Bom dia,
A Escola Sem Partido, um dos projetos mais acalentados pelas forças políticas que elegeram Jair Bolsonaro (PSL), continua sendo um objetivo perseguido. Esta semana, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) apresentou projeto de lei na Câmara dos Deputados fixando algumas regras a serem observadas nas escolas públicas brasileiras. Entre essas regras, está a autorização para que alunos e alunas possam gravar as aulas de seus professores, de proibir que orientação sexual seja ensinada nas escolas – os defensores da Escola Sem Partido dizem que isso é dever da família -, que a lei seja afixada em lugar visível do estabelecimento de ensino e que o estudo religioso também seja abolido dos educandários oficiais. Eles também dizem que escola não é lugar para pregação política.
Esses defensores da nova educação no Brasil dizem que as escolas particulares estão fora do controle do Estado quanto à liberdade de ministrarem aulas de religião para seus alunos segundo suas opções de crença e de religião. De fato, é compreensível essa liberdade que se quer dar aos estabelecimentos privados, afinal, ninguém é obrigado a matricular os filhos num estabelecimento confessional. Ao contrário, muitos pais escolhem essas escolas exatamente porque desejam que seus filhos sejam encaminhados na crença que eles escolherem seguir. Diferentemente das escolas públicas que são mantidas por um Estado, que é constitucionalmente laico, isto é, sem religião oficial.
É claro, a esquerda estrebucha e vai lutar contra essas ideias. É próprio da democracia, que muitos deles dizem defender, mas não gostam de praticar.
APARATO 1
Um leitor veio até nossa Redação para contar a seguinte história: “Por volta da meia-noite de terça-feira (05.02), eu estava indo para o aeroporto receber um amigo quando, à altura do Ginásio Totozão, duas viaturas do Departamento Estadual de Trânsito [Detran] e seus ocupantes interditavam meia pista da Ene Garcez. À frente, na entrada do Campus do Paricarana [da Universidade Federal de Roraima], outra viatura da autarquia também interditava uma pista da mesma avenida já na direção de retorno do aeroporto. Percebi também que outra viatura do Detran faria uma espécie de ronda nas imediações do aeroporto”.
APARATO 2
“Além das viaturas e agentes do Detran, pude ver nada menos que quatro viaturas do Bope [Batalhão de Operações Especiais], da Polícia Militar de Roraima, com mais de uma dezena de policiais militares, o que me levou a concluir que algo de especial estava ocorrendo no Aeroporto Internacional Atlas Brasil Cantanhede. Em lá chegando, fui informado que todo aquele aparato de segurança fora montado para esperar a chegada do governador Antonio Denarium (PSL) que retornava de Brasília. Sinceramente, aquilo tudo me surpreendeu, afinal, eu não tinha visto aquilo por aqui. Especialmente, para um governo que apenas está começando”. Está feito o registro.
SEM SURPRESA
O senador amapaense Randolfe Rodrigues (REDE) utilizou-se de redes sociais para relatar detalhes de seu encontro com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio, sobre o imbróglio envolvendo os trabalhos de enquadramento dos servidores do Amapá, Rondônia e Roraima. Segundo Randolfe, o presidente do TCU lhe disse que determinou a apuração de possíveis irregularidades na análise dos documentos de servidores de Roraima, que teriam sido analisados com uma velocidade muito acima dos servidores das outras duas unidades federativas. Não foi surpresa. Certos personagens são sinônimos da bandalheira e corrupção em tudo em que metem a mão em matéria da coisa pública.
CONVOCAÇÃO
O líder do governo na Câmara Federal, o deputado federal Major Vítor Hugo (PSL-GO), não estreou bem nas funções. Em vez de telefonar pessoalmente para os líderes partidários, ele preferiu disparar uma convocação através do WhatsApp convidando os líderes dos partidos “de apoio consistente” e de partidos de “apoio condicionados”. Ninguém entendeu a adjetivação. Por conta do mal-estar gerado, quase ninguém atendeu à convocação.
REAÇÃO
Partiu do deputado federal roraimense Jhonatan de Jesus, que é líder do PRB na Câmara dos Deputados, a reação mais dura contra a forma com que o líder do governo Major Vitor Hugo convocou os líderes para a primeira reunião de líderes partidários da base de apoio do governo Bolsonaro. “A função do líder é trabalhar a base, acalmá-la, ter diálogo, e esse governo não tem diálogo algum com a Câmara”, disse Jhonatan. E por essa e outras que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anda dizendo que antes de mandar qualquer projeto de reforma ao Congresso Nacional é preciso avaliar bem sua base de apoio.