Opinião

Opiniao 20 12 2018 7416

Quem não honra o passado, não merece fazer parte do futuro!

Ranior Almeida Viana*

Todos os anos, geralmente no mês de dezembro, as Forças Armadas realizam o Exercício de Apresentação da Reserva (EXAR). Quem serviu à Marinha, ao Exército ou à Aeronáutica nos últimos cinco anos deve atualizar seus dados junto às Forças Armadas no mês de dezembro.

E o que é o Reservista? É aquele que pertence à reserva das Forças Armadas, quem já prestou serviço militar. E existem dois tipos de Reservistas os que são de primeira categoria, que fazem parte da Reserva Remunerada, e em caso de necessidade ou guerra podem ser convocados assim também como os de segunda categoria que são militares temporários que foram para Reserva não Remunerada.

Neste ano foi realizado EXAR especificamente com os reservistas que tenham sido desligados do serviço ativo no período de 1º de dezembro de 2013 a 30 de novembro de 2018, isso tudo conforme prevê o Art. 19, da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).

Neste ano o Comandante da ALA-7 (nomenclatura posterior da Base Aérea de Boa Vista), Coronel Aviador Eric Breviglieri, convidou os militares da Reserva Remunerada e os Reformados (por terém atingido a idade limite de convocação ou por doença) para uma cerimônia militar alusiva ao Exercício de Apresentação da Reserva da Força Aérea Brasileira. Muitos ficaram surpresos com o convite e até eufóricos perguntando se “já é uma convocação do nosso futuro Presidente?”.

Ocorreu no último sábado, no dia 15 de dezembro de 2018. Quem os recebeu foi o novo Comandante da ALA-7, o Coronel Aviador Newton de Abreu Fonseca Filho juntamente com outros militares da ativa, como a Encarregada da Subdivisão de Inativos e Pensionistas a Sargento Priscilla Souza que lida diariamente com atendimento dos militares da Reserva e Reformados.

Particularmente, fiz questão de estar presente por também trabalhar na Subdivisão de Inativos e principalmente de rever alguns dos pioneiros (início da BABV em 1984) e os veteranos de casernas que tanto contribuíram com a Força Aérea Brasileira.

Um momento ímpar ver a alegria e a vibração de cada um dos ali presentes. Como o Suboficial Melo disse após da cerimônia: “Fiquei imensamente feliz por esse encontro maravilhoso. Confesso que esse veterano velho de guerra se emocionou com o cântico do Hino Nacional.”.

Como é bom ser lembrado não é mesmo? Recebi uma mensagem e ela serve para muitos segmentos diz assim: “quando um veterano visitar sua unidade receba-o bem, pois quem não honra o passado, não merece fazer parte do futuro.”.

*Sociólogo – CRP 040/RR

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Doze anos de luta por Roraima

Ângela Portela*

Roraima é a prioridade absoluta de minha vida política e, claro, foi o principal foco de meus doze anos de incansável trabalho no Parlamento brasileiro, dos quais quatro na Câmara dos Deputados e oito anos no Senado Federal.

A democracia pressupõe respeito absoluto ao resultado das urnas, pois é nas urnas que se expressa a vontade do povo. E a vontade do povo de Roraima, à qual respeitosamente me curvo, foi a eleição de dois novos representantes para o Senado da República.

Minha atuação parlamentar sempre se voltou para as questões sociais, econômicas e institucionais. Não hesito em dizer que esses doze anos foram repletos de conquistas para Roraima e de importantes contribuições para o Brasil.

Foram cento e catorze proposituras, cento e cinco das quais no Senado Federal. Como Senadora, apresentei quatro propostas de emenda à Constituição, 33 projetos de lei e sessenta e oito requerimentos. Fui relatora de quinhentas e vinte e sete matérias e proferi setecentos e vinte e dois discursos.

Nesses doze anos, consegui liberar para Roraima mais de R$ 786 milhões. No Senado foram mais de R$ 719 milhões, recursos que serviram exclusivamente aos interesses do povo de meu Estado, nas áreas de educação, saúde, urbanização, cidadania, produção rural, esporte, cultura, turismo, saneamento e povos indígenas. Destaco os 26,5 milhões de reais que possibilitaram a construção do Teatro Municipal de Boa Vista.

Atuando com os olhos voltados aos interesses nacionais, mas destacando as demandas de Roraima, sempre lutei por questões que considero essenciais: educação integral e de qualidade para todas as pessoas; melhores condições de vida para quem vive em situação de vulnerabilidade; melhorias nas áreas de saúde, educação, moradia e desenvolvimento sustentável.

Participei ativamente do saudável debate institucional. Propus a eleição direta para suplente de Senador, pois defendo o aumento da participação democrática.

Propus, com muito empenho, a criação de mecanismos institucionais para ampliação da participação das mulheres no Parlamento, garantindo espaço na mídia e cota de recursos no fundo partidário, bem como a instituição de cláusula de desempenho para os partidos políticos, medidas que vieram a ser adotadas.

Integrei a Mesa Diretora do Senado por quatro anos. De 2013 a 2015 como Segunda-Secretária; de 2015 a 2017 como Quarta-Secretária. Muito me orgulha ter sido a segunda mulher a ocupar cargo titular na Mesa e a primeira a participar de duas Mesas Diretora em sequência!

