Bom dia,

Às 24h de hoje, 31.12, termina o ano civil de 2018, pelo calendário gregoriano, e quase sempre ficamos inclinados a refletir sobre o que passou, para projetar nossas vidas e ações para o ano que se inicia. Esta é uma rotina a cada virada do calendário, mas neste final de ano é possível sentir um clima de aumento de expectativa no sentido de grandes mudanças na vida dos brasileiros, em geral; e dos roraimenses em particular. Sem sombra de dúvidas, o novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito majoritariamente por gente que deseja ver e sentir um governo menos envolvido em corrupção, e mais comprometido, entre outras coisas, com a segurança do cidadão. Aqui, em Roraima, Antonio Denarium (PSL) foi eleito em grande parte devido a essa onda mudancista.

É natural, portanto, esse ambiente de esperança mudancista, mas poucos especialistas, especialmente em ciência política e economia, arriscam a predizer os limites dessas mudanças. É preciso dar tempo ao tempo, tanto ao presidente da República, quanto ao governador do estado. Jair Bolsonaro embora tenha sido comprado pelos eleitores como uma figura fora do mundo da chamada velha política, é um político veterano, que completaria no começo de fevereiro do próximo ano, nada menos que 28 anos como deputado federal. Ele sabe como funciona o Congresso Nacional, e por certo já começou a desenhar seu governo entre dois pilares, que às vezes, não costumam dialogar sem crises: os congressistas – que já estão com muita representatividade no novo ministério –, e os militares, cuja presença no ministério de Bolsonaro só tem paralelo durante o governo militar.

Antonio Denarium tem menos convívio e experiência com o mundo político que Bolsonaro, embora registre em sua biografia uma fugaz passagem pela política como candidato derrotado a suplente de senador, na chapa encabeçada em 2012, pela ex-primeira dama Marluce Pinto. Ele começa a conviver com a Assembléia Legislativa, sob um cenário de muita tensão, com uma das mais fortes lideranças daquele poder, que é o deputado estadual Jalser Renier, candidato a reeleição como presidente da Mesa Diretora, e que é o favorito na disputa com qualquer candidato apoiado pelo novo governo. A distensão no relacionamento entre os poderes Executivo e Legislativo estaduais é, por certo, um imitador do tamanho das mudanças prometidas em campanhas.

O tempo, como sempre, será o senhor da razão.

INDECISÃO 1

A história, no que se refere ao mundo político, parece poder ser repetida. Quando foi eleita, a então governadora Suely Campos (PP) intentou exercer influência sobre a eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Embora houvesse essa intenção, Suely e os influenciadores políticos de seu governo, nunca chegaram a uma conclusão entre o nome preferido: o deputado estadual Brito Bezerra (PP), ou o deputado estadual Mecias de Jesus (PRB). Atento a indecisão nas hostes governistas, o deputado estadual Jálser Renier (SD) correu por fora, e ganhou com folga a eleição. Em vez de buscar entendimento com as forças vencedoras, o governo Suely Campos deu pouca atenção àquela força políticana composição do governo, e enfrentou inúmeras crises de governabilidade.

INDECISÃO 2

Com o governo Antonio Denarium a história parece se repetir. Ele, o governador, já deu demonstrações públicas de que não quer a reeleição do deputado estadual, Jálser Renier para presidir a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Mesmo assim, o novo governo, a pouco mais de 24 horas da eleição, ainda não foi capaz de definir quem encabeçará a chapa governista na disputa ela presidência da ALE. Como Suely Campos, Antonio Denarium tem dois possíveis candidatos: os deputados estaduais Soldado Sampaio (PC do B) e Coronel Chagas (PRTB). Ao programa Agenda da Semana, que foi ao ar ontem, pela Rádio Folha FM 100.3, o deputado Soldado Sampaio garantiu que até o meio dia de hoje, segunda-feira (30.12), os governistas chegam ao consenso quanto ao nome que encabeçará a chapa apoiada pelo governo para a eleição na ALE.

ESQUISITA

Tudo parece muito estranho nesta história da decisão do interventor federal e governador eleito Antonio Denarium de mandar devolver para o governo federal os servidores federais que estavam à disposição do governo estadual e foram lotados na Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. É pouco crível que a nova administração estadual decida dispensar uma mão de obra especializada e enorme experiência administrativa no estado; e que não custa quase nada aos cofres estaduais. Isso sem falar na indescritível, e total falta de respeito a esses servidores que têm décadas de dedicados serviços prestados ao desenvolvimento de Roraima. Sob qualquer ângulo é um ato insano que deve ser revisto.

ELEIÇÃO

E de novo, o Poder Judiciário decide sobre questões internas de outro poder. Depois de idas e vindas, a justiça anulou a recondução da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV), cuja eleição ocorreu em fevereiro deste ano. A decisão que anulou aquela recondução do vereador Mauricélio Fernandes (MDB) à presidência da CMBV, também marcou para à tarde do dia 1º de janeiro a nova eleição. Segundo fontes da Parabólica são dois os candidatos: o próprio Mauricélio Fernandes e o vereador Zélio Mota, que aparece como o preferido da prefeita Teresa Surita (MDB), embora seja do mesmo partido do atual presidente da CMBV. Quase não existe oposição na CMBV, mas os vereadores com um pouco mais independência apóiam a reeleição do atual presidente.

2019

A Parabólica deseja aos seus milhares de leitores e leitoras um grande e feliz ano de 2019.