honestamente o que for necessário para ter o que tanto deseja. Se deseja uma dama ou um cavalheiro seja prudente, tenha caráter e se aproxime para conquistar de modo que não deixe margem para que outros duvidem de sua integridade e dignidade.

‘Para as crises de ciúmes ganhe a consciência de que isso não é um sentimento legítimo. Quem vive em função disso se corrói, se estraga, se acaba e estraga outros. Não se diminua diante da rejeição, da perda e do sentimento de posse que queira exercer sobre outros. A posse sobre o outro não lhe pertence. E se quer que eu alguém ou algo permaneça junto de você conquiste através do respeito, do altruísmo e da responsabilidade. Dê tempo ao tempo, se precisar viaje, converse com pessoas maduras que possam lhe ajudar. Não vasculhe a vida privada de ninguém, não vi
gie pessoas. Exerça o altruísmo, perdoe, grite a palavra liberdade e se crer fale com Deus. Quanto ao sentimento de posse por bens materiais lembre que eles se enferrujam, acabam e não deixam herança. Cuide deles, seja zeloso, mas não egoísta a ponto de não compartilhar os mesmos com quem precisa e que não faz disso uma fonte de proveito próprio.

São poucas as sugestões, mas se constituem num bom início para quem deseja superar o ciúme e inveja e não deixar que ambos os destruam.

*Historiador, Psicopedagogo e Teólogo. E-mail: [email protected]

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Eu pensei que pensava

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Os homens pensam que possuem uma mente, mas é a mente que os possui.” (Bob Marley)

Afinal, somos o que pensamos. E o pior está com os que não pensam, e seguem sempre os pensamentos dos outros. É o que nós vemos, todos os dias, pelas ruas, nas discussões tolas e vazias, sobre a política. Mas não é só sobre política. Alguém já disse que: “Pena que todos os que sabem governar o país estejam ocupados, cortando cabelos ou dirigindo táxis.” Um dos maiores entraves no crescimento racional é a má maneira de pensar. E como é que vamos saber se estamos pensando certo ou errado? É simples pra dedéu. É só pensar certo. Mas vamos falar sério. Sempre fomos induzidos a pensar de acordo com os pensamentos dos outros. Do que nos dizem para pensarmos, e coisas assim. Não fique aborrecido comigo, não. Mas se você é religioso sabe do que estou falando.

Não tente dirigir sua mente. Apenas aprenda a pensar com racionalidade. O que é tão simples que nem todos conseguem entender. E isso porque vivemos presos ao negativismo. O ser humano é muito mais inclinado a acreditar na mentira do que na verdade. Observe o seguinte: sempre que você fala sobre alguma coisa positiva para alguém, ele pergunta: verdaaade?!! O que indica que ele está mais inclinado a não acreditar. E não ria, porque isso é muito mais comum do que você imagina. Um dos maiores exemplo é o do marido que chegou a casa e falou para a mulher que estava lavando a louça:

– Querida… Você nem imagina a beleza que eu vi ali na esquina.

A mulher nem se virou e, simplesmente falou:

 – Ah, é, foi? Beleza…

 No dia seguinte, e propositadamente, o marido chegou e falou:

 – Querida… Você nem imagina o acidente horroroso que aconteceu, ainda há pouco, ali na avenida.

A mulher atirou o prato dentro da pia, virou-se assustada, e perguntou ansiosa, e de olhos arregalados:

– Ah, meu Deus… Morreu alguém? Como foi?

Mas, infelizmente é assim mesmo. Uma notícia agradável não traz nenhum impacto emocional. Vivemos numa cultura do negativismo. Até mesmo nos meios que se julgam dirigentes do otimismo. E isso porque só você, e cada um de nós, tem o poder se fazer e se sentir feliz ou infeliz. Ainda insistimos na caminhada exaustiva do negativo. Queremos dirigir nossas mentes em vez de segui-las orientados pelos pensamentos positivos. Vá refletindo sobre isso e tentando mudar seu modo de pensar, caso alguma coisa não esteja dando certo pra você.

A educação é o melhor caminho para chegarmos à racionalidade. Mas devemos ser mais ativos em relação ao que é Educação. E estamos degringolando em relação a ela. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460