Em greve há 69 dias, os professores da rede estadual de ensino se reuniram, no início da noite de ontem, 16, com a governadora Suely Campos (PP), no Palácio do Governo, para receber o documento com as propostas da administração estadual referente à pauta de reivindicações da categoria. No encontro foi estipulado um prazo de quatro dias para que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter) analise todos os pontos e decida pelo fim ou não da greve.
O presidente do Sinter, Ornildo Roberto, informou que, ao fim da reunião de ontem, as propostas foram entregues para o comando de greve. “Neste sábado, eles vão estudar todos os pontos apresentados pelo governo e analisar se as propostas estão de acordo com a pauta de reivindicações e se atendem aos nossos anseios”, explicou.
Na reunião de ontem à noite, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) determinou que a categoria apresente uma resposta ao governo na terça-feira, 20. “Na segunda-feira, o comando local de greve, juntamente com o Sinter, irá apresentar as propostas da administração estadual para a base, que irá decidir pelo fim ou não da greve”, declarou Roberto.
REIVINDICAÇÕES – A principal reivindicação dos professores é o enquadramento dos profissionais em educação na Lei estadual 892/13, que trata do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria. “Por ainda não terem sido enquadrados nessa lei, os profissionais estão inseguros, pois deixam de receber reajustes salariais que são obrigatórios”, disse o presidente do Sinter.
Outro tópico é o pagamento das progressões horizontais e verticais, que estão em atraso desde 2008. “Até o momento, não entramos em acordo com o governo sobre a forma como esse pagamento será realizado, esperamos que esta seja a última negociação”, disse. A categoria também busca a incorporação da Gratificação de Incentivo à Docência (GID) ao salário e a revogação da multa diária imputada pelo poder judiciário em cumprimento ao pedido do governo. Logo que declarada ilegal, a Justiça determinou o pagamento de R$ 10 mil por dia parado. Hoje a quantia subiu para R$ 50 mil.
O Sinter solicita a suspensão da punição sob a alegação de que os professores são de uma das poucas categorias que podem repor os dias de paralisação.
MAIOR GREVE – A greve iniciada no dia 10 de agosto já é a maior da história. Anteriormente, o movimento mais longo era o de 2009, quando as atividades foram suspensas por 38 dias.
GOVERNO – O Governo informou, por meio de nota, que a minuta do projeto de lei para alterações da Lei Estadual 892, de 25 de janeiro de 2013, foi entregue ao Sinter no início da noite de ontem. De acordo com o que havia sido acordado na reunião na tarde de quinta-feira, 15, o Governo do Estado havia se comprometido em enviar a proposta de alterações na Lei 892 baseado nas reivindicações da categoria.
“Agora, a minuta deverá ser apreciada pelo Sinter para posterior discussão com o governo, antes que o projeto seja encaminhado à Assembleia Legislativa para votação”, frisou a nota. (I.S)