Nos oito anos de Senado, integrei a Comissão de Constituição e Justiça, a Comissão de Assuntos Econômicos, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, a Comissão de Assuntos Sociais, a Comissão de Educação, a Comissão de Ciência e Tecnologia e a Comissão de Infraestrutura.

Foram, sem dúvida, muitas frentes de atuação, mas que podem ser resumidas em um ponto focal: a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro e dos direitos dos trabalhadores, razão pela qual votei contra a Reforma Trabalhista e me opus veementemente à proposta da Reforma da Previdência.

Empenhei-me em especial no atendimento das necessidades fundamentais de Roraima, negociando com o Executivo Federal e cobrando iniciativas. Foi assim que consegui destravar o Linhão de Tucuruí. Obtive anuência da Funai para liberação das obras e autorização do Ibama para isso. Nunca estivemos tão perto dessa realização indispensável para garantir energia elétrica de qualidade a nosso estado e propiciar seu desenvolvimento. Infelizmente a mudança de governo impediu que esse trabalho fosse adiante.

Lutei pelo meu povo e é isso que continuarei a fazer, só que agora mais de perto. Volto para Roraima com a sensação do dever cumprido, mas com a certeza de que ainda há muito o que fazer. E agradeço sobretudo ao povo de Roraima por ter-me dado a honra de representá-lo!

*Senadora da República

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Ideologia na arte

Oscar D’Ambrosio*

A arte popular e folclórica é tratada de maneira curiosa pela política. Os regimes mais à direita e mais à esquerda tendem igualmente a valorizá-la. Os primeiros por vê-la como uma manifestação nacionalista a ser estimulada; e os segundos por entendê-la como a base da construção autêntica de um país.

O filme polonês ‘Guerra Fria’, candidato pelo seu país ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2019, trata dessa questão por meio de uma história de amor entre uma cantora e dançarina de músicas de raízes folclóricas e um maestro e pianista que pesquisa essas origens. Ele se envolve no projeto pelo amor à música, mas a proposta é absorvida pelo regime político para fins de propaganda do regime socialista.

O relacionamento entre os personagens mostra maneiras distintas de se relacionar com esse complexo universo do poder. Ela se entrega intensamente a todo tipo de paixão, não tendo pruridos em dançar para quem lhe peça. Ele não aceita que uma pesquisa de repertório autêntico se torna parte de um ideário político.

Os desencontros do casal são mostrados em diversas cidades da Europa, pois ele foge do autoritário regime polonês, e ela se casa com um homem do ocidente europeu. Filmado em preto e branco, a obra consegue apresentar o caos cultural de uma nação por meio do drama emocional de dois artistas que inutilmente buscam a felicidade. Triste, mas lindo e denso!

*Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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Também juro

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Velem o meu corpo esqueçam a ironia

Não julguem as falhas do jogo que fiz

Juro! Eu tentei ser feliz.” (Rosilene Santos)

Juro! Senti saudade dela, hoje pela manhã. Uma amiga adorável. Uma jovem linda, amável e afetuosa. Sinto falta dos nossos bate-papos, à noite, ali na minha oficina que não existe mais, assim como ela. Deixou-nos ainda muito cedo. Deixou muita saudade entre familiares e amigos. O que é natural em pessoas que merecem nosso respeito e nosso carinho, mesmo à distância. É muito gostoso e saudável nos lembrarmos de pessoas que admiramos e amamos como seres humanos que sabem viver os dias a cada dia. Rosilene foi uma amiga que deixou saudade. E vamos nos lembrar dela enquanto estivermos por aqui.

Viva sua vida para que todos sintam sua ausência. Não permita que a cortina se feche sem os aplausos merecidos. E tudo o que merecemos na vida está na vida que vivemos em amizades, condutoras da felicidade. Não perca seu tempo na infantilidade da euforia. Cada dia que vivemos é mais um dia, e devemos vivê-lo como se fosse o último. Mesmo porque nunca sabemos qual o dia que vai ser o último.

O importante é que saibamos viver intensamente. E viver com intensidade é viver com amor, carinho, sinceridade e, sobretudo, com muito respeito. Faça tudo que você deve fazer hoje, para que todos sintam sua falta quando você partir. Porque só levamos da vida o que deixamos como herança da vida que vivemos em harmonia. Só damos o que temos. E para que demos felicidade é preciso que sejamos felizes. E a felicidade está dentro de cada um de nós. E ela se espraia e adentra os espaço e corações dos que sabem compartilhar o amor.

Você pode mostrar seu amor pelo próximo, até mesmo com a simplicidade de sua presença. O que importa é que você seja feliz. E ser feliz depende de cada um. Viva a vida. Viva cada momento, no dia de hoje, como ele deve ser vivido. Não permita que a saudade faça você ficar triste. Ao contrário. “Saudade é a presença da ausência.” Sim como “Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos.” Laudo Natel e Bob Marley, foram os autores dessas duas pérolas que expressam a verdade sobre como devemos ser felizes, sentindo saudade. Ame. Ame seu próximo. Não importa quem você é. O que importa é como você é no ser humano de origem racional. Porque somos todos iguais nas diferenças. O que indica que não há diferença entre nós, seres humanos. A diferença está na evolução racional de cada um. Cada um de nós está no seu grau de evolução na caminhada de volta ao seu mundo de origem. E o amor é o timão do barco em que navegamos. Pense nisso.

*Articulista

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99121-1460