Opinião

Opiniao 22 12 2018 7427

Um ano turbulento que termina com esperanças

Valéria Vilela*

No Brasil as eleições trouxeram uma euforia ao mercado financeiro. A equipe do novo governo tem pela frente desafios, como a reforma da previdência. As escolhas anunciadas de ministros, especialmente a de Sérgio Moro, ajudaram a moeda americana a perder força. Com relação aos negócios do café os fundos e as estratégias com o produtor comercializado ainda em sua grande maioria como commodities houve reações no mercado financeiro de futuro. Os valores pagos no mercado físico ainda são distantes dos desejados pelos cafeicultores que precisam cobrir os custos com a produção, mas já ficaram otimistas com as leves altas logo nos primeiros dias após o segundo turno.

A reação positiva do mercado físico também ocorreu no mercado financeiro em Londres e em Nova Iorque, bolsas que negociam grandes volumes dos cafés arábicas produzidos no sul de Minas.

As posições do governo Americano com relação à China também favoreceram o agronegócio brasileiro e pode sinalizar uma outra direção nas negociações nos próximos meses.

Ao olharmos para 2019, podemos perceber que os negócios com o café, que estiveram muito estáticos em 2018, vão ter dias diferentes principalmente com divulgação de que Colômbia, América Central e a Ásia não vão conseguir colocar no mercado a produção que esperavam.

As eleições americanas e a criação de postos de trabalhos nos Estados Unidos em setembro foram notícias que ajudam a entender melhor como vão ser as propostas comerciais e as negociações do mercado físico para a cafeicultura de bebidas, inclusive os cafés especiais.

Grãos de alta qualidade vêm sendo encontrado nas lavouras de altitudes do sul de Minas e sendo destaque nos concursos que aumentam as disputas pelas sacas de bebidas especiais e exóticas. Os compradores descobriram um filão para agregar mais ao comércio de café e o produtor entendeu que encontrar os talhões diferentes faz muita diferença no bolso.

A Semana Internacional do Café em Belo Horizonte se consolidou com o encontro do mercado comprador e o produtor diminuindo as distanciam entre quem planta e quem toma o café mineiro no mundo.

O amor e o afeto das cozinhas das nossas avós estão mais presente que nunca na hora de tomar um bom café e as cafeicultoras estão mostrando que o café gerenciando com batom têm nuances de ações sociais que mudam realidades. Vencemos 2018 que chegue 2019, um ano que estamos esperando com muita esperança e desejos de bons negócios.

*Jornalista. Escreve há 8 anos sobre café semanalmente como colaboradora em veículos do agronegócio

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Competência não possui deficiência

Vera Sábio*

No dia 3 de dezembro é destacado como o “dia internacional da pessoa com deficiência”, isto é, um destaque, uma simples data; devido à luta da pessoa com deficiência ser durante toda a vida.

A competência não possui deficiência, afinal pessoas “cegas, surdas, paraplégicas, tetraplégicas e com o cognitivo comprometido” ultrapassam a falta de algum sentido, desenvolvendo grandecompetência com o sentidoque possui.

Os limites ocorrem muitas vezes pela falta de oportunidades, falta de acessibilidades arquitetônicas e comunicacional, falta de sensibilidade humana e principalmente desconhecimento e falta de credibilidade no quanto pessoas com deficiência são capazes de aprender, se lhes derem condições adequadas para lhes ensinarem.

O poder Judiciário de Roraima tem um diferencial bem relevante em relação aos outros poderes do Estado. Diferença esta que merece seu destaque, até mesmo para servir de exemplo aos outros poderes que pouco ou nada investem no aprendizado da pessoa com deficiência.

Não basta para pessoa com deficiência, passar e assumir o cargo do concurso que passou. É indispensável que ela se sinta útil, participe da realização do trabalho e seja competente no que faz. Pois queremos oportunidades e capacitações e não piedades e simples cumprimento da lei.

No Tribunal de Justiça “Vera Sábio”, servidora concursada, digita este texto e trabalha como revisora de todas as matérias produzidas pelo setor de comunicação do TJRR; algo antes impensado, se não tivessem lhes oferecido capacitações e oportunidades, para que mostrasse sua competência.

A Escola do Judiciário também oferece cursos de libras, para os servidores que escutam terem condições de se comunicar com usuários surdos que vierem a procurar os serviços da justiça. Cursos estes que devem ser implantados em todos os locais de atendimento ao público. Imagine se não existir intérprete para os surdos que necessitam da saúde, por exemplo.

A Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, do Poder Judiciário, participa atenta a todas as obras arquitetônicas e reformas de ambientes, para que aconteçam com as adequações e acessibilidades necessárias que proporcione o ir e vir de todos, independentes de estarem andando ou em uma cadeira de rodas. Também realizamos várias oficinas “Praticando as Diferenças”, uma atividade pioneira no Estado, onde mostramos na prática o que é estar cego, surdo ou em uma cadeira de rodas, tentando com isso despertar a maior empatia por parte daqueles que não possuem alguma deficiência.

A presidente do Tribunal de Justiça, des. Elaine Bianchi, sente na pele no seio familiar o quanto pessoas com deficiência merecem ser respeitadas com dignidade e oportunidades; afinal, antes de ser desembargadora e presidente, ela é mãe de um rapaz com paralisia cerebral. Seu filho pratica esporte, estuda e quer ser escritor sendo muito bom o livro que escreve.

Como a servidora Vera Sábio, Bruno, o filho da desembargadora, existem diversas outras pessoas com deficiências, com grande potencial de conquistarem seu lugar ao sol. No entanto lhes faltam oportunidades e cursos adequados para desenvolverem suas aptidões e revelarem o quanto podem ser produtivos e competentes.

Somente aquele que tem uma deficiência, ou tem um membro familiar com uma deficiência, entende realmente o quanto conseguem conquistar, o quanto querem aprender e o quanto podem ser capazes.

Ninguém tem o direito de dizer até onde alguém pode chegar. Existem pessoas cegas programadores, músicos, terapeutas, juízes, advogados, professores, psicólogos, escritores, pais e em várias atividades que os que enxergam, acreditam desenvolverem, apenas se utilizarem da visão. Da mesma forma há outras pessoas com surdez, paraplegias e problemas cognitivos, que adequaram do seu jeito, condições de serem capazes, simplesmente pela vontade de assim ser. Visto que a única deficiência que não tem jeito, é a deficiência da vontade.

Você, que se considera uma pessoa sem deficiência, não seja limitado pelo preconceito, não tenha falta de empatia e julgamento de superioridade diante daqueles que tem deficiência e se superam a cada dia, já que eles possuem, por vezes mais d
ificuldades de ultrapassarem a barreira que a sociedade dita normal, os coloca, do que a barreira da sua própria deficiência.

Acredite, a maioria das deficiências surge durante a vida, pelos acidentes, doenças e tantos outros fatores inesperados. Portanto esta condição de ter uma deficiência é algo que pode acontecer a qualquer um.

Com esta consciência, não espere a limitação bater em sua porta, seja você uma ponte a unir as pessoas, oferecendo a todos as oportunidades de crescimento e autonomia. Para que tenhamos um mundo mais acessível a todos, onde a palavra inclusão seja uma realidade presente, e não apenas utilizada para minimizar os obstáculos que impedem sua concretização.

*Psicóloga, palestrante, escritora, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna.

Adquira meu livro “Enxergando o Sucesso com as Mãos”. 95 99168-7731

Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br

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Afinal, o que somos?

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos.” (Victor Hugo)

A vida é uma caminhada de repetições. Se se prestar atenção, se verá que nada mudou, a não ser os momentos em que as coisas acontecem. Até mesmo as não tão distantes, nos acontecimentos, não são percebidas pelos despreparados para a vida. Eu vinha pela rua, pela manhã quando, observando algumas coisas aparentemente novas, mas que eu já as conhecia na minha infância resolvi bater esse papo com você. Continuamos os mesmos protestantes de sempre. As novidades que provocam nossos protestos são as mesmas de séculos passados. E as ocorrências são tantas que já estão fazendo confusão na minha cabeça. Mas vou procurar me organizar na conversa.

Tenho uma netinha estudando numa Escola Militarizada. Fiquei orgulhoso quando soube que ela estudava ali. E balancei a cabeça quando ouvi um protesto, recentemente publicado por aí, contra as Escolas Militarizadas. Quando será que vamos amadurecer, para acompanhar a evolução social e cultural da humanidade? Em mil novecentos e quarenta e sete, estudei numa Escola Militarizada. E foi um dos melhores momentos de minha vida. E o que aprendi naquela escola nem todas as escolas, hoje, ensinam. Já tenho falado disso por aqui, mas sempre digo que estudei numa escola militar, para no ser chamado de mentiroso.

Aliás, o que me chamam de mentiroso, por aí, não tá no gibi. Acredite, eu já tinha treze anos de idade, àquela época. Foi naquela escola que fiquei brabo com o Capitão Capelão, da Aeronáutica. O Capitão era o diretor da escola e me proibiu de retirar livro da biblioteca, para ler em casa, no final de semana. Já falei disso pra você, aqui. Então vamos mudar de prosa. O importante é que prestemos mais atenção às mudanças que estão acontecendo em nossos dias, assim como sempre aconteceram sem que lhes déssemos atenção.

Acabei de ouvir, coincidentemente, uma música cantada pelo Martinho da Vila, e que foi muito protestada pelas mulheres que se sentiram ofendidas com a música. Uma das mais encantadoras do Martinho, e que não tem nada de ofensiva. Foi legal. Mas vamos prestar mais atenção a nós mesmos. Porque realmente devemos ser o que não somos para podermos ser o que somos. As mudanças estão nas mudanças de épocas e eras. E cada um de nós faz parte de todas elas. O importante é que saibamos viver cada momento de cada uma delas. Porque é assim que progredimos e contribuímos com o progresso. Quando estiver caminhando, preste atenção às coisas à sua volta. Alguma vai lhe trazer lembranças agradáveis. A desagradável descarte-a. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460