Bom dia,
Temos de fato e de direito um novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e um novo governador, Antonio Denarium (PSL), que na prática já governa Roraima faz mais de vinte dias como interventor federal. Em ambos os casos, está superada a etapa de discursos, das promessas e do blá-blá-blá. Agora, é hora de fazer e agir, praticando condutas que foram prometidas em campanha. Não dá para tergiversar. As lições do passado demonstram que os conchavos, mesmo que acertados entre quatro paredes, acabam chegando ao conhecimento da população, sobretudo nestes tempos de redes sociais desbragadas.
Em nível local, é preocupante o discurso do novo governo que, à semelhança do anterior, propaga aos quatro ventos que a dívida do Estado e seus gastos obrigatórios deixaram a administração estadual em situação de falência absoluta. Se Suely e seus auxiliares falavam que receberam do antecessor uma dívida cavalar de dois bilhões de reais, e que isso era impeditivo para que realizassem um bom governo, Denarium e seus companheiros não perdem qualquer oportunidade de falar, da mais cavalar ainda, dívida deixada pela antecessora que eles dizem passar de seis bilhões de reais. Em outras palavras, Suely multiplicou por três a dívida feita pela dupla Anchieta/Chico Rodrigues.
A primeira coisa que a nova administração do Estado tem de esclarecer, sem dupla contagem, qual é, finalmente, o montante da dívida herdada. Especialistas ouvidos pela Parabólica garantem que os números da dívida, embora muito grandes, estão flagrantemente superestimados, e se isso for verdade, começa o novo governo cometendo o mesmo erro do antecessor. As dificuldades para pagar esses encargos serão grandes e exigirão enorme dose de vontade política para vencê-las, mas é inaceitável fazer disso um cavalo de batalha, apenas para justificar o não fazer um governo que oferte melhor qualidade de serviços públicos essenciais. Não dá mais para continuar ouvindo desculpas.
ACERTAMOS
O grupo Folha de Comunicação, Folha de Boa Vista, Folha Web e Rádio Folha FM 100.3 acertou em cheio a previsão sobre o resultado da eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Fizemos enquete, ouvimos parlamentares, prestamos atenção nos bastidores e previmos a vitória fácil do deputado estadual Jalser Renier (SD), candidato à reeleição. Jalser teve 15 votos, contra 8 de seu concorrente, o também deputado estadual Soldado Sampaio (PC do B). Se o resultado da eleição da Mesa Diretora da ALE for indicativo do tamanho das bancadas, tudo leva a crer que o governador, Antonio Denarium, vai ter algum trabalho para formar maioria naquela Casa Legislativa.
QUEM PERDEU?
Impossibilitado de formar uma chapa completa para disputar a Mesa Diretora da ALE, o deputado estadual Soldado Sampaio decidiu, com base no regimento interno, disputar isoladamente o cargo de presidente. Teve um terço dos votos, mas, segundo observadores dos bastidores daquela eleição, não se pode atribuir ao candidato todo o ônus da derrota. No fundo, como candidato declarado do governador, Antonio Denarium, o parlamentar carregou o ônus de ser o candidato governista, sem qualquer bônus para compensar. Segundo os mesmos observadores, pesou muito na decisão dos votos o desejo dos parlamentares, novos e antigos, de ver uma Assembleia Legislativa com altivez frente ao Executivo.
FUNÇÃO
No começo de dezembro, Antonio Denarium anunciou que alimentava a ideia de transferir para a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) a atribuição de elaborar o orçamento do Estado, que hoje é atribuição da Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan). Na verdade, falta a compreensão de muita gente sobre o que é o processo orçamentário. Ele envolve, além da elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), – que no jargão popular é chamado de Orçamento estadual -, a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e a mais complexa dessas leis, que é o Plano Plurianual (PPA), que é de médio prazo, isto é, que abrange quatro anos. Será que o novo governador ainda alimenta essa ideia?
RECONCILIAÇÃO?
As antenas da Parabólica não são suficientemente poderosas para ouvir e captar todos os sussurros produzidos nos bastidores da política local. Mas, também não é baú para guardar segredos sobre as idas e vindas dos políticos. Não foi possível ainda confirmar, mas, segundo fontes bem situadas nos bastidores locais, o ainda notório senador Romero Jucá (MDB) teria procurado o deputado estadual Jalser Renier (SD)para reatar o relacionamento político entre os dois. Fontes da Parabólica garantem que um jantar de reconciliação já teria avançado nesta direção. Será?
SAIA JUSTA
No discurso de posse feito na Assembleia Legislativa do Estado, e na frente dos titulares de todos os demais Poderes e órgãos do Estado, o governador empossado Antonio Denarium não deixou por menos. Ao pedir a todos esses órgãos e Poderes que seja feito um pacto por Roraima, ele disse com todas as letras que a culpa da crise orçamentário-financeira que a administração estadual enfrenta é decorrente das verbas em excesso recebidas por eles. “Foi uma saia justa, ninguém quis botar a carapuça”, disse um deputado estadual que ligou para a Parabólica.