Cotidiano

Universitários protestam contra corrupção nas vésperas da eleição

Os estudantes quiseram fazer com que a população refletisse a respeito do poder que tem em decidir na urna quem serão os seus representantes

Para despertar uma consciência crítica e alertar sobre o voto ético, uma média de 60 alunos da UFRR (Universidade Federal de Roraima), dos cursos da área de Ciências Humanas como História, Relações Internacionais e Ciências Sociais, estiveram na manhã desta sexta-feira, dia 03, na praça do Centro Cívico, em frente à Assembléia Legislativa de Roraima, para protestar contra a corrupção na política.
Durante cinco horas de protesto, os alunos seguraram as faixas que diziam “A corrupção tem que acabar: representante ficha suja após cinco meses tem que vazar”, com auxílios de apitos e cornetas para chamar atenção de todos que passavam no local.
O professor do curso de História da UFRR, Manuel Lobo, que estava à frente do movimento, destacou que o principal objetivo é fazer com que a população reflita em longo prazo sobre o poder tem de decidir na urna quem serão os representantes dela. “Nós estamos aqui para fazer uma reflexão a cerca da corrupção no Brasil e em Roraima, mas, sobretudo, repensar a manutenção do poder das velhas oligarquias que dominam aqui no estado”, destacou.
O professor chamou atenção ainda para a necessidade da população refletir sobre esse “revezamento de poder dos mesmos grupos que mandam em Roraima desde a criação do Estado”. “Queremos também que as pessoas discutam e denunciem a continuidade das oligarquias políticas de Roraima e não deixem isso continuar”, destacou.
Lobo lembrou que o estado de Roraima vem sendo apontado em veículos de circulação nacional como um “mar de corrupção”, um exemplo citado por ele foi a matéria publica na última terça-feira, dia 30, no Jornal Hoje, da rede Globo, no qual apontava um “comércio de voto às vésperas das eleições”. 
“A gente sabe que há um mercado do voto e um dia antes das eleições isso é muito explicito! Tanto que as pessoas ficam nos bairros periféricos ou no interior, esperando na frente das casas que venham comprar o voto delas em espécie ou oferecendo algum ganho futuro. Então a nossa reflexão é para que acabe com isso ou que pelo menos minimize essa relação de negociação do voto, porque o voto não tem preço, tem consequência”, ressaltou o professor.
Por fim o representante do movimento destacou que os eleitores precisam “pensar à frente”, que a população tome consciência da comercialização do voto. “Quem vende o voto só encontra um resultado: o povo abandonado. É a falta de políticas publicas, é a falta de remédios nos hospitais e, como consequencia, a falta de interesse, inclusive da população, de participar do momento de tomada de decisão política. Acredito que esse é um momento de reflexão e de mudança que começa agora no domingo”, frisou. (JL